Cinzas

Cinzas

Venho chorar as despedidas,
visitar a tua linda cruz,
ao cemitério da minha vida,
no ar sou a tua luz.

Afogaste-te estupidamente,
na revolta e fúria do mar,
desapareceste assim de repente,
sem ter tempo sequer de te amar.

Sem ti não consigo viver,
quero seguir o teu rumo,
não sei como o conseguiste fazer,
com a ideia a ver se me acostumo.

Morrer sempre me assustou,
mas por ti perdia o medo,
o mar o teu corpo levou,
o meu levaria em segredo.

Se as sereias trouxessem o teu corpo,
de volta ao areal cinzento,
eu beijava o nosso amor morto
e metia-me pelo mar a dentro.

Cristina Maria Afonso Ivens Duarte

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Cristina Ivens Duarte

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