>ESTIRPES INDÍGENAS<

Pelo sangue que corre nas nossas veias vovó
Não me santifique o choro nem a tristeza
Santifique todos os dias o meu contentar
Santifique o meu espírito voando livre.

Não deixe que os inimigos destruam os indígenas
Santifique o meu decifrar nos enigmas da floresta
Entre as folhas secas andastes sem fazer barulho
Ensinastes-me observar quem reside nas sombras
E como andar sem medo de ser ferido pelos tigres
Entendi o lamento do doído canto da juritipiranga.

Santifique o meu escudo invisível
Na defesa das flechas arremessadas
Santifique o dialeto que trago na mente
Santifique minha pele onde suas mãos
Desenharam símbolos de nossa cultura.

Não me santifique o desumano combate
Sagrado seja o não uso da pintura de guerra
Bendiga as chamas no meu corpo após morte
Livra-me do apego terreno para acreditada
Reencarnação em diferentes vidas.

SAM MORENO



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Sam Moreno

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Comentários

  • Muito lindo! Um poema forte, de conteúdo também forte,

    que traz à lembrança a vida aguerrida dos nossos ascendentes,

    pois temos sangue indígena a correr nas nossas veias... minha

    bisavó era índia! bjs.

  • Ual! Fenomenal!
    Tiro meu chapéu mil vezes para você, poeta!
    Abraços carinhosos.
  • 3588045?profile=original

  • Um poema magnífico. Eu tenho descendência indígena. Aqui convivemos com os índios Mundurukus. tenho muitos alunos descendentes.

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