Porteiro da noite

O porteiro da noite escancarou

o silêncio nascido na vagem

desta poesia

procurando um colo onde

pernoitar no semblante

predador de um beijo

que desperta alucinante

  • Foi benigna tão

farta excitação

quando destranquei a loucura

onde me embebedei de paixão

Converti mílimetricamente

este momento numa pílula

de felicidade colorindo a dor

que descalço momentaneamente

assim

tu envergues minha solidão

conversando tranquila

entre dois gomos de poesia

desordenada em verberação

  • Viver com a meta

já ali neste destino equivocado

é aclamar à marcha do tempo

onde filtramos palavras

movediças

carregando no ventre o

infinito poema transitando

nas avenidas do tempo

tão esquecediças

  • Andarei bramindo toda

a existência latindo em nós

descontente

aconchegando-me ao espiral

de silêncios onde premedito

a vida batendo em sístoles

tão lactentes

esvaziando o átrio deste coração

onde me enfarto com diástoles

tão persistentes

  • Vivo desta contemplação

quase eterna

deixando fibrilhar todo

este agitado poema em constante

arritmia e apelação

alimentando o habitat da razão

onde nossas gargalhadas celebram

o  milagre que acontece

num desejo em constante desfibrilação

Frederico de Castro

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Frederico de Castro

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Comentários

  • 3598787?profile=original

  • Maravilhosa poesia, Frederico, de emocionar a alma.

    3598672?profile=original

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