Posts de Carlos Manuel Correa da Silva (865)

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Berçário da noite

Do lado de fora de minha janela da sala
A lua recheada de um poder inevitável
Faz me sentir uma peça inerte sem fala
Talvez para que as palavras sigam ao papel

E até que elas o encontrem são obrigadas
A cumprir andanças por campos tão floridos
Quanto solitários buscando mil rimas nas estradas
Parando nos bares procurando lares versos proibidos

Do lado de cá de minha janela eu penso em você
Suave e embriagante como whiskey do Tennessee
Algumas vezes embriagado tenho algumas dúvidas
Se é pelo álcool ou por seu olhar volúpia incontida

Então as palavras uma a uma vão formando versos
Povoando o que a garrafa vazia diz ser um berçário
Ali elas aguardam para seguir sua jornada no universo
Sonham travessas tristonhas trancadas em armários

Ou seguindo a magia das rotas das correntes marítimas
Alimentadas por cada lágrima das pessoas que a noite aproxima

Deus abençoe os mistérios da noite
Carlos Correa

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Aromas pelo tempo

Seria uma emoção sem precedentes
Teclar versos ao longo da Côte d’Azur
Ter o mediterrâneo bem à minha frente
E pela manhã ouvir você dizendo Bonjour

A forma que tenho de visitar o passado
Deixando-me levar pelas velhas canções
Ouvindo o apito do trem pelas estações
No bouquet do vinho que bebo ao seu lado

Te levarei pelas flores dos campos de lavanda
A noite nos divertiremos numa viva badalação
Andaremos na praia depois do café na varanda
Beberemos champagne e te amarei com paixão

Deus abençoe as memórias que não lembramos
Carlos Correa

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Janela dos sonhos

Passei por aqui em sua janela
Notei que estava ali dormindo
Fiquei te vendo assim tão bela
Um sonho bom estava sorrindo

Pensei num beijo mas não o fiz
O beijo precisa ser aquele abraço
De duas bocas desejando ser feliz
Um desejo inteiro não um pedaço

Vou falar sussurrado em seu ouvido
Sonhe comigo até que me encontre
Ouça minhas palavras tudo que digo
Sinta meu toque sinta em seu ventre

Passei por aqui pousei em sua janela
Deixei uns versos em sua penteadeira
Sei que não é mais assim o nome dela
Se quiser venha te leio a poesia inteira

Deus abençoe os seus sonhos
Carlos Correa

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Caminhos secretos por dentro da noite

Algumas vezes precisamos ser ousados
Dar uma oportunidade para o coração
Ouvir os tambores batendo do outro lado
Te dizendo vai lá pegue a palheta e o violão

E eu entrei noite adentro

Algumas vezes temos que nos dar valor
Reconhecer que podemos ir adiante vencer
Fazer do whisky um parceiro não um confessor
Os anjos têm formas peculiares de assim nos dizer

Segui os batuques que vinham da noite

Em tempos de ontem tinha a audácia de um tsunami
Não havia obstáculos mas destruí sem ter a intenção
Pouco importa afinal continua se chamando destruição
Aprendi a controlar o mal me trancando bem aqui

Mas algumas vezes precisamos libertar a ousadia
Ali bem no centro da noite desalgemo meu coração
Tenho as vozes os tambores as guitarras e as fantasias
Onde você gira e dança arrancando versos de minha mão

Deus abençoe os caminhos secretos dos anjos
Carlos Correa

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Sonhos respingados de Bourbon

Eu olho o mundo o vejo caminhar
Passos largos em busca de jovens
Sonhos novas ilustrações no lugar
De imagens que não mais comovem

Meus antigos solos continuam vivos

E enquanto esse mundo segue à frente
Percebo que já não mais o acompanho
Presto mais atenção um olhar diferente
Aos poucos vou me afastando do rebanho

Meus antigos solos continuam firmes

E apesar do prazer inenarrável de sentar-me
Neste canto escuro acompanhado do Bourbon
E do choro das clássicas guitarras penso em você
Sinto um calor maduro meu perfume em seu batom

Enquanto antigos solos continuam me levando ao mar

Decido então continuar aqui no escuro escondido
Admirando o céu espreitando as estrelas cadentes
Sonhos que passam ligeiros caem num lugar perdido
Enquanto eu fico aqui neste canto escuro e transparente

Mas os meus solos renitentes insistem em me trazer sonhos

Deus abençoe os sonhos dos que ainda tem tempo
Carlos Correa

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Versos de salão

Eu vim nesta noite de ventania
Trazendo esta simples intenção
Mostrar que mesmo nestes dias
Amor e poesia vão além da ficção

