Dias insípidos

Um nevoeiro cálido e insípido,

sentou-se no regaço da aurora,

vergando as frágeis hastes,

sobre um "hermoso" pantanal.

Sofrendo com tamanha envergadura,

o dia finda cansado e desesperado,

por se estender no manto breu da noite.

Latejam os seus pés simplórios,

e mergulha-os na gélida e estagnada água.

Sussurra ao ouvido de um pássaro ferido

se o cansaço também o atingiu.

Os dois míseros crucificados pelo caçimbo,

partilham as dores da cruz que suportam.

A aurora reza que o dia finde

e que abra as janelas para o glorioso sol.

Aninha-se num canto seco

e pernoita toda esperançosa.

Adormece sonhando com a reviravolta do tempo

e sonâmbula mergulha naquilo que julga ser um oceano.

Cristina Maria Afonso Ivens Duarte

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Cristina Ivens Duarte

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Comentários

  • Que belo Cristina !! Parabéns !
  • 3619506?profile=original

  • Espero poder voltar novamente e me encantar novamente.

  • Não sei o que dizer, querida Cris.

     Volto a lîr ... Varias vezes, e não cansa-me.

     Sinto-me dentro de essa paisagem, de esse sentimento de tristeza, envolvida pela música maravilhosa, a canção de Caruso, que adoro... e também é muito triste, além de belíssima e cheia de amor.

    Uma divina inspiração, amada amiga.

     Impresionante, mais que bom.

     Obrigada pelo grande presente, poetaza.

     Miles de beijos.

     3619524?profile=original

  • 3619445?profile=original

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