Posts de Mena Azevedo Leite (397)

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Universo

             Universo

 

      Uni meu verso

      Nesse universo

      Transcendental

      Onde brilha o sol

      Na beleza da luz

      De outros astros...

 

      A nostalgia do ocaso

      Também é bela

      Na luz que transcende

      Tudo que a vida sela

      O que é terno e eterno

      Na essência mais pura...

 

      O sonho é eterno

      E tem o tamanho

      Do universo todo

      Onde crepita o fogo

      Das paixões etéreas

      Que sustentam o jogo...

 

      Na plenitude do amor

      Busco a sua essência

      No Deus onipresente

      Que na sua excelência

      Vê meus sonhos crescentes...

      Mena Azevedo

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Terra rasgada

 

Terra rasgada

 

Com os olhos rasos de tanto chorar

Entoo meu canto que é mais lamento

Pela fome, pela sede, pelo sofrimento

De uma gente que não sabe mais falar

Das suas necessidades mais prementes...

 

Terra rasgada pela omissão, devastação

Por mãos ambiciosas que usam o poder

Terra rasgada pela seca que deixa sofrer

Homens que ainda trazem no coração

Uma doce esperança em ver tudo florescer...

 

Um fio de água que canta dolente molha

Lavoura de subsistência que ainda teima

Torrada pelo sol causticante que queima

Olhos e pés de um povo faminto que olha

A semente na terra ressequida, quase morta...

 

Terra rasgada, terra pelo sol ardente calcinada

Que traz a aparência de um campo destruído

Pelas armas nucleares que deixam despido

O corpo e a mente confusa, vazia e obnubilada

De uma gente que vive na miséria, mas imbuída de fé.

 

Mena Azevedo

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Não sou a voz

Não sou a voz

 

Não sou a voz que escreve a poesia

O pensamento chega no vazio

Do tempo que transcorre sem alegria

Desde o momento em que o amor sumiu.

 

Mas o poema está dentro de mim

Vago, sem alma e cor, sem sensação

Que dê algo eficaz, que traga o fim

De uma dor que machuca o coração.

 

Sou o canto, mas não sou o autor

Sou o pensar tristonho, não a voz

Que voa pelos ares como flor.

 

Por isso meu sentir não tem a cor

Do arco-íris do céu, do voo veloz

Dos pássaros que cantam sem temor.

 

Mena Azevedo

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Advento

Advento

Estamos vivendo o Advento

Tempo de preparar o nosso coração

Para o Natal que deve estar dentro

De nós para vivermos valores cristãos.

 

O Salvador virá e uma alegria expectante

Marca cada dia de nossa vida

E bom que estejamos sempre vigilantes

Nesse tempo de espera e conversão.

 

Para o Natal ser belo, deve ser solidário

Não nos acomodemos, sejamos Igreja

 Viva, fraterna para comemorar o aniversário

De Jesus Cristo com esperança e entrega.

 

Apreciemos a beleza escondida no amor

No esforço dos pobres que regam a terra

Que derramam o suor da sua luta, do seu labor

Na terra árida onde o sentimento encerra.

 

Que o nosso coração esteja preparado

Para acolher Jesus, o filho amado de Deus

Que no ventre de Maria foi gerado

Para ser presença na vida dos filhos seus.

 

Mena Azevedo

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Mar de sonhos

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Mar de sonhos

Solenemente o mar recua, avança

E trava luta com as pedras lisas

Os sonhos vão e voltam, há divisas

Separando a onda que ali se lança.

 

Num ir e vir com muita pressa deixa

Para trás das espumas borbulhantes

A fantasia que mantinha antes

Ao desfazer o sonho numa queixa.

 

E o rugido do mar se acalma assim

E a procela que toca o coração

Entontece e dispara nessa hora

 

Deixa a face pintada de carmim

 Ante os sonhos desfeitos na emoção

Olha em volta e calada vai embora.

 

Mena Azevedo

 

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Na praça

Na praça

 

Debaixo do caramanchão florido, vivia feliz

Eram flores que emanavam suave perfume

Na infância com a companhia que sempre quis

Vivendo a fantasia e a quimera como meu lume.

 

Olhava o céu e apontava as inúmeras estrelas

No infinito, até onde meus olhos as podiam ver

Imagens reluzentes em mim, como esquecê-las?

Se tudo ficou gravado entre o querer e o poder.

 

Nos folguedos infantis não faltava a presença

Da musa dos poetas, romântica e prateada lua

Que me encantava com a sua claridade intensa

E me convidava para as brincadeiras lá da rua.

