Improviso de uma criança


Improviso de uma criança

Nas tralhas do meu sótão
vasculhei entre o cotão
encontrei chapéus de chuva
que invadiam o seu chão.

Sou criança, nunca vi o mar
dos chapéus criei uma imagem
que há muito eu queria brincar.
Sim, era com o mar
sentir as ondas e baloiçar.

Abri todos os chapéus
formei ondas que só eu podia ver
o mar já estava pronto
do barco não podia esquecer.

Não desesperei, alguns chapéus virei
criei um pequeno bote
que me fez sentir criança
feliz, cheia de sorte.

Quando um dia me perguntarem
se o meu mar tem gaivotas no céu
vou dizer que tenho um só meu
construído com chapéus.

Cristina Ivens Duarte

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Cristina Ivens Duarte

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