O espelho

 

Figura ralé, esfarrapada, cambaleante,

que o povo vê e desviando-se ignora,

foste eminente cidadão em outrora,

hoje serve de escárnio ao transeunte.

Ser desprezível, marginal e indolente,

seu vício, é sua mácula denegridora,

o medo, o recato, em sua face aflora,

tornando-a rubro, imperceptivelmente. 

És pesado, triste e cruel o seu fadário,

tens de dia o sol e a noite o orvalho,

como proteção tem simples sudário.

Que és o seu único, amigo e agasalho,

o qual, é para mim um anátema diário,

pois, o vejo quando olho no espelho!
18/03/2016
ILARIO MOREIRA

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Comentários

  • Profundo e maravilhoso amei
    • Obrigado, poetisa, amei sua visita, os seus versos chão cheios de amor, belas obras...Abraços, paz e Luz!!!

  • This reply was deleted.
    • Obrigado, amigo e poeta, por sua visita e pelas palavras, volte sempre que puder...Abraços, paz e Luz!!!

  • Se todos, quando se olhassem no espelho compreendessem que somos todos um elo de uma grande corrente, portanto, extensão uns dos outros, um mundo seria bem melhor. Aplausos para teus verso, Ilario! Bjs

    • Obrigado, poetisa, pelas palavras e pela visita. Beijos, paz e Luz a você!!!

  • Diante do espelho somos o que somos e não podemos virar a face.

    Parabéns pelo teu lindo poema.

    • Obrigado amiga, pela sua visita e pelas suas palavras,

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CPP