 

Eram companhias inocentes, sonhos pululantes

Que me atraíam nessa fase de plena efervescência

Cantigas de roda em meio a pensamentos distantes

Embalados nessa hora por uma  maternal presença.

 

Era a pré-adolescência, onde vivia o prazer de brincar

Não somente os divertimentos pueris sob a luz da lua

Mas também o sonho de cruzar o espaço, subir, levitar

Como as andorinhas, seguir seu voo com a face nua.

 

Mena Azevedo

 

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Sonho atropelado

Sonho atropelado

 

Meu olhar encontrou o seu olhar

E uma voz trepidante atropelou

O sonho que vivia a embalar

Sentimentos do meu interior.

 

No início do arrebol não pude ver

Em pura exaltação do meu amor

Fundido na existência de um querer

As cores de alegria, de fulgor.

 

O sonho malogrado, já sem cor

Mudança de oásis em deserto

Confina-me a ilusão, fico mais perto

 

De sufocar-me numa fina dor

Sonho despedaçado, só desgosto

Reflete no oceano do meu rosto.

 

Mena Azevedo

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Mensagem à Mãe Imaculada



Mensagem à Imaculada Conceição

Hoje te saudamos, o’ Maria
Mãe da Imaculada Conceição
Que num gesto de amor e alegria
 Atendeste o teu Deus com devoção!

O’ Imaculada Senhora da Vida
Presente no coração dos teus filhos
Que partilham contigo as nostalgias
Nas angústias e diante dos empecilhos!

Mãe de amor sem medida
Que o teu silêncio esteja presente
Em nós como esteve em ti
Quando foste a escolhida!

Teu amor inefável nos guia
Para carregar nossa cruz
Dá-nos alento se o coração silencia
Na aceitação da dor como o fez Jesus!

Na dor do teu Filho crucificado
Estavas presente em todos os momentos
E não te lamentavas; ficavas a Seu lado
Até a consumação da dor e do sofrimento!

Quando sentimos o teu coração abrasado de amor
Cantamos, o’ Senhora do silêncio, hinos de louvor
A ti, Mãe Querida, pela graça de seres também
Nossa Mãe e Mãe do Nosso Salvador! 

Mena Azevedo

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CORAÇÃO PARTIDO

Coração partido 

 

Fecho a porta do eu desfigurado

Somente a solidão faz companhia

A minh’alma que chora noite e dia

Submerso em tristeza, sonho alado.

 

Nas fronteiras da vida vi seu vulto

Envolto em sofrimento e nostalgia

Desvendei o mistério, já não via

A luz que em meu viver fugiu num susto.

 

Minh’alma num afã se redescobre

Levita em estranha cor, em transe cai

Dança e sai à procura, com véu cobre

 

O rosto agora pálido, só dor

Um coração partido sobressai

E o eflúvio da vida se evolou.

 

Mena Azevedo

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Natal da minha infância

Natal da minha infância

O Natal se repete a cada ano
Na vida da gente
Natal de criança, Natal de adulto
Que vem de repente ressuscitar a infância
E trazer à lembrança
Os natais que aconteciam
Na simplicidade e na alegria
Envoltos na fé e na esperança.
Não havia presentes caros
Às vezes nem presentes
Porque o presente maior
Era a alegria de vestir vestido novo
De ajudar a armar o presépio
Depois sair para visitar
O Menino Jesus
Que nascera há muito tempo
Na cidade de Belém e nascia todo ano
Na casa das tias e dos vizinhos
Das amigas da mãe, já nem me lembro...


As visitas eram alegres e divertidas
Porque a infância daquele tempo
Alegrava-se com a simplicidade da vida
A televisão não era ainda
Esse aparelho de vinte e quatro horas
Com mensagens apelativas, cenas de violência...

Não havia a Internet que trouxe as Redes Sociais

Absorvendo o tempo de adultos, adolescentes e crianças

Sem nenhum controle dos pais, que não orientam seus filhos

Sobre o que é útil e sobre o que corrompe as mentes em formação...

Celular não existia!

Chegou para facilitar a comunicação entre as pessoas

E tornou-se uma companhia inseparável!

I Phone, Smartphone trouxeram o WhatsApp que não dá trégua...

Grupos surgem todos os dias e ninguém dá conta

De ler tantas mensagens e mandar outras...

E as crianças de hoje estão bem ligadas em tudo isso!

