A mínuscula ponta do véu levantou este sacrário sonho onde larva cada poema timbrado com adornos do dia ajoelhado ante o santuário de palavras perenes desfilando num desejo tão prontuário
Escondi até ressuscitar o silêncio das nossas solidões o mapa da saudade onde vagueamos eletrocutando a vida que se esgueira no corrimão do tempo
Deixámos somente uma madrugada constrangida…tão temerária acender a luminosidade dos nossos sonhos sepultados naquele itinerário de loucura onde bebiamos nossas ilusões de forma tão solidária
Quem dera pudesse eu converter meus pavores em prantos de alegria Deixar-te uma ladaínda de versos onde te prometo converter em sumário cada rima primaveril sossegando os cânticos de amor boca a boca nossos desejos no alaúde dos silêncios dissimulando um fio de luz rasgando o tempo quase predador
No pretérito mais que perfeito O deleite da promessa alimentando O ritual do silêncio explícito Ao quebrar o elo a cada hora hipotética Gestando quântica matemática…frenética
A inspiração deixou meu silêncio Sem stereo Fez-se um esboço, um cântico Marginal etéreo Uma pareceria de beijos Que creio avassaladores Acantonados no sinédrio Do tempo tão legislador
Hoje como ontem Esboço apenas um rascunho De palavras costuradas na fímbria De todos os apoteóticos festejos Pleito a poesia… musa dos meus Desejos mais dialéticos Sossego com narcóticos Toda esta solidão incólume Onde me embebedo fascinado Com teus gracejos quase hipnóticos
O tempo enclausurou-se na Maternidade dos silêncios Num equilíbrio de versos alimentando O sopro de vida apetecível e espontânea Digerindo as saudades onde enxugo meu Pranto morrendo apático Num asterisco de palavras que te deixo A desabrochar entre sonhos reservados Num prognóstico de amor Quase apocalíptico e tão fantástico
Quando mais penso em ti… Redesenho momentos e emoções Ponho a bandeira a meia haste Enterro o tempo que se finou pendurado Num letreiro das palavras encenadas Vestindo o manequim de tantas saudades coleccionadas
Quando mais penso em ti… Tiro um retrato onde pereço no roteiro Da vida esvaziando todas as palavras Empacotadas nas memórias acirradas Carimbo destes versos embebedando a noite Deitada no esquife da insónia mais profana e resignada
Quando mais penso em ti… Que farei perante o desejo esquecido…inquinado Pensamento marginal e delirante pisando as pálpebras À noite agonizada Espectro místico de uma sombra oculta no vestíbulo De todas as solidões aqui marginalizadas
Quando mais penso em ti… Que esqueleto da minha existência vestirei Que alma abrigarei nesta estrofe (in)compatível Silenciada no patíbulo do tempo adiado inexequível Metamorfose da vida onde larva minha existência Já sem lógica…soletrada num ímpeto de desejos Olímpicos e anárquicos
Quando mais penso em ti… Apenas e só resta uma saudade orlando cada nuance Da gentil luz volúvel e cronológica Uma emparedada distância alongando cada hora Mais senil e breve…imperecível, semítica e nostálgica
Quando mais penso em ti… Cada instante é um momento e cada Momento uma exactidão metódica estética e empática É química e rebeldia, desordem genética síndrome De um desejo grácil urdido no silêncio afrodisíaco Benzocaína onde me deleito volátil e maníaco
Quando disser adeus Esvazio pra sempre todos os paladares fluindo e Palpitando em cada beijo que deixámos coexistindo Colhendo as essências de um vinculado adeus Incompreendido, submisso…preterido
Quando disser adeus Pode até o tempo parasitar nos meus silêncios Que eu descobrirei como embelezar as falésias De cada desejo latindo pernicioso Infringindo todas as leis de amor moldadas num beijo bruxuleando vertiginoso
Quando disser adeus Refresco teus aromas intensos reflectidos No calendário dos tempos Primavera que chegará caudalosa Verão aplaudindo a vida numa homenagem escandalosa Outono depois sei que virá repercutindo o amor De forma escrúpulosa E depois de todos…o nosso Inverno escrutinando O adeus frio, marginal alimentando o carrilhão Das horas fugindo lentamente graciosas
Quando disser adeus Relembro-te se puder aquele exaurido momento Transladado no tempo Embalo-te todas aquelas ilusões sapateando no Palco de muitas insurreições
Quando disser adeus Será definitivo…sem prazo de validade Instante suspenso no tempo…intuitivo Tácito lamento penitente e homogéneo Paciente lágrima rolando no timbre de um eco conivente
Quando disser adeus Nem o silêncio será fugaz nem a morte audaz Pois ficaram por galardoar cada dia de vida Aplacada felicitando e fitando a sintaxe das minhas Preces estocadas com esmero ante um Amén Exilado na arquitectura de tantas orações delicadas
