Ó tempo cruel...

Ó tempo cruel e tão inclemente
Que pouco se importa
Com a dor que a gente sente

Ó tempo cruel que a sombra da noite
Dentro dos meus olhos não me deixam ver
Os grandes amores, meus velhos amigos
Que em minhas lembranças eu teimo em rever

Brincando nas pedras do velho açude
De águas cansadas tão mortas de sede
Ou mesmo na roça à sombra do umbuzeiro
Ao som da viola no colo da rede

Ó tempo cruel e tão inclemente
Que pouco se importa
Com a dor que a gente sente

Ó tempo cruel que o clarão do dia
Diante dos olhos a mim vem mostrar
Que de lá, distante, longe das lembranças
Amores e amigos hão de me chegar

E hão de me ouvir e seguir meus passos
Entre quatro paredes de fotografias
Da minha existência tão cruel em mim
Ainda que me encharquem os olhos de alegria

Ó tempo cruel e tão inclemente
Que pouco se importa
Com a dor que a gente sente
(Petronio)
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