Tuas íris adamantinas
Prendem-me nos arrecifes do teu olhar
Encantam-me as pérolas de tuas pupilas
Negras contas puras e cristalinas
Refletem os singelos raios de luar
Inferem paragens leves e tranquilas
Queria afogar-me no teu revolto oceano
De ondas volumosas e enfurecidas
Vaguear incólume no teu azul marítimo
Passear a esmo no teu átrio palaciano
Fender as grutas tuas embrutecidas
Ao som do Atlântico e no mesmo ritmo
Esvoaçar teus páramos quais livres pelicanos
Entranhar-me nos teus antros insulares
Fisgar a seiva das tuas plantas aquáticas
Buscar e me expor às linhas dos teus meridianos
Beijar-te a boca ardente até insuflares
Sem precisarmos recorrer às cartas náuticas
Rui Paiva
Comentários
Que coisa mais linda este teu poema, me encantei.
Destacado!