Quando disser adeus Tudo ficará igual, hoje, amanhã e depois Na elasticidade dos tempos que se iluminem As roupagens das nossas crenças e ilusões Que se registem as dores renitentes…fardo Da alma edificada num sonho assim penitente
Quando eu disser adeus…e tenho que dizer adeus, Tombo até sobre a tumba dos silêncios ateus Evoco a preceito o sentido deste verso Expelido, converso…iminente descalço e plebeu Suprema vénia esculpida na sintonia onisciente nos Beijos que se apressam…antes do adeus…oh, meu Deus Agora sei…tão impotente
Debulhei na safra de cada silêncio todos os ecos de felicidade envoltos num sonho encarcerado de solidões fecundas pranteando nos grilhões do tempo alimentando a taciturna noite tão moribunda
Pode a alma bater suas asas e deixar-me agregado à dolorosa ausência deste silêncio ecoando prematuro pescando à lua sua luz inquieta gestando na doçura de um pranto que feliz conjecturo
Pode o tempo bater em retirada Alienar desta vida a aridez das sombras por onde me aventuro num orgasmo patente no desejo que emana conspirando neste poema em debandada …e ainda assim romper de raiva cada melancolia dos meus silêncios esquecidos no cântaro do tempo onde ecoam todos os cânticos de felicidade embandeirada
Impalpavel deixei as sombras do dia sepultarem cada hora implacável renascendo no tirano tempo blasfemo onde me hospedo ministrando um mimo deslumbrado como despojo supremo
Deixarei fecundar este poema No réquiem dos meus deslumbramentos Anunciarei em versos todos os desejos pendurados No cadafalso do tempo latindo ante o açoite deste silêncio ermo e o filosofal momento onde se abortam os ecos grávidos premeditados nesta prenhe felicidade cantarolando triunfal
A noite morreu assim pluviosa e aromatizada com palavras derradeiras, desenfreadas apelando a cada inextinguível desejo que namoro num adeus quase inconcebível Ardente e adicional gargalhada compilada num acto contrito rejubilando consolado redentor e expedito
Abre-me todas as janelas sobre os nossos sonhos onde caiba somente minha existência despertando e irrigando a luz matutina repentinamente um abraço intima e teu ser minh’alma afagando reanima
Naveguem todos os barcos pelas margens do teu mar onde a foz se embebeda de amores por amanheceres casta do tamanho de todos os oceanos só pra mim oh tu que ladrilhas o lajedo da minha esperança legando a cada lágrima que me embriaga o verso fugaz e fecundo que até o silêncio embarga
Vou a cada anoitecer contornar-te a jusante preencher os vácuos de solidão que fervilham entre suspiros semeados nos ventos atemorizantes Embriagar cada sonho desfilando neste meu pulsátil coração descarrilando em ondas temperadas com sorrisos em perfeita interação
Deixo que os aromas primaveris sepultem toda a nascente onde jorra o tempo costurado em naperons de palavras sorrateiras e refinadas com melancolias tão lisonjeiras
Na longitude mais além quando te contemplo no vagar dos tempos sei onde me embriagar em cada milagre de vida neste aguaceiro onde bebo a latitude dos teus beijos e emolduro teu retrato despindo-se em torrentes de amor numa procissão exuberante…a preceito
…e depois…sim depois lapido cada labareda do teu ser que desejo delirante onde feliz me deleito a cada fulgurante desaguar de uma emoção que aleito reverberando na cumplicidade dos corações cicatrizando as feridas escondidas na gaveta dos ecos clamando estrangulados em gestos de amor capitulando agora e sempre emancipados
Ver-te assim reflectida nos meus desejos Causa-me até lesões corporais Dói …é fogo que arde sem se ver É colorir nossas monotonias Intemporais imagens que deixei no Arquivo das memórias integrais
Nas evasões do tempo faço um apelo A toda a hora em fuga Para me deixar só mais um replay daquele Momento onde partilhamos os desejos Onde acontecemos bilaterais deixando Na alma o símbolo de tantas lesões corporais
Vou telegrafar o sonho que se ajoelhou No púlpito das minhas saudades marteladas Até codificar os abraços infinitos amarrotando A solidão activa escorrendo pela luz do tempo furtuito Dissecando esta rubra ilusão quase irreal…deixando no Corpo marcas de versos timbrados de um amor tão leal
Lesões colaterais são apenas manifestações de um amor Nunca aplacado…irreconciliavel insaciado…disperso pelas Tramas dos amores colossais estilhaçando o sonambulo desejo Contagiado com palavras inadiáveis efémeras deixando no Corpo e na alma…sinais e marcas das lesões corporais
para Emílio uma voz absurda!…Quando canta cada palavra chora e aturda !
