Revoada de julho
A quietude da cidade é aterradora...
Todos saíram como pássaros em arribação
atraídos pela água,o verde,o silêncio,
à procura da vida ...
Deixaram suas janelas cerradas
como olhos fatigados e sonolentos.
Seus relógios estão com o ponteiro vermelho
dos segundos movendo-se silencioso,
num ritmo pálido, cansado de si mesmo,
esperando a batida final que jamais voltará
ao momento da partida...
Na rua árvores fálicas encontram
um nevoeiro úmido que borra seus contornos,
dando a sensação de um céu sujo e esgotado.
No domingo retornarão ao cotidiano,a prisão de
suas gaiolas com o torpor da vida ressurgindo
nas ruas, com seu eterno burburinho.
Chegarão com o frio gélido do cansaço no corpo,
nos olhos glaciais; voltando à seus dias,
suas contas, sentindo como se a velhice
chegasse sem pressa e os tomasse de surpresa,
batendo em sua caixa de correio enferrujada...
No calendário do passado os números olham
de relance os dias marcados, esquecidos...
No fim da rua em uma loja de flores_
Mil naturezas mortas...
Marcia Portella_
Comentários
Novamente deleito-me com sua poesía, minha amada Márcia Portela,
Parabéns, minha flor.
Beijos
Nieves, grata por ser generosa ao destacar meu texto...Te abraço
Congratulações pelo soberbo e bilionário ambiente literário.
Sam,grata por estar presente...Abraço
Versos entristecidos num escopo de uma dissertação perfeita.
Aplausos e admiração!
José,grata por seu comentário...Abraço
Angelica,grata por sua presença...Te abraço
Depois de uma torrente, o solo encharcado e todos os destros que ficam, igual na vida quando os problemas nos consomem. Lindo e reflexivo.
Edith,grata por estar presente...Te abraço