Cântico 13
Cântico ao Abandono
Na praia imensa da humanidade
Sou um grão de areia insignificante
E, à sombra da árvore, vejo a calamidade
Do mundo apegado à matéria alienante...
No meu abandono, fico à beira da terra
Vendo esmaecer a luz das estrelas e da lua
E o colorido da minha juventude que se encerra
Junto às sombras do crepúsculo que continua...
Nesta hora, bendigo-Te, Senhor pela luta
Pelas pedras rudes que encontrei no caminho
Lavadas pelo pranto da dor; e, na escuta
Banho-me no doce orvalho do Teu carinho...
Sim, bendigo o abandono em que me deixaste
No tédio, coberta de fria e cinzenta névoa
Porque, em vez do medo, deste-me o calor e lavaste
Minha face co’a Tua ternura, afastando a treva...
Se a luz que me envolvia nas noites solitárias, apagou
Não me arrefeceu o sonho de viver; foi por um átimo apenas
Porque ficou em mim todo o brilho e todo o fulgor
Da Tua luz que me aquece e que nunca sai de cena.
Mena Azevedo
Comentários
Poeta José Carlos Ribeiro, muito obrigada pela presença! Bjs.
Querida Angélica, muito obrigada pelas tuas palavras tão gentis! Bjs.
Mena me derreti de emoção! Quanta sensibilidade! Muito me agradou a beleza da sua inspiração.
Oh! querida Mena,
Amiga do coração,
Ler-te... vale a pena,
É viver doce ilusão,
É sentir-se em cena,
Numa tela pintada a mão,
A alma se apequena,
Ao sentir tanta emoção...
(Marcos)
Post Script Un:
O comentário pode até parecer exagerado mas, garanto que num é...
Beijos do teu amigo e fã, Marcos.
Obrigada, poeta Frederico! Bjs.
Palavras cadentes onde os sentidos estão em magoas, uma solida solidão em teu coração
Muito belo amiga, muito primorosa como sempre, aplausos, beijinhos.