A fome...
Pode parecer simples
Sentir fome a cada dia
Para aqueles que saciam
Sua vontade em abundância...
Estranha, angustiante é a fome
Que chicoteia o estômago
Numa angústia que desintegra
A carne e a alma sofrida
Do sedento e do faminto
Que enxerga abundantes searas
Numa miragem que trapaceia
Sua necessidade premente
De comer, de beber, de viver...
Assim faz conceber nesse oásis
A terra onde germina a semente
Onde os grãos são colhidos por poucos
Quando são muitos os que sofrem
A fartura que está na mesa de poucos
Quando são muitos os que sofrem...
Deus da Vida, por que a sede e a fome
Estão tão pertinho dos teus filhos
Que transformam esse sofrer
Numa canção para afastar o sonho?
Nada apagará os vestígios
Trazidos pela dor daquele
Que tem seu coração ferido
E em cujas cicatrizes estão
A maldade e a ganância do mundo!
Mena Azevedo
Comentários
A dor da fome é o martírio do corpo. É triste e inaceitável que pessoas morram por falta de comida, quando existem abastança na cara da fome, dói, mas dói demais. Parabéns pela maravilha de reflexão poética sobre o assunto, Mena.
Olá Adria, muito obrigada! Sim, as diferenças sociais, econômicas,
são muitas... O mundo passa por essas desigualdades, mas cada um de nós,
que somos cristãos podemos fazer algo para minorar o sofrimento dos nossos irmãos.
Pagar salários justos, como você disse, já é um bom começo! Grande abraço!
Obrigada, Marso! A vida é assim, mas podemos
minimizar o sofrimento do outro, fazendo a nossa
parte... Se cada um fizer um pouquinho, não resolve
o problema, mas ajuda... Bjs.
Pois é, Mena! Uns que excesso do desnecessário e outros sem o básico da necessário. O pior é que nos sentimos impotentes diante do todo. Teu poema é uma reflexão concreta, parabéns! Bjs