Tudo acabado.
Nem quero ter alguém que me abrace.
Um lugar onde encostar a cabeça cansada:
Uma pedra,
Um sofá,
Um leito...
Areia,
Uma grama fresca...
Um horizonte, um túnel
Onde divisar uma luz
Por menor que seja.
Estou desfeita, deixada,
Entregue, sem defesa,
Uma folha ao vento
Se dirigindo ao esquecimento,
Ao obsoleto da vida que se esvai.
Um som me resgata
Do turbilhão, do redemoinho
Que me suga a vida, o sangue, a vontade,
Uma cantiga de ninar: “é doce morrer no mar”
Um despertador
Chamando-me como a sirene da Escola
A despertar os sonhos mais infantis,
Como se o pai me tomasse nos braços
Fazendo-me adormecer, com sua voz forte e firme
“...nas ondas verdes do mar”
Uma força estranha me eleva, sou acolhida, amada,
Num passe de mágica:
" Das cinzas apagadas, renasço em labaredas "
Respostas
Belíssimos versos!
Que lindo teu poema. A fé deve prevalecer em tudo e a esperança se faz presente.
Aplausos, maria Helena.
Parabéns!