Velho amigo

E todas as vezes que me senti impróprio exatamente assim
Quando minha fisionomia transcendeu o silêncio e insistiu
Chamando-me ao espelho na direção da Madrugada
A mesma que me acolheu e me asila carinhosa dentro de mim

E em todas às vezes ela estava ali
O orvalho em seu rosto que um dia acreditei serem lágrimas
E que mais velho sei ser sua forma de sorrir e amar
Sua maneira de me iluminar e mostrar que não me perdi

Perdoe-me se talvez equivocadamente ou não me repita
Mas o que alguns chamam de nostalgia sem sentido chamo de abrigo
Tantas foram as vezes que precisei retornar aos dias esfumaçados
Que acho até mesmo estranho não estar encontrando o caminho das palavras

A verdade é que sou fraco e tenho medo desculpe-me Madrugada
Permita-me que eu fique aqui só um pouquinho mais alguns instantes
Transformando lágrimas em palavras choro em versos silêncio em loucura
Solidão tangente na certeza de que não é fraqueza amar mesmo que doa

Sabe eu vou insistir em acreditar na ternura tentando entender a cada dia
Qual o segredo para conseguir sorrir mesmo sem qualquer garantia
Eu preciso sim acreditar que a sensibilidade que de alguma forma me guia
Me levará a algum lugar sem dor algum lugar que não seja apenas minha fantasia

Ah vento velho amigo de onde recebo as palavras da Madrugada
Como posso não sorrir vendo você chegar em seu ruído tempestuoso
Inflamando meus sonhos e me emprestando suas asas
Lembrando-me que há muito mais além desse meu infundado temor

Eu vou sim ser forte e acreditar na canção do vento e da madrugada
Porque há anjos que me rodeiam e que me trazem as respostas que preciso
Me revelam o segredo para conseguir sorrir com total garantia
Que eu não preciso ter cuidado o segredo de que nada é mais importante que o amor

Abençoado seja aquele que aprendeu a amar...

 

https://www.youtube.com/watch?v=XVirJ-8fHpM

 

Carlos Correa

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