Galope à beira-mar
O galope à beira-mar foi criado pelo repentista cearense José Pretinho. Conta-se que ele, após perder um duelo em martelo agalopado, foi retirar-se à beira-mar, e ali, vendo e ouvindo o marulho das águas, imaginou o som de um galope, nesse momento de inspiração criou a modalidade poética galope à beira-mar.
O galope à beira-mar uma décima cujos versos são hendecassílabos, ou seja, possuem 11 sílabas poéticas. José Pretinho, manteve o mesmo esquema rímico ABBAACCDDC usual do martelo agalopado.
Portanto, o galope à beira-mar é formado por uma ou mais estrofe(s) de 10 versos hendecassílabos, com o ritmo de tônicas nas posições 2, 5, 8 e 11, ou seja, um iambo e 3 anapestos. O galope à beira mar deve terminar, sempre, com a palavra mar ou com o termo galope à beira mar.
Ex.:
Voz do poeta
Os versos cantados, mensagens de amor, - (A)
Transmitem as dores, algozes do peito – (B)
E deixam prostrados, sem clima e sem jeito, – (B)
Quem busca o consolo e a ilusão de supor – (A)
Que a vida é mais bela na voz de um cantor. – (A)
A voz de um poeta, perdido ao luar – (C)
É um grito da alma... O poder de falar – (C)
Da angústia, dos medos, dos males, da vida – (D)
Da sorte distante, esperança perdida, – (D)
Das lágrimas quentes, salgadas qual mar. – (C)
Carlos Alberto Fiore
Detalhes
Exemplo de um verso hendecassílado = verso com 11 sílabas poéticas:
Os/ ver/sos/ can/ta/dos,/ men/sa/gens/ de a/mor
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
As sílabas tônicas grifadas (2, 5, 8 e 11) seguem em todos os versos.
Rimas:
A (Amor, Supor, Cantor) – B (Peito, Jeito).
C (Luar, Falar, Mar) – D(Vida, Perdida).
Fontes para pesquisa
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