Pulsa em meu peito esta palavra esborratando Tantas folhas de papel onde depus um vazio De versos insanos, latejando mórbidos e desnudos Porque escrevo a saudade que sinto num ímpeto De desejos levianos, safados sabendo a veludo
No caminho de volta reencontro o chanfrado momento Imprimindo no teu ser todas as letras profanas que encontro Na biblioteca das memórias urrando no láudano sonho Onde me embebedo qual mata-borrão de amor sequioso Estancando as hemorragias de um sonho baldio e harmonioso
E assim se conjectura a vida mordendo os padecimentos Da alma em dores sem destino…sem ressentimentos Augúrio de todas as melancolias inclementes perdendo-se No vazio das palavras e gestos irreverentes
E os seres de nós que se perderam um dia apaixonados Noutros caminhos decerto se reencontram instigados Pelo chilrear do amor acontecendo no porão do tempo Onde insemino in vitro aquele beijo unânime e rogado Engravidando o silêncio sucinto que pressinto assim empolgado
No caminho de volta é tempo de calibrar cada emoção atrevida Coligada num único momento quando nos entregámos recíprocos Enfeitando a estática luz felina, hipnótica reerguendo todo o perfume Conectado ao dia que se esvazia num pranto intimista Camuflando cada sombra que se esgueira afagada…inconformista
Pela estrada Deixo meu lamento ao acaso Chorando numa desgarrada De ecos e silêncios polindo a noite Que se defenestra pelos céus embebidos Numa tépida luz fenecendo prostrada
Pela estrada Deixo lacrada a voz saudosa mimada Obliterando o tempo onde chanfro um Cântico alastrando epidémico em cada lágrima Pungente e lesta dístico dos meus poemas Mais irreverentes
Pela estrada Faço a intersecção dos nossos caminhos Numa paralela assimétrica…detalhe Artístico montado no cavalete do tempo Onde empírico te desnudo num verso Excêntrico e lírico
Pela estrada Esboço o paradoxal momento desta existência Lacuna do silêncio que almejo enquanto traço A escuridão asfaltada no hiato e absurdo sonho Tenaz que albergo no meu coração
Pela estrada Alimento o crepúsculo das luminosidades difusas Visto a roupagem à noite mais íngreme e profusa Enredo de tantos, tantos desejos errantes Requiem à minha paz oclusa bem aventurada Andarilha e revigorante
Voltaria ao mesmo local onde deixei inóspitos silêncios furtar cada inspiração beligerante inundar uma fatia dos meus desejos desamparados carentes em plena solidão
Voltaria só para te doar minha emancipação Declarar-te presumível inocência Prorrogar as leis de amor num decreto comovido deixado em epígrafe neste poema Um verso assim imortalizado nos atalhos e murmúrios de um afago tão lambuzado
Escutaria o canto selectivo dos ventos só pra me embriagar e perfumar de ti Revolveria todos os vazios que me deixaste só pra te encher de vida novamente e jamais trocaria quaisquer actos de subserviente alegria tão complacente e resignada por tristezas agora cativas diluídas em platónicos desejos eu sei às vezes tão egoístas
O que não existe tentarei decifrar com a precisão das palavras sepultadas, protagonistas por esmifrar Assim suceda cada entrega apaixonante ilimitada daqueles cânticos onde sossegamos tantas vagas do nosso mar em ondas oceânicas de amor tão exorbitantes emergindo esplêndidas em ti numa alquimia de ilusões embriagantes
Palpita o silêncio entre o solitário sonho abrigado e as falanges tácteis da madrugada que persigo tão voláteis memórias dos atalhos alagando o berço das saudades sedentárias e versáteis
Rompi todos os cenários da vida Alimentei cada transfusão de solidão revestindo a indumentária do tempo que submerge entre tédios e indiferenças decifradas num poema que acalento em metáforas serenas encastradas laboriosamente num desejo tão suculento
Limitei numa cerca de silêncio cada sonho que ecoava pelas muralhas dos meus lamentos Deixei surda a noite gritando meu desalento Alimentei com palavras dóceis e maternais o colostro dos meus versos absolutamente amamentados e imunes a cada acorde lactante recém-nascido no ventre do silêncio requintado e insinuante
Entre nós ficou emparedada a engenharia dos meus versos abrindo planícies de palavras requintadas pela calmaria dos beijos arquitectados na intimidade incitada ou num desejo que flameja profícuo qual rastro fugaz de um murmúrio que ainda sobeja promiscuo
