Cântico 12 - Um canto de espera

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Cântico 12

 

Um canto de espera

 

Da janela, consultei os astros

Sobre o teu sumiço pelos montes

Talvez preso a alguns lastros

Colocados em tuas fontes

Nessas longas noites outonais...

Veio a neblina e um frio me encolheu

Deixando-me abandonada no cais

Das minhas desilusões e o sonho arrefeceu...

Nessas noites longas de outono

O cruzeiro do Sul desponta mais brilhante

E indaguei às estrelas antes de vir o sono

Onde estaria meu amado e saudoso viajante?

Soltei meu grito aos quatro cantos e o fiz

Ecoar entre as planícies e pradarias

Entre os campos floridos, cuja flor-de-lis

Já se preparava para evolar pelas cercanias

Perfume doce, como meu amado sempre quis...

Mas não ouvi tua resposta e não entendia

Porque esse silêncio que partia de teu coração!

Voltei meu olhar para o Cruzeiro do Sul

Vi as estrelas que brilhavam e eu em comoção

Fiquei surpresa com a aparição do olhar azul

Que já há muito tempo meu ser invadia

E que se perdera entre as noites escuras

Mas que agora o olhava através da gelosia...

Era a flor – de- lis medrada em águas puras!

Mena Azevedo

 

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