Alucinação
O céu manchou de azul
as areias brancas
entre as conchas da praia
naquela noite derradeira.
Os meus pés esbarram no infinito
no estalar dos meus beijos
que enchem de organdi os arvoredos
perfumes de uma leve consistência
que pelas ondas de ventos mornos
encantam pela sua existência.
Os medos do corpo estão comigo
a vida a morte o vazio
mas agora é madrugada meu amigo
e o frio da solidão me abraça
e por mais que eu faça
eu não posso dormir.
Tento entender o desentendido
amenizar o meu castigo
de só compreender o incompreendido
mas enfim eu sou humano. Ou não?
e desumano seria eu ignorar a minha
alucinação.
Alexandre
Comentários
Alucinação que ás vezes é mais real que a realidade.
O medo e nosso pior inimigo.
E conjuntamente com a solidão não desejada, na escuridade da noite se faz pesadelo.
Temos dereito e a obrigação de ser "humanos". E se racionaliçamos esses medos, pode que podamos dormir melhor...
Muito bom poema.
Metáforas excelentes, belas demais.
E um sentimento que corroi as veias da alma.
Parabéns.
Beijos!