EU

 

Um dia quero ser outro.

 

Terei tempo

Para criar-me.

 

E sobre a arte de ser,

Falar-me.

 

Deixarei de lado

A sonolência do poeta.

 

Sairei para um mundo

Que não me conhece.

 

Sem o complexo dilema

Do poema.

 

Livre para ter

E sentir

O ir e vir

Do nada.

 

Não escolherei ser sombra

Ou reflexo.

 

Serei o sexo,

Ou o amante?

 

Entre os loucos

Serei o irmão de fé.

 

Pausa para o ato

De lavar as mãos,

Pilatos no café.

 

Crucificarei o meu passado

E o outro eu criado

Será lindo.

 

Liberdade para ter todos os nomes.

 

A simplicidade das borboletas.

 

Tetas da natureza

Alimentarão meu corpo.

 

Homem, mulher, criança,

Definições patológicas,

 Não quero contexto.

 

Terei 33 anos

E ainda estarei vivo.

 

E se alma houver

Que tenha paciência

E tempo.

 

Nego o conhecimento,

O arrependimento,

A negligência.

 

Quero outro em mim

Que não duvide

De mim mesmo.

 

Mário Sérgio de Souza Andrade – 06-12-2016

 

 

 

 

Votos 0
Enviar-me um e-mail quando as pessoas deixarem os seus comentários –

Para adicionar comentários, você deve ser membro de Casa dos Poetas e da Poesia.

Join Casa dos Poetas e da Poesia

Comentários

  • 3649528?profile=original3649559?profile=original
    3649586?profile=original

  • Se não cremos em nós e vivemos cheios de medos, outros vão se apossando de nossa vida sem percebermos. Lindo poema, mario.

    Parabéns!

    Destacado!

  • Parabéns, poeta, maravilhoso poema, abraços, paz e Luz!!!

  • Primeiro a figura ilustrativa do poema chamou minha atenção, então, resolvi entrar em seu aposento e encontrei esta maravilha de poema!

    Ual!

    Estou rosa de contentamento!

    Vou ficar aqui na torcida para que este "novo EU" seja tão ou mais talentoso que o "EU" atual!

    Adorei, poeta! Parabéns!

    Bjim.

    :)

This reply was deleted.
CPP