Silêncios que choram

O meu silêncio chora por dentro,
infiltrando-se nas frestas da minha fonte,
provocando tontura e alucinação.
Silêncios que fazem de mim um pássaro ferido,
impedindo-me de acariciar os céus com as mãos.
Na tentativa de suavizar a minha áurea,
dispo as minhas penas e tento voar.
O voo mudo banha-me por dentro e leva-me com as marés,
acenando as asas aos oceanos.
Esvazio o meu ventre dorido,
espumando pela boca, a minha tristeza inflamada,
desvanecendo o mau hálito do meu silêncio.
A Mãe natureza aparece e inclina o sol na minha direcção,
tornando-me um forno cheio de paixão e fagulhas de alegria.
Senti o meu corpo gritar por dentro, deixando de o ouvir chorar.

Cristina Maria Afonso Ivens Duarte

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Cristina Ivens Duarte

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Comentários

  • Obrigada amiga pelo seu caloroso comentário. Beijinho
  • Impresionantemente belo e triste , querida Cris..

     Parabéns, poetaza.

    Cada verso é magistral, e emociona, faz sentir demais...

     Há muitos silêncios que choram día após dia 

     Espectacular

     Beijos

    3619290?profile=original

    3619316?profile=original.

  • Lindíssimo poema! Esse silêncio que chora

    queima por dentro as alegrias, mas tal qual

    um pássaro, levanta voo para reencontrar

    a alegria, antes consumida! Muito lindo! Bjs.

  • Mais uma belíssima obra!! Parabéns !
  • Que Deus sempre seja uma constante em sua mente para multiplicar as suas letras.

  • 3619174?profile=original

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