O som côncavo dos cascos do gado
Ecoa na distância da hirsuta mata
Na trilha de barro batido e alongado
O canto dos pássaros em coro desata
Uiva o vento de setembro em cheio
Trespassa errante por todo arvoredo
Dobra as palmeiras quase ao meio
Enche a bicharada de tensão e medo
O vaqueiro entoa o matutino aboio
Tangendo a manada rumo ao açude
O cavalo salta sobre sonolento arroio
O sol abrasa em toda sua plenitude
Os cajueiros oscilam todos floridos
As galharias expõem caju em brotos
Aves adejam com extremos alaridos
Os carneirinhos peregrinam absortos
Rui Paiva
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Outro belo e maravilhoso poema. Um momento especial de inspiração. Parabéns Rui.
Destacado!