Divina luz que me inspira
Faça de mim um espectador
Sequioso pelo som da sua lira
E dos arpejos de um anjo tocador
As fímbrias de túnicas angelicais
Umedeçam lágrima e suor que escorrem
Na minha fronte e no cenho vesperais
Hora que certamente decorrem
Entre meus versos os esponsais
Acate o meu fervoroso desejo
De tecer meus ímpetos calorosos
Na hora em que o ocaso revejo
E os pássaros debandam rumorosos
A página celeste de matizes pungentes
E não sem remorso que sejam deveras
Os corações enternecidos e dolentes
O recanto das fervorosas quimeras
Abençoe o meu pão espiritual, Ó Luz!
E refestele meu peito insubordinado
Não feneça sobreposto á trave da cruz
Igual ao meu Jesus Cristinho crucificado!
Rui Paiva
Comentários
Amém! Que lindo.
Que lindo! De uma ternura emocionante.
Teu poema é como uma página celeste. Maravilhoso! Bjs