O verdadeiro sentido de Natal não tem mais o brilho de antes

 O comércio, mais simples, não trazia
Essa parafernália de brinquedos eletrônicos
Que deixam as crianças com a mente preguiçosa...

Elas não sentem mais o encantamento

Da noite de Natal, do Presépio armado na sala.

Tudo era modesto, mas tão verdadeiro!
Até o amor dos pais que não se externava
Através de brinquedos caros e exóticos
O Natal de hoje tomou a rota do consumismo
Que contagia adultos e crianças.
É do Natal dos presépios que tenho saudade
Porque o Deus Menino é o Deus
Que me acolhe e que invade...

É o Deus que está presente
Em todos os lares, ricos e pobres

Desde que você o deixe entrar...

Mena Azevedo

 

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Acróstico do Advento

ACRÓSTICO DO ADVENTO


A leluia! Aleluia! Paz e Amor!
D eus Menino veio ao mundo
V azio de honraria e de temor...
E nviado para um fim profundo
N ão temeu os ricos e poderosos
T rabalhou na messe do Senhor
O fendido pelos grandes, não os odiou.


Mena Azevedo

 

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Ébrio de amor

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Ébrio de amor

 

No olhar dissimulado, o desejo de ser mais

Em profunda embriaguez, transbordou a taça

Na avidez de beber o néctar sedutor como faz

A abelha que voa ao redor da flor com sua graça.

 

Ébrio de amor constrói o sonho de chegar ao ignoto

Subir ao cume da colina, trazer o néctar que o seduz

Nesse mistério que alimentará seu anseio remoto

Numa viagem cósmica que o levará ao encontro da luz.

 

Era a percepção que o fazia crer no amor sublime

Um amor que se escondia atrás da montanha além

Não era um panorama vazio, mas algo que redime

O espírito que sofre e chora e as lágrimas retém.

 

E o amor? Onde estaria mesmo esse suposto amor?

Estava ébrio de um desejo que há muito o perseguia

Quando escalou o espaço íngreme e em triste clamor

Fez um apelo à divindade e, nessa hora, sua alma partia.

 

Mena Azevedo

 

 

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Menina-moça

 

 

 

 

 

Menina-moça


Menina inquieta
Cadê a boneca
Que o papai lhe deu
Naquele Natal
Onde a escondeu?

Menina sapeca
Cadê a peteca
De couro curtido
Da cor do vestido
Tal qual arco-íris?

Menina dengosa
Cadê o sorriso
Aberto, disperso
Na face graciosa
Que inspira o verso?

Menina bonita
Cadê sua fita
De seda bordada
Que enfeita os cabelos
De mechas douradas?

Menina airosa
Cadê o vestido
De renda escocesa
Da cor de uma rosa
Com fita francesa?

Menina cheirosa
Cadê a loção
De aroma gostoso
Que exala da mão
Num gesto vaidoso?

Menina crescida
Cadê os brinquedos
Que não os vejo
Desde muito cedo
Já não brinca mais?

Deixou a boneca
Também a peteca
E os outros folguedos
Diz, então, menina,
Qual é seu brinquedo?

Agora, menina
Por que não se atina
Com a realidade
Do tempo em que vive
E diz a verdade?

O novo brinquedo
Que chega mais cedo
Não é um presente
Nem algo perfeito
Que nasce no peito.

E a menina fala
Desse novo brinquedo
Que mexe com a alma
Que causa enlevo
E faz perder a calma.

E o novo brinquedo
Diverso dos outros
É de carne e osso
Que às vezes dá medo
Mas é um colosso!

 Poesia infantil dedicada às adolescentes

Mena Azevedo

 

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A canção terminou...

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A canção terminou

 

Foi embora a minha canção

Que morava, há muito, em mim

No âmago do meu coração

Que hoje se digladia e faz motim

 Para afastar essa verdade enclausurada

Entre tantos encontros e desencontros

 De uma paixão que em mim ficou aninhada...

 

Liberto agora das amarras essa verdade

Que permeia meu ser em transe

E rompe as algemas da insolente vaidade

Com o semblante que franze

Ante o olhar sisudo do maestro

 Que faz minha canção parecer mais leve

Ao tocar nas partituras do meu estro...

 

 Partiu a minha mais doce emoção de viver

Com ela tocava a vida em devaneios

E dentro do meu ser a melodia

Mais terna me embalava sem rodeios

O coração que, com certeza, não queria

Falar nessa hora de despedida

 Dos sentimentos que foram seus esteios...

