Um nevoeiro cálido e insípido,
sentou-se no regaço da aurora,
vergando as frágeis hastes,
sobre um "hermoso" pantanal.
Sofrendo com tamanha envergadura,
o dia finda cansado e desesperado,
por se estender no manto breu da noite.
Latejam os seus pés simplórios,
e mergulha-os na gélida e estagnada água.
Sussurra ao ouvido de um pássaro ferido
se o cansaço também o atingiu.
Os dois míseros crucificados pelo caçimbo,
partilham as dores da cruz que suportam.
A aurora reza que o dia finde
e que abra as janelas para o glorioso sol.
Aninha-se num canto seco
e pernoita toda esperançosa.
Adormece sonhando com a reviravolta do tempo
e sonâmbula mergulha naquilo que julga ser um oceano.
Cristina Maria Afonso Ivens Duarte
Comentários
Espero poder voltar novamente e me encantar novamente.
Amigo Sam! obrigada pelo seu caloroso comentário. Abraço
Não sei o que dizer, querida Cris.
Volto a lîr ... Varias vezes, e não cansa-me.
Sinto-me dentro de essa paisagem, de esse sentimento de tristeza, envolvida pela música maravilhosa, a canção de Caruso, que adoro... e também é muito triste, além de belíssima e cheia de amor.
Uma divina inspiração, amada amiga.
Impresionante, mais que bom.
Obrigada pelo grande presente, poetaza.
Miles de beijos.
Grata querida amiga, beijos.
Querida Safira, sua dedicação é extrema. Beijinho grande.