Crônica - O dia em que eu voei

Era um dia de sábado.

Acordei cedo para ir ao trabalho, queria chegar à escola antes dos alunos.

Sábado letivo. Minha escala de plantão na Coordenação de turnos - sou assistente de alunos.

Lembro-me de um versículo do Salmo 189 que diz que antes que eu existisse todos os meus dias já estavam escritos e determinados... Deus sabe de todas as coisas – eu creio.

Não me lembro do que aconteceu, sei que não cheguei à escola.

Ouvia uma voz de mulher que chamava por meu nome... parecia longe, distante... ouvia meu nome insistentemente...

Era uma sensação estranha... eu abri os olhos... não sentia nada... vi um prédio azul... o asfalto... eu estava caída no chão.... meus olhos se fecharam... eu desliguei... acordei de novo e estava presa em algum lugar... tinha uma forte sensação de que iria cair. Gritei. Ouvi alguém me dizendo para ficar calma que já estávamos a caminho do hospital... estava em uma ambulância... mas, o que ouve? Por quê? Não conseguia me recordar... apaguei de novo.

Abro os olhos... meu corpo dói... meu pescoço está mobilizado... há muita movimentação ao meu redor... estou em um hospital... tento me lembrar do que aconteceu... e a primeira lembrança que me vem a cabeça é que estou voando... estranho... é como se eu estivesse me vendo voar! Olho para baixo e vejo um cachorro... não entendo... alguém fala comigo... diz que foi um cachorro... eu atropelei um cachorro e o bichinho morreu. E eu, também estou morta?

Estou confusa... tudo parece tão distante de mim... eu voei... sim, eu voei!

Voei?

Eu não sei mais...

Eu me vejo voando...

Alguém está chamando por meu nome...

Eu me vejo voando...

“ela foi jogada a três metros de distancia da moto...”

A voz está tão distante...

Eu voei ou fui carregada pelas mãos de Deus?

Me levaram para o raio x... nenhum osso quebrado, disse o médico...

Algumas escoriações... muita dor no corpo... eu estava bem!

É, eu fui mesmo carregada pelas mãos de Deus!

Eu planejei chegar mais cedo à escola naquele sábado e só cheguei pouco mais de quinze dias depois... por que? Deus sabe o porquê.

Estou viva!!!!!!

 

Elaine Márcia, Porto Velho – RO, abril de 2015.

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Elaíne Marcia

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Comentários

  • Sem palavras.

     Impactante.

     Só o bom Deus sabe, sim...

    Fui atropelhada por um carro. 

     Uma larga historia.... Deveria estar morta ou tetrapléjica, mais sem a perna esquerda... 

     Mas ainda com dores e todos os osos quebrados, aqui estou.

    Também iba caminho ao Centro onde daba clases. 

    Sempre iba em auto-carro-, mas ese dia decidí ir caminhando ...

    Um 15 de octubre de 1993 as 09 a.m. voltei a nasçer.

     Deus me pariu... 

     

     Muito boa sua narrativa e o conteúdo ...

     Beijos, minha flor.

     Parabéns.

     Beijos e belo fim de semana!!!!


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    • Nieves, amada... Louvo a Deus por sua vida!

      Você abrilhanta as nossas vidas por aqui!

      Que seja constante esta tua força e carisma!

      Muito grata pelo carinho!

      Abraços, flor!

  • Que lindo e que belo livramento, porque Deus é contigo.

    • Obrigada, Edith! Deus é mesmo maravilhoso!
      :)
  • This reply was deleted.
    • Olá Adria! Verdade... apenas o agora nos pertence!
      Obrigada pelo carinho!
      Abraços
  • A poderosa mão de Deus é a mão protetora, que nos segura e abençoa. Sem dúvida alguma, a poderosa mão de Deus esteve presente quando você foi jogada a três metros de distancia da moto. Só o peru morre na véspera!!! 

    • E eu me senti mesmo segura por esta mão poderosa, Sam!
      Obrigada pelo carinho!
      Abraços
This reply was deleted.
CPP