Mena Azevedo

 

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Etérea Claridade

 

Etérea Claridade


Da imensidão do céu azul
desce em espiral
sobre a terra
“Divina Luz”.
Esparge em profusão
raios dourados
sobre o corpo sofredor
“Doce Jesus”.
Vem suavizar a dor
que nasce da cruz
e consome esse ser
“Mestre do Amor”.
Verte teus fluidos etéreos
e entra em profundidade
nesse corpo sôfrego
“Pai de Bondade”.
Dá aos pensamentos trôpegos
força e vitalidade
nessa dolorosa passagem
“Senhor da Verdade”.
Vem, na luminescência desse momento
trazer lenitivo e calma
“Protetor das Almas”.
Espalha o brilho da tua luz
no corpo e na mente
mergulhados em profunda letargia
“Luminosidade Permanente”.
Traze a beleza e a energia
do teu semblante reluzente
e transforma o desalento dessa vida vazia
“Essência Transcendente”.
Recobra o ânimo dessa consciência
e envolve todo o seu coração
na eterna sabedoria
“Excelsa Razão”.
Faze renascer a esperança
nessa alma diluída em sofrimento
que não crê, não ama, nem perdoa
“Sublime Entendimento”.
Vem, vem com a tua luz
clarear a negrura desse momento
nesse ser que sofre e nada faz
“Construtor da Paz”.
Leva, o’ Amado Mestre
essa alma que viveu na obscuridade
e faze ressurgir a VIDA
“Etérea Claridade”.

Mena Azevedo

 

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A Brisa

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A Brisa

 

 Chega um ar suave na face

Da moça tão tímida, submissa

Aos fugazes desejos, disfarce

Sem rumo, sua estrada é movediça.

 

Presença serena do vento

Passa por sulcos do rosto

Sofrimento no escuro, tormento

Noites chegam mal o sol posto.

 

A brisa enfurece e se transforma

Num vendaval que vai arrastando

Sonhos guardados para a plataforma

Da região abissal, já sem comando.

 

Onde ficou a suavidade da brisa

Que se perdeu no redemoinho

De palavras em sentido, à guisa

Da verdade nua, sem escarninho.

 

Serenou, a brisa voltou com a aurora

Aos quatro cantos a voraz tormenta

Partiu nas asas do vento que agora

Trouxe ao seu coração luz alvacenta.

 

Mena Azevedo

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Transcendência em mim

Transcendência em mim

 

Da janela do meu quarto vislumbrei

Pelas alturas infinitas de um céu azul

Nuvens bordadas de branco e fitei

Uma silhueta no Cruzeiro do Sul...

Era um vulto que refletia nas estrelas

Toda a beleza do Espaço Sideral...

 

Mirei aquela imagem resplandecente

E pude ver que era divino aquele ser

Era um Anjo que em movimento latente

Acenava uma luz etérea até desvanecer

Entre as nuvens esbranquiçadas no poente

Galáxias distantes entre mistérios pude ver...

 

Essa era uma inigualável e uniforme visão

Que num sono profundo me levou a pensar

Na grandeza do Criador em toda a extensão

A penetrar na minha mente confusa a indagar

Sobre a luminosidade que via em torno do céu

  Nessa hora, dormi para esse segredo desvendar...

 

Sonhei e descobri numa contemplação do divino

Que o mesmo Jesus que um dia morreu na cruz

E veio ao mundo tão simples como pobre menino

 Subiu pela crucifixão ao céu, envolto em radiosa luz

E com o Pai, pleno de graça a cada dia ressurge

Em mim, em toda a humanidade que conduz...

 

Mena Azevedo

 

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Nostalgia

 

 

Nostalgia

O vento sopra

E folhas caem

Meus olhos veem

O delírio da rosa

Uma saudade dolorosa

Aperta meu coração...

 

É tudo tão efêmero!

Pétalas são levadas

Pelo vento da morte

E deixam gotas

Nos meus olhos

Perdidos no vazio

De uma dor só minha...

 

Mena Azevedo

 

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Catarse

 

Catarse

A tarde morria solenemente...
Por trás do horizonte colorido
Com as cores do sol poente
Outros dias haviam caído
Outros pensamentos arrefecidos...

Bem silente, veio a nostalgia
A minha eterna companheira...
Ao observar de longe o céu
Manchado de nuvem passageira
Que voava leve como grande véu!

E nessa hora majestosa do dia
Revivi com saudade, numa catarse
Sem ressentimento, mas com melancolia
Grandes amores, sem nenhum disfarce
Naquele final de tarde que se desfazia.

 

Mena Azevedo


 

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CPP