Gestos e instintos

 

Qualquer coisa

circunda meus pensamentos

meditando indeciso

despetalando-me até

à última hora que jaz exausta

num sonho desiludido

neste fado transladado

em sensuais uivos de improviso


Qualquer coisa

disposta na espera

dos dias

se presta imprecisa

rugindo açoites que dilaceram

minhas palavras sinceras

minhas frágeis impossibilidades

minhas condenadas emoções

vividas assim até

onde eu quisera

tu te entregasses por inteira

tal como desejara,acometida

súbita,

que da lei e da vida, esse clamor

outra vez tanto amor

engenhosamente a dois

serenamente a noite homenageia

e sem mais temores

subjugado a ti se franqueia


Qualquer coisa

te peço

eu sei

o coração subitamente cura

resguardando no envelope privado

nossas juras maravilhosamente

loucas

penetrando pelas fissuras delicadas

onde nos embriagamos

com frases ousadas

suturadas na aprendizagem

poética desta vida

assim proscrita e repleta de vadiagem


Qualquer coisa

antes desejei

instigando tua ausência

que de mim se compadeceu

simplesmente amando

este corpo decapitado

lembrando que precisas

acontecer-me…dia a dia

antes que eu

certamente sem expectativas

acabe por fim em

teu colo desfalecer

antes que os gestos sejam

só instinto

e os desejos ainda efervescentes

exalem seu ultimo suspiro faminto



Frederico de Castro

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Frederico de Castro

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Comentários

  • 3598362?profile=original

  • Caro Frederico, meus sinceros parabéns por tão interessante trabalho poético. Abraços, Marcos.

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