Depois dos 60...
Qualquer coisa que eu faça
Não tem cor, cheiro ou graça
Porque tudo envelheceu
E qualquer coisa que me diz respeito
Terá ela mil defeitos
Já que o tempo corroeu
O ar da minha graça tão sem graça
Feito um fantasma que passa
Se é que ainda não morreu
Vive a perambular pelos meus sonhos
Os mesmos que eu suponho
Serem ainda os sonhos seus
Todos iguaizinhos aos meus
E qualquer coisa que eu acredite
Haverá sim quem duvide
Pois tudo é questão do eu
Eu cuspo a sapiência dos meus frutos
Eu creio ser absoluto
Já que o tempo me acolheu
E se brinco com as alucinações
No meu parque de diversões
O que será que aconteceu
Da corda bamba e do trapezista
E do palhaço alquimista
Arte... Que a vida tolheu
Depois do chá que ela me deu
E agora?
(Petronio)
Comentários
Bestíssima reflexão poética, Petronio. Parabéns!
Destacado!
Sonhe, sonhe muito, a vida é um sonho maravilhoso, uma dádiva e quando o amor surge dá a ela mais graça!!! Parabéns, poeta, abraços, paz e Luz a você!!!