Então vem segure firme a minha mão
Dance comigo faça versos com passos
Me ame com os olhos esqueça o salão
Gire e voe até as estrelas lá do espaço

Acenda todas as sinapses de seu corpo
Deixe que role toda aquela eletricidade
E num beijo vai subir até chegar ao topo
Te farei luz criando um apagão na cidade

Dance comigo sobre o chão de nosso quarto
Seja qual for o ritmo twist soul pop até tango
Nesta noite seremos a poesia temos este trato
Aceite o champagne não esqueça os morangos

Deus abençoe as juras
Carlos Correa

 

 

 

 

 

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Um bar no vazio de uma noite de terça-feira
Um copo cheio no meio de uma noite quente
Entre o Blues e a solidão vem a canção e beira
Tipo uma alucinação ela surge bem à minha frente

As luzes se apagam como o dia que vai e adormece
Com o dedo nos lábios exige silencio pega minha mão
Sem resistir estou no meio do salão e tudo acontece
Tão rápido contrasta com os movimentos de sedução

O ritmo de um confronto onde os passos revelam
Segredos unidos por um quadril com a chama acesa
Serpenteando minha sanidade até que se encontram
Mãos e bocas te levo de volta e a coloco sobre à mesa

A mesa de minha sala ...amanheceu quarta-feira

Deus perdoe as memórias de um bom Bourbon
Carlos Correa

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Sonhos de botequim

Foi numa noite estranha que eu vi
O céu rasgar ali estavam os sonhos
Das pessoas que eu nunca conheci
Flutuavam cheios de fé eu suponho

Não me contive olhei mais ao fundo
Alguns fechei rápido fiquei acanhado
Era como ler cartas nuas num segundo
Eu via desejos noutro sonhos acabados

Até que percebi todos eles eram meus
Nem lembrava da maioria dos pedidos
Pássaros feridos cowboys sem chapéu
Fotografias esquecidas refúgios perdidos

Mas reconheci seu perfume se movendo
Um sonho lindo que sempre esteve em mim
Trouxe ele perto e dei-lhe um beijo refazendo
Meu pedido você valsando ao som dos bandolins

Deus abençoe os sonhos de cada um
Carlos Correa

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Atrás dos menestréis

Eu sei que posso ser um velho tolo
Acreditando nos versos que desenho
Seguindo os bardos como símbolos
Antigos menestréis e seus engenhos

Vejo pelos olhos dos velhos e crianças
E o mundo não parece ser tão colorido
Perdemos valores em nossa lembrança
Retornam num tempo quase esquecido

Fico triste desiludido mas aí eles chegam
Com suas flautas cítaras cordas e teclados
Nos ensinando versos de amor que teimam
Em dizer que o amor não é coisa do passado

E ainda que eu sinta uma dor que tortura
Que veja tanta maldade e frieza espalhada
Quando me visto de canção vão as agruras
Ficam as linhas que me guiam nesta estrada

Deus abençoe o amor que sempre
Encontrará o Caminho
Carlos Correa

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Pétalas da noite

Eu vim até aqui nesta noite de lua
Escrever um ou dois versos bobos
Escondê-los num sonho levar à rua
Vento vai logo corra como um lobo

Leve até lá antes que ela adormeça
E o vento entrará pela janela aberta
Devagarinho irá soprar em sua cabeça
Um ou dois versos um beijo a oferta

De um sono sob um céu de pirilampos
Coisas assim simples como as pétalas
Que florescem sobre um vasto campo
Onde você uma flor rara é a mais bela

Deus abençoe os sonhos
Carlos Correa

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Voo livre

Há pessoas que sentem saudade
Sentem a dor e procuram a noite
Decidem se afastar de sua cidade
Mal veem que aceitaram o açoite

Há pessoas que escolhem o rancho
Fogem dos medos da queda d’agua
Vivem nesse sereno em seu remanso
Mas seus cercados são feitos de tábuas

Foi o orvalho assíduo de suas lágrimas
Que fez ceder a madeira o libertando
Como se fosse uma ave trocou a lástima
Pelo voo livre e bateu suas asas cantando

Voltou ao centro de sua linda cidade
Sorriu reescreveu uma antiga poesia
Aquele olhar triste já não mais existia
Reconstruiu o ninho fez dele majestade

Hoje se chama felicidade....

