O ZÉ, CATADOR DE PAPEL

Sou mais um filho de São Miguel
O Zé, catador de papel
Alguns me chamam de Zé Ninguém
Talvez porque eu ando sempre sem
Sem nada que faç’eu mudar de vida
Nem uma perspectiva
Que me valha ver o sol como também
Olhar um olho em cem
E que me faça nele eu me sentir alguém

E ainda que me tratem por irmão
Estando ou não ligados pela fé
Não há quem olhe ou pise no chão
Principalmente o chão que pisa o Zé

O Zé, catador de papel
Que segue atrelado à sua carroça
O Zé, que não paga aluguel
E sente saudades da sua palhoça
O Zé, que passeia pelo céu
Quando avista moça tão formosa
O Zé, que acredita em laurel
E espera que uma alma caridosa

Um dia ainda me chame pelo nome... JOSÉ!
Ou ainda, simplesmente que só clame... Vai Zé!
Talvez minha vida não fosse como é... Pois é!

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Comentários

  • Gostei demais, a estrutura 9/4/8/3 me encantou, outro ponto que destaco são as rimas em todas as estrofes. Meus aplausos para uma espetacular obra.

    Destacado!

  • 3632489?profile=original

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CPP