FIM DE UM MUNDO

O FIM DE UM MUNDO

sim, o mundo acaba amanhã.

acorde mais cedo ,

antes do fim da manhã,

escove os dentes e veja_

este no espelho é você.

arrume bem sua cama,

diga eu te amo para alguém

que compartilha o adeus

nas mesma casa dos seus.

em cima da mesa,

o leite o pão o café,

o beijo guardado da noite,

um jornal qualquer.

a Lua em cima do muro,

a flor pisada no chão,

o coração da palavra

sobre o papel do pão.

calce os sapatos depressa,

escolha o que vier,

se tiver sede, beba água,

o tempo está contra você.

para garantir

dê duas voltas

na gravata

sobre o pescoço.

junte as fotos guardadas

leve o terço e a cruz

reze tres vezes dobrado

abra a janela azul,

o céu não é mais,

ao longe,

nenhum oceano.

sinta o asfalto

ruir sob seus pés,

olhe fundo,

olhe a fenda,

defenda-se.

esqueça os planos

os donos da sua casa,

a aluguel,

o documento  assinado.

o compromisso é outro

que chamem de louco,

que acendam o fogo,

que seu corpo queime

na fogueira mística.

o mistério dos óculos escuros,

o que havia nas prateleiras,

as coisas que se espalhavam

como cobras cascavéis

bailando sobre os papeis...

Mário Sérgio de Souza Andrade – 27/08/2017

Votos 0
Enviar-me um e-mail quando as pessoas deixarem os seus comentários –

Para adicionar comentários, você deve ser membro de Casa dos Poetas e da Poesia.

Join Casa dos Poetas e da Poesia

Comentários

This reply was deleted.
CPP