Mea Culpa
Não duvido que o mundo no seu eixo
Gire suspenso e volva em harmonia;
Que o homem suba e vá da noite ao dia,
E o homem vá subindo insecto o seixo.
Não chamo a Deus tirano, nem me queixo,
Nem chamo ao céu da vida noite fria;
Não chamo à existencia hora sombria;
Acaso, à ordem; nem à lei desleixo.
A Natureza é minha mãe ainda...
É minha mãe... Ah, se eu à face linda
Não sei sorrir: se estou desesperado;
Se nada há que me aqueça esta frieza;
Se estou cheio de fel e de tristeza...
É de crer que só eu seja o culpado!
Antero de Quental
Ol escritor português nasceu em 1842 e faleceu em 1891.
O poeta fez parte da geração de 70, introdutora do realismo em Portugal.
Ele foi o principal defensor do realismo no debate que ficou conhecido como a questão coimbrã.
As obras de Antero de Quental também apresentam traços românticos.
As obras do autor também apresentam traços românticos, como a melancolia e o misticismo. No entanto, chama atenção o racionalismo verificado no rigor formal de seus sonetos.
Publicado por
Lilian Ferraz
08/12/2023
Comentários
Grande poeta e ótimo compartilhamento, Lilian.
Maravilhoso soneto decassilabo com as marcações perfeitas.Grande poeta sonetista.
bjs
Gratidão, Márcia. Bjs
Oi Lilian:
Algo muito belo e sentido neste soneto que reluz como sublime sentir.
Ótimo soneto.
Parabéns
Abraços
JC Bridon
Grata pela apreciação e carinho. Abraços carinhosos
Belo soneto. Parabéns! Lilian
Grata pela visita e apreciação 🌷