Deus abençoe as canções que vêm da viola
Carlos Correa

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A Dama da Colina

Talvez eu veja o mundo de outra forma
Isso não me faz alguém melhor ou pior
Fiz coisas ruins muito longe das normas
Salvo por uma dama de um plano maior

Eu a vejo no alto de uma colina cuidando
De mim como se tivesse a certeza de que
Sozinho não teria chance longe do bando
Seria derrotado não perderia meu sotaque

Por isso ela deixou sementes em meu bolso
Esperou que germinassem e aos poucos via
O mundo do jeito daquelas canções que ouço
E por elas a dama da colina dizia o que queria

Pelos seus olhos eu conheci as sereias do mar
Dediquei-lhes minha devoção visitei lá no céu
As estrelas as que já haviam retornado ao lar
Fiz o que ela pediu e a noite escrevo em papel

Sei que do alto da colina ela sussurra bom dia
E boa noite sinto seu perfume através do vento
Alguns me julgam tolo por ter este sentimento
Mas sei em meu coração nada disso é fantasia

Obrigado meu Deus pela Dama da Colina
Carlos Correa

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Nos confins de uma noite escura

Eu queria conseguir falar sobre o amor
Mas mesmo que eu talvez conseguisse
Eu estaria falando sobre você seu sabor
O tempero do olhar até chegar a velhice

E quando a gente mistura os ingredientes
Picantes de uma paixão que tem a receita
Escrita no encontro de corações ferventes
O resultado só poderia ser a noite perfeita

Mas eu explicava sobre minha vã habilidade
De falar sobre o amor e isso me lembra que
Escrevi versos e alguns deles me dão saudade
Mas nada que se compare ao seu doce toque

Falar de amor é só para os Poetas apaixonados
Aqueles que olham para o mundo com lentes
Cristalinas que buscam nos sonhos os Sábados
De juras mãos dadas até vir o Domingo fremente

O amor quando encontra uma folha em branco
A toma para si não escrevendo palavras bonitas
Ele imprime emoções paixões sentimentos francos
Que levam consigo as mais lindas causas já ditas

Mas um dia quem sabe eu consiga ser assim
Pode ser que venha o vento a pedido do mar
Enquanto isso fico com meu copo nos confins
Dos que sonham procurando no real esse lugar

Deus abençoe os que mantém a inocência
Carlos Correa

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Pequenas Tolices

Talvez eu tenha sido um romântico
Quem sabe foi no tempo das flores
Quando nos festivais e seus cânticos
Nos perdíamos em mil e um amores

Ou talvez não posso só ter sido Don
Juan buscando nas canções a chance
De sentir os vários sabores de batom
Um disfarce para colher um romance

Uma onda do mar que tocava sua mão
E sempre recuava depois do Sul e Norte
Até que um dia chegou veloz de supetão
Essa razão trancafiou-me sem passaporte

Cresci virei gente o romântico adormeceu
As Cocas e Fantas da noite viraram Vodka
E o romântico adormecido foi se ofereceu
Às estrelas buscou perdão por uma época

Encontrou na madrugada as vozes da Poesia
Onde aquele último romântico ainda oferece
Flores do campo em forma de versos e fantasia
No fundo cada rima cada palavra é uma prece

Esta é uma simples obra de ficção e insanidade
Pequenas tolices que a gente esquece mas tem saudade

Deus abençoe os gente grande
Carlos Correa

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Poema molhado

Há uma linha que divide meu corpo
Aquela que vive na superfície do mar
Lógica irônica não vai longe do porto
Precisa de oxigênio e poderá respirar

Uma parte que luta que tenta a cada
Dia ser um pouco melhor se redimir
Dores que infringiu no fio da espada
Que sabe que não há para onde fugir

Uma parte que não é só minha...

Mas quando chega a noite mergulho
E quando vejo que as luzes se foram
Fecho meus olhos e o único barulho
Não será dos medos que me apavoram

Ficam as canções e os versos molhados
Que escrevo faço deles a parte de mim
Que vive submersa o texto apaixonado
Que não aprendi a escrever deste lado

Uma parte que é só minha....

Deus abençoe esta noite o resto está na canção
Carlos Correa

 

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Coração febril

Existem canções que apenas continuam ecoando
E pouco importa se chove ou se você está sorrindo
Os versos simplesmente voam soltos um bando desordenado
Que não pede licença ou por favor um rebanho que perde o guia

Elas doem e você não faz a menor ideia do porquê
Assim como a gente para e olha para a lua cheia
Sob um poder que não consegue definir de onde vem
A canção te paralisa e o que te mantem vivo dentro de si

É o coração febril que busca desesperadamente o controle
Canções de um amor que está muito acima de nossa carne
O amor dos que sonham dos que não conseguiram se proteger
De uma sensibilidade que faz da lágrima um instrumento de corte