Este nó helicoidal…momento súbito e codificado Que revelo na leucemia dos tempos Num olhar cientifico e tão selecto É o metabolismo dos ganglios linfáticos O efeito singelo que nutre o erotismo endócrino Onde se alimenta o genoma do silêncio anabolizante A mitose solitária seus cromossomas codifica numa Tomografia derradeira que revelo estonteante
Nesta simbiose celular e congénita Avigoro cada necrose nas metáforas das Células apócrifas e parasitas Síndrome de uma metamorfose reunida Em conclave entre a multidão Dos meus nucleótipos proscritos E a mais fiel hematose que retrato Cismando estupefacta numa overdose
A liberdade alimenta o caos erguido Entre o embrião dos meus desejos E as metástases dos tumores absolutos e esfaimados Refina minha mitocondria poética sorvento A lacustre solidão deste tempo anacrónico e consumado
Alimenta o ADN da minha solidão Suprema,contemplativa e anatómica Passeando entre as enzimas das tristezas Que fenecem e os leucócitos resignados Envenenados pela quimioterapia encastrada No óvulo dos silêncios que prevalecem
Dei tempo ao tempo para escoltar Os meus ácidos nucleicos Prestar honra à Timina, Adenina, Guanina e Citosina Alimentar as relíquias de um aminoácido afável Fecundando o espólio das proteínas poéticas Das palavras que anelo qual orgia numa transfusão Viral alimentando a hemoglobina festiva da nossa Cumplicidade embrionária visceral e tão paliativa
O silêncio dos nossos sonhos alimentam Sem vacilações o vagar disperso de um sorriso Imerso nos labirintos da vida vivida passarinhando Entre a delicadeza de um pestanejar e um verso Que semeio nesse teu olhar faminto e converso
Agoniza a tarde e os beijos com seus desejos Desmaiam sublimes e quase polémicos Chamariz dos silêncios encaixotados Nesta solidão de prazeres tão acossados
Estendi no tempo minhas expectativas Deixando o horizonte disperso cultivando Os cachos de vida pairando na poética das Minhas palavras maquinando uma algazarra De ecos sensuais lavrando com rigor e sem rasuras Um beijo ofertado e colhido com tamanha mesura
Nesta mecânica de meiguices onde afronto A noite plastificada de odores envelhecidos No tempo espreito comovido as madeixas Dos teus desejos penteando a luz das minhas Lembranças soporiferas palpitando perplexas
Nem sei se vou continuar a existir…mas se existo Ao teu olhar não resisto Arrendo cada assoalhada desses desejos Mobilando o tédio e as angústias residentes No condomínio das paixões tão latentes
Passaram, dias, anos, séculos ,eras e milénios E eu nem sei como ressuscitar o tempo que me resta Naquele espevitado sonho fruindo qual cascata de ilusões Sem princípio nem fim…apenas tu e eu numa dimensão de Delicados e hilariantes desejos coniventes onde nos tornámos Inquilinos desse amor ávido que neste verso abrevio Farejando a ditosa e prenhe saudade tão complacente
Todo o tempo…é tanto tempo perpetuando cada instante da nossa existência Tanto tempo deixando despida a indumentária furtiva da vida pintalgando o tempo num strip tease de desejos apetitivos, simétricos, intuitivos
Todo tempo…é tanto tempo conspirando por entre sombras carentes escapulindo renovando a biblioteca de tantos abraços sorrindo na azáfama do silêncio álacre que inventei quase, quase de improviso
A brisa passou por aqui, soprava forte Despiu a blusa do tempo impregnando a sensualidade Da vida prolixa, assanhada, perpetuando a anatomia de Uma noite que se desnuda numa intemporal anacronia
Foram teorias da conspiração dissecando o tempo Perdido no catálogo das memórias insuficientes Alimentando a fórmula das ilusões onde conjeturo todas As gargalhadas inaudíveis numa dicotomia de versos luzindo Na linguística da minha ideologia poética implodindo
Deixei repatriar aquele indelével espaço da alma Quando nos fundimos complacentes tarugando A osmose perfeita das nossas dissidências Quase caóticas deixando nos sonhos o lastro Das saudades remoendo…remoendo sem reticências
Chegará nos ventos toda a brisa onde beberico a paisagem E uma saudade que me acode sorrateira…silenciosamente Inacabável distância que nos separa farfalhando a noite Que se tempera com teus perfumes excepcionais…furtivamente
Foi tempo de esticar o trópico de câncer Pernoitar no acolhedor horizonte equatorial Disputando a imaginária longitude dos nossos Beijos alimentando o hemisfério do amor setentrional
Foram teorias da conspiração Destroços de um cálculo algébrico onde retempero a vida Gemendo entre equações de ilusão matemática e a escória Dos dias imemoriais deixados saltitando no lazer do tempo Enferrujado cativo no pantanal poético e extrassensorial