Não temas a morte, oh querida!
Siga sem medo o seu destino
Pois a morte faz parte da vida
Como o badalo faz parte do sino

Determinada, independente da tristeza
Ela chega sorrateira, as vezes ligeira
Não importa se tens riqueza ou beleza
Se dá fruto ou não sua videira

E querida, não chore tanto quando me for
Vou deixar no ar meu amor
Vou deixar no livro uma flor
Voltarei ao pó do Criador

Um palhaço sem plateia não tem aplausos
Não tem sorrisos nem olhares
Sequer motivos para estar no palco
Tão pouco luzes sobre sua cabeça
Logo, suas piadas estão contidas
Calado ele volta a se encontrar
Diante sua face refletida
Ele vê quem de fato é
E qual plateia n´Ele encontra
De todos os encontros consigo

Fui forjado entre as fendas deste mundo
Visível, apenas ocupando tempo/espaço
Até findar-me no sono mais profundo
Quisera eu, oh Deus, o teu abraço.

Rogo, em pranto clamo esperançoso
Teu rosto vejo por vias improprias
No colapso insano inerente e doloroso
Obtenho do Senhor tuas respostas

Meu corpo é a capa do que sou
Minh ‘alma por vezes sonda, oh altíssimo
Quando o corpo cai em desamor
Na ilusória ótica dos prazeres e do abismo

Via-me só, frágil à mercê
Via-me perdido pelas horas do dia
Por vezes apressei-me a entender
Suas facetas às quais me revelaria

Expressionismo emudecido de face serena
Pincelado sobre meu córtex frontal
Todavia presente nesta parte pequena
Sempre esteve em minha vida real

Eis o verbo a primícia
O universo verso és
Da partícula à poeira
Da cabeça até os pés

De seus lábios proferiu
A palavra vivificou
O que não era logo existiu
A arte do criador

A tela foste tomada
Estampada de beleza
Das cores que foram dadas
Deus e sua natureza

Impecável inimitável
Inabalável

O lar é um mundo de muitas vidas
De muitos sonhos, calor e amor
Criação, desejos e acolhidas
Desafeto não combina com esse mundo
Ele emana o perfeito valor da paz
Conforto aconchego e descanso
Esse mundo tem ar purificado
Que renova as energias interiores
Ele tem uma atmosfera interpessoal
Esse lar é um retiro espiritual
E não podemos negar
Quem de fato organiza esse lar
É a verdadeira cuidadora do mundo

Faço de novo a cada dia

Faço de novo a cada dia

Como nunca houve dias em que não quisesse fazer

Um confronto agonizante deste corpo débil,

Com a essência natural do meu espirito.

A partir desse ponto, uma colisão

Um despertar genuíno

Que arde por dentro o peito  

Engendrando o milagre da felicidade espontânea

Do amor infinito

Da justiça divina

Faço de novo a cada dia

Para todos os dias ao qual hei de desfrutar

Sua benevolência e misericórdia

 A Te Altíssimos! quero exaltar 

Caminhando cuidadosamente
Sobre as linhas tortas dessa vida
Linhas que à mim não pertence
Vou decidindo o destino aos poucos
Às vezes corro e decido andar
Às vezes paro mas não quero ficar
Às vezes me levanto e caio outra vez
E quando inocentemente penso
Que as linhas não poderiam se definhar
Prontamente surge-a diante de mim
Parece que está indo de encontro a navalha
Não hoje ou talvez
Não amanhã ou talvez
O tempo é um lugar aonde os deuses dançam
E as linhas começam e terminam no tempo

No mundo dos poemas, onde as palavras dançam,
Eu me torno invisível aos olhos indesejáveis,
Pois se duvidam da minha própria existência,
Seria culpa de Deus ou da sua crença infalível?

Um ser tão pequeno como eu, escondido nas entrelinhas,
Desafia a visão limitada dos que não enxergam além.
Será que é o Criador que não me deu forma,
Ou é a sua fé que não me permite ser visto?