Então hoje os versos abandonaram as rimas que ficaram caladas
Respeitando a explosão de sentimentos esperando que o toque
Dos anjos aquietem o espírito devolvam à serenidade a luz que
Se apagou numa valsa interrompida e que continua ecoando e ecoando

Deus abençoe os que se acham impróprios...
Carlos Correa

https://www.youtube.com/watch?v=uprNu4Z2hOY

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Um modo de alcançar

Tenho medo quando sinto toda a imensidão
Do universo dentro deste corpo envelhecido
Meus sonhos são como galáxias na escuridão
Se afastam de mim num rumo que foi perdido

Ficaram uns esquecidos no bolso de sonhador
Como cartas escritas num tempo já amarelado
Linhas que resistem teimosas borradas de licor
Um perfume doce que sinto dormindo acordado

Tenho a impressão de que possa ter amadurecido
Me preocupo mais com o tempo chamado agora
Do que com as cartas com endereço desconhecido
Mas contrasta um moleque que não quer ir embora

Cedo ou tarde terei de voltar às profundezas do mar
Talvez eu tenha a chance de escrever algumas linhas
Ao voltar à superfície saberei onde irei te encontrar
Estre as estrelas reconhecerei seu brilho minha trilha

...até que possa te alcançar...

Deus abençoe os que ainda sonham
Carlos Correa

https://www.youtube.com/watch?v=WsyVE0RhAd8

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A fada e o vagabundo

Algumas vezes eu poderia gritar para o mundo
E lembro que ele não tem obrigação de me ouvir
Resolvi falar baixinho você a fada eu o vagabundo
Contei coisas quase segredos até fazer você dormir

E quando seus olhos cederam dei-lhe um beijo suave
Para não te acordar era tarde corri até a minha janela
Avisei a estrelas para não se preocupar foi nada grave
O céu teria de esperar quem sabe ponham ali uma vela

Talvez não percebessem sua ausência mas eu sentiria
Naquela noite enquanto dormia fiz um poema de amor
Sussurrei os versos em seus ouvidos quem sabe haveria
Uma chance de entrar em seus sonhos se tornasse flor

E lembrasse cada vez que o vento soprasse ao amanhecer o dia...

Deus proteja os vagabundos porque as fadas já vieram do céu
Carlos Correa

https://www.youtube.com/watch?v=FFGcXFW8bwM

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Sem Juízo

Eu queria que a noite me trouxesse um presente
E francamente tenho muitos na minha imaginação
Poderia pensar em mil e uma coisas bem diferentes
Talvez quem sabe os versos daquela formosa canção

Acho que não...

Poderia ponderar sobre suspiros em lençóis de cetim
Te vestir de prazer depois despi-la e vesti-la mais uma vez
Eu queria pedir que a madrugada gentil lembrasse de mim
Mas não deixa assim quem sabe sorver um cálice de xerez

Poderia então ser bem mais altruísta e pensar no mundo
Pedir para noite inspirar todos os poetas e fazer do amanhecer
Sorrisos e glórias que as pessoas possam por apenas um segundo
Experimentar a felicidade que as crianças possam brincar pra valer

Acho que eu deveria sim...

Mas eu vou pedir desculpas e hoje vou pedir algo mais elementar
Não por favor não me chame de egoísta por pensar só hoje em mim
Me deixe ser fraco só por uma noite eu queria estar perto e te olhar
Passar as mãos em seus cabelos chegar bem perto até você dizer sim

Deus abençoe os infinitos da imaginação
Carlos Correa

https://www.youtube.com/watch?v=91a9pRnEDKk

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Old Whiskey

Noites e mais noites buscando o equilíbrio
Desperdiçando bons whiskeys e Bourbons
Eu ouvia ei cara para com esse desperdício
Levante-se e vista seu melhor Louis Vuitton

E foi assim que passei apreciar meu Kentucky
Envelhecido como eu mas trazendo uma doçura
Perdida por entre desvios e erros que eu cometi
Ainda assim não estava pronto e sair na procura

Velhos whiskeys mantém sua tradição devolvendo
Ao corpo doente o espírito que estava sofrendo

Velhas histórias mas quando bateu em minha porta
Trazendo um sorriso arrependido e dois copos com gelo
Me fiz de durão por uma ou duas doses mas o que importa
No final da noite tinha você de volta minha mão em seus cabelos

Velhos whiskeys mantém sua tradição
Trouxeram você de volta ao meu coração

Deus abençoe os caminhos tortos mas bebam com moderação
Carlos Correa

https://www.youtube.com/watch?v=7d3jK2L6jLo

Saiba mais…
CPP