HIPERBÓREO
Estuda, em teus olhos, a cosmogonia dessa noite perolada.
Um astrolábio não vai até as corolas iridescentes.
Caminha mais para dentro em busca da luz
Que não encontrarás à flor da concha.
Mundo afora, estão as realidades
Que te ensombrecem os olhos.
Aconchega-te, pois, à tua verdade.
Ouve conselhos do teu silêncio,
Ama tuas areias e águas
E alvorece em nácar
Tua clara manhã
No céu escuro
Das tuas íris.
(E. Rofatto)
Comentários
Grato, Marcia! Seu comentário e sua visita são motivos de satisfação para mim: é boa a companhia de poetas, é bom ser lido por quem faz da sensibilidade sua forma de expressão!
Que legal esse estilo, confesso que ainda não conhecia( legal).....Lindoooo
Grato, Marta! UM comentário seu me é precioso, pois todos que a lemos podemos reafirmar a sua sensibilidade!
Lindo e lírico seu poema, que também é uma aula de aforismos.
Mas a Casa dos Poetas também é Ensino, Educação e Arte e aprendi mais uma...HIPEERBOREO...
Parabéns pelos versos que amei, mas o que gostei mais foi ...OUVE CONSELHOS DE TEU SILÊNCIO, que passarei para muitas pessoas amigas e levarei comigo debaixo do braço.
A gente não ouve o silêncio que é sábio. O barulho do dia a dia não deixa. Mal do século que nos faz despertar já com o relógio despertador. Depois a TV e a rotina.
Seu poema nos chama para uma Reflexão além disso....AMA TUAS AREIAS E ÁGUAS.....verso que nos chama a atenção para pararmos de reclamar e amar tudo de belo que temos.
Profundamente lindo, merece aplausos e meus parabéns. Queria falar mais, mas aqui ocuparia muito espaço, mas valeu Edvaldo a beleza de seu trabalho.
Abraços poéticos e respeitos de Veraiz Souza
Grato, Veraiz! Acho o silêncio poderoso e reconfortante mesmo - além de sábio, como você mesma disse. Creio também que se areias e águas entrelaçam-se para formar nossa realidade, ambas precisam ter sua importância reconhecida, pois é na reunião desses elementos que encontraremos o nácar luminoso. Sua visita, sempre um presente!
Oi Edvaldo Rofatto, grata pelas palavras sempre gentis e carinhosas, mas o presente são seus belos poemas que com cada leitura aprendo uma coisa nova.
Abçs de Veraiz Souza
Quanto ao conteúdo, eu gostei, a ausência de reflexão sobre a própria origem (ser e ter) e das coisas que nos cercam, pode ser a causa da fragmentação das relações entre os homens. Vivemos com o olhar voltado, mais para o material do que para a essência. Quanto a forma, o poema me encantou por começar de modo longo e terminar com versos curtos, como um trapézio invertido. Versos cheios de lirismo que nos a ler e reler. Meus sinceros aplausos.
Destacado!
Grato, Edith! É sempre com prazer que leio os seus recados: sei que vai me presentear com uma leitura cuidadosa que resultará em considerações sobre a forma e conteúdo, o que chega como auxílio para eu reavaliar o que escrevo, já que tenho uma leitora tão criteriosa. "Um trapézio invertido", para mim, foi um baita elogio: sempre bom justapor a face mais concreta da geometria com a imaginária feição da literatura!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!