Presídio de mim

Recordo tudo com a memória

vinculada em mim

Engaveto saudades em prateleiras

disponíveis no passar dos tempos

- Faculto à liberdade todas as

algemas onde imponho

cada presídio cativo dentro de mim

- Deixo pra outros uma

parcela de futuro

onde não cabe mais

a centelha de tempo passado

enterrado…prematuro

- Deixo-me saborear em cada maré

sorvendo a maresia

renascida no invólucro do tempo

apressadamente renovado

desbravando cada madrugada

ao teu jeito… nesse vai e vem

cavalgando nos acordes do destino

que tão aconchegado a mim

acalenta e anestesia

- Escuto nos ventos

outras badaladas em

cada hora onde vago

esmaeço felizes e irrequietas

memórias

deixadas na colecção dos

murmúrios virtualmente

escritos em cada inescrutável

momento da história

- Fugi para sempre

e nem endereço te deixo

sei somente onde plantar

cada detalhe inesperadamente

tatuado na doçura de um sorrido

tão crucial…tão tacitamente

-Perpetuamos instantes

deixando nossas indumentárias

vaporizar-se furtivas

rasgando a noite

com céus adornados de desejos

simétricos, intuitivos

conspirando por entre sombras

desta vida se escapulindo

em versos renovados na amalgama

de tantos abraços que deixei

expontâneamente quase,

quase de improviso


Frederico de Castro
Votos 0
Enviar-me um e-mail quando as pessoas deixarem os seus comentários –

Frederico de Castro

Para adicionar comentários, você deve ser membro de Casa dos Poetas e da Poesia.

Join Casa dos Poetas e da Poesia

Comentários

  • 3596071?profile=original

  • Outro canto de saudades bom demais. Um fado. Um vocabulário e metáforas mais que boas e belas...

     E uma tristeça se plantou em minh`alma

     Beijos

    3596073?profile=original

This reply was deleted.
CPP