A SUICIDA
***
Lá estava eu, vagando distraidamente pelos arredores da Praça XV – um dos meus locais preferidos para curtir a ociosidade – e fazendo a digestão de duas cocadas que acabara de degustar (que crise cricri Zé), quando – bem ali, no prédio ao lado da Câmara de Vereadores, vejo uma aglomeração, umas cinqüenta pessoas, que foi logo se tornando setenta, cem, duzentas pessoas. Todas, olhando para o alto – não para o céu – e sim, para o primeiro andar do Edifício...
*
Olho também e vejo... lá na janela... uma moça, nova, uns dezoito anos – menos? – Loura, muito bonita, como todas as desta terra da magia. O povo ao meu lado, ruidosamente, começa a gritar: ela vai saltar!... vai pular!... vai morrer!...
*
Uma suicida! Puxa... nunca tinha visto uma antes e, ... com vida! Bem, pelo menos por enquanto pois,...
Pula, pula, pula! Gritam o camelô, o homem de gravata e o aposentado que jogava dominó...
Ela “levou” chifres (?), comentam a mulher gorda, o rapaz de brinco e o gari...
*
Começa a haver um certo tumulto na Praça, ora apinhada de gente, e alguns PM’s que chegam, sobem rapidamente no prédio e se colocam ao lado da moça que, insegura e indecisa não pulava, mesmo com o estímulo e incentivo do povo e em que pese a cena estar agora sendo exibida ao vivo pelas câmeras da RBVS. Os PM’s seguram seus braços...
*
Ora, comentam alguns: - Ela só queria mesmo é parecer... – Do primeiro andar – nem iria morrer mesmo! – No máximo quebraria as duas pernas e cinco ou seis costelas...
*
Os guardas, puxam a moça para o interior do prédio. Alguém fecha as persianas das janelas. O povo decepcionado – frustrado, vai aos poucos se espalhando...
*
Sigo em frente, à espera de nova aventura. Quem sabe presencie um assalto... ou tope com um homem ou mulher nua – em pêlos! Quem sabe, quem sabe,...
*** * ***
gaDs
Para adicionar comentários, você deve ser membro de Casa dos Poetas e da Poesia.
Comentários
VALE aPENA(s) VERDE NOVO!!
Rapaz vou te contar, fico muito P da vida com essas marmotas, não queria morrer não, queria era chamar atenção mesmo, poderia ter evitado a vergonha de ser chamada de covarde e ter saído pelada na rua. Parabéns pela crônica.
Essas coisas acontecem realmente. São as tragicomédias da vida contada com originalidade. Muito bom, menino Zeca! Bjs
Oiii Menina Marso...
Obrigado pelos carinhos... Boa Estada em Rio das Ostras (adoro ostras...)
Este Post faz parte dua série dentro de um Livro que intitulei de "Crônicas Irônicas" e dentro do mesmo
um Sub Quadro com o Título "Flashs do Cotidiano Diário" - onde relato fatos e fotos qual esta.
Bikokosss - gaDs
Obrigado Marize Ukwakusima pela visita carinhosa.
Logo re-visito tuas Inspirações que sei do sucesso aqui em Nossa Casa.
Beijosss - gaDs