VOZES QUE INTERCALAM-SE

(O eu intercala-se com vozes cúmplices que adentram-se na poesia)

Inspirando-me no grade poeta Ferando Pessoa e seus Heterônimos

A voz que intercala a outrem
É a do silêncio?
É a voz do outro que silencia
O eu a interpolar,
Sua fascinação submersa a interagir
Com a voz do outro
que afoga-se, sem direito de expressar-se.
Voz que mentaliza  o rasgar da alma,
Mas a voz que intercala rejeita-o, 
Ignora-o, interpola-o, neutraliza-o,
E aterra-o  no silêncio do outro
Que, na obscuradidade do tempo,
Interpola-se a refletir sobre a trindade poética 
Que instaura-se nos versos
E caminha a seguir a linha de frente,
Que os levará de uma ponta a outra
A desafiar e a escalar, os mais altos montes
Que instauram-se no eu dos outrens,
Que mira-se na linhagem frontal
E transpõe-se a atravessar
A imensa montanha de manto reluzente,
Que rasga-se num impetuoso vento
E abre-se  numa cratera,
Que racha-se a montanhosa pedra.
E, com intrepidez, o pensante
Ultrapassa a linha de chegada.
E os outrens fingem
Não sentir a efervescência do que veem
Que revelam-se o prazer de sentir
O inóspito ato visual
Que escala-se na mente daquele
Que acredita em projetos visionários.

 

Joceilma Ferreira Dantas de Oliveira

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Joceilma Ferreira

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