DUAS RUAS

Na rua dos cegos um homem desperta
E engole seu ego sedento de falas
O sol na cabeça é um prego que espeta
E invade as entranhas do homem que cala
Na rua dos olhos uma mulher em tantas
Oculta seu rosto em tantos disfarces
Ah! Ela seria sem o véu uma santa
Entre tantas que trazem uma santa na face
Na rua dos cegos um homem no asfalto
Trazendo vestígios da morte em seu peito
Vagueia uniforme entre sobressaltos
Sonhando com a dama do asfalto... No leito
O leito da rua de olhos tão distantes
Que traz no semblante a mesma feição
Dos sonhos dourados do antes, do ontem
Hoje lapidados por homens sem mãos
Ah! Mãos, que agora na rua dos cegos
Sufoca seu ego sedento de falas
Enquanto se envolve nos últimos pregos
Que a noite recolhe... E depois, se cala
Na rua dos olhos... Na rua dos cegos
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Comentários

  • Um espetáculo mesmo! Meus calorosos aplausos! Bjs

    3637204?profile=original

  • Belíisimo!! Um espetáculo em versos!!!

    Parabéns!!!

    3636647?profile=original

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