A Morte

Não quero ser um anjo de luz, que vive a recitar versos misericordiosos!
Não quero ser um anjo das sombras, que vive a espreitar e desejar o caos!
Não quero seu perdão pérfido, destituído da verdade!
Não quero suas desculpas esfarrapadas, e torpe!
Quero ser apenas, este ser insano, desprezível!
Que como um pária rejeita a moral social imposta!
Que perambula pela noite escura, em busca de luz!
Quero ser o que sou, não o que querem que eu seja!
Quero o poder para exercitar o livre arbítrio!
Quero o seu seio farto, sua boca insaciável!
Quero o seu corpo parco, esquálido, tísico!
Quero a sua alma, o seu espírito débil!
Quero descer contigo ao submundo!
Quero sentir o olor acre de seu sangue!
Quero ouvir o chacoalhar de seus ossos!
Quero ver a avidez dos vermes saprófagos!
Quero o silêncio das tumbas, dos sepulcros!
ILÁRIO MOREIRA
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Comentários

  • Obrigado, poetisas, pelas palavras de incentivo. Paz e Luz a vocês. Abraços fraternos...

  • Comovente porém belíssimo amei te ler parabéns
  • Poema gótico, de versos tristes e líricos. Gostei!

    Parabéns!

  • Belo gótico! Aplausos! Bjs

  • 3643487?profile=original

    • Obrigado, poetisa, pela visita e pelas palavras. Paz e Luz a você!!!

  • Forte o seu trabalho amigo! Muito bom mesmo! Parabéns! Um abraço.

    • Obrigado, poeta, fico-lhe muito grato. Paz e Luz a você. Abraços fraternos!!!

  • Deixei-me induzir pela narração contida em cada linha.

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