Quando te tiveres ido embora,
Não mais haverá, creio-o, flores,
Apenas searas que choram,
No dia em que tu fores.
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Te guardarei no meu regaço,
Quando chegar esse dia,
Pensar que ao longe eu perdia,
Para sempre o som dos teus passos.
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Lembraste da última vez,
As trovas que cantaste para mim?
Puseste em bicos de pés,
As rosas do nosso jardim.
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E quando a lua prateava,
Na nossa sombra abraçados,
Até a noite orvalhava,
Como dois olhos molhados.
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Tudo ficará como um deserto,
Devaneio, sonho, irrealidade,
Mas,ao longe te sentirei tão perto,
No silêncio, na sombra, e na saudade.
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Cristina Maria Ivens-22-10-2016
Comentários
Grande poetisa! Receba o meu respeito de poeta. Um forte abraço.
Arquimilionário vocabular irretocável!
É verdade, Cristina, tudo fica. Passamos a vida inteira nos angustiando, nos importando com tanta coisa, para perceber, no fina, que a vida é efêmera demais.
Lindíssima poesia.
Destacada.