Deixo-me flutuar nas asas da poesia,
Num reino onde sou livre e etéreo.
Liberdade encontra-se na minha invisibilidade,
Enquanto os olhos inquisidores falham em me encontrar.

Sou um mistério para aqueles que não querem enxergar,
Uma centelha de magia que desafia a realidade.
Então, não me culpe por ser uma ilusão aos seus olhos,
Pois é na invisibilidade que encontro minha verdade.

Ah! Esse brilho…
Pode haver nuvens escuras
Mas ele não vai parar
É um brilho intenso puro e natural
Quem tem olhos podes admirar
Veja a beleza…
Verdadeira realeza
Servindo a todos
Servindo a nós
O que temos pra te dar?
Così Bella Stella
Somos tão pequenos perante tua luz
O que temos pra te dar?
Così Bella Stella
Aceita meu tosco poema.
Minha admiração, minhas mãos erguidas
Sentindo sua energia
entrar em meus tecidos.
Fazendo poesia
Versos ao qual te digo
Grato fico eu
Ao ter tua presença
Com humildade peço licença
Ao reverenciar seu criador
Que mente brilhante
Fez uma estrela tão bela
Tão bela
Così Bella Stella.

Eu tinha um sonho!
Eu tenho outros sonhos.
Eu tinha um amigo!
Eu tenho outros amigos.

Eu tinha um plano!
Eu tenho outros planos.
Eu tinha uma vida!
Eu tenho quatro vidas.

Sonhos mudam
Amigos mudam
Planos mudam
E a vida multiplica.

Tem quem pensa
Que o tédio
Tem remédio
Mas não sabe
Que a vida
Só tem graça
Na presença
Do delírio
Do riso
Da própria desgraça
Tanto faz se é do outro
Quem nunca riu
De olho grudado
Na tela
Escorregadela
Caindo de cara no chão
Seria cômico
Se não fosse real
Seria Hilário
Se não fosse grosseiro

Jorge Santoli 

Olhei de repente pra frente
Na mente eu só via a gente

Com os olhos brilhando de amor
Nua em meu colo deitou

Seu toque de mulher caliente
Delicada amável inerente

Suas mãos em minha pele tocou
Seus lábios minha boca beijou

Era tudo paixão tão ardente
Nosso corpos nus e contentes

Selados de amor relutou
Por um momento o tempo parou
E guardado em nossas mentes
Ficou.

Me vejo só ao meio
Me vejo meio só
Só me vejo
Como folhas caindo
Como os galhos
Galhos sem folhas nem fruto
Só as linhas de uma vida
Buscando uma vida pra seguir
Como tantas outras vidas
Que não há mais
E outras tantas que há de vir
Que serão tão só!
Mais ninguém se importa
Pois cada um carrega a sua solidão
E nos lugares de um abraço
Precisam de outros braços
Para por um momento não se sentir só.

Jorge Santoli.

Tudo que procuro se resume na paz que eu almejo tê-la
Outros inconvenientes são pedras imóveis
Não se tira uma pedra se tenho outros caminhos
Sempre haverá escolha e caminhos, com mais ou menos espinhos
Assim vou seguindo o labirinto da vida
Cuidando para não ficar na sombra de alguma pedra
Rezando uma ou outra vez, mais toda vez rogando por paz
Essa paz que vem de dentro
Contagiante, que te pega agora ao ler esses versos
Deixa-nos em paz
Mesmo que o teto caia sobre minha cabeça
Mesmo que o chão abra sobre meus pés
Mesmo estando no meio do furacão
Eu tenho Paz
Eu busco Paz
Eu encontro Paz dentro de mim
Há quem fique irritado com a minha paz?
Há quem duvide da minha paz?
Não importa
O que vem de mim só eu sei
O que vem de mim só eu sinto
O que vem de mim está em mim
Paz...

Jorge Santoli 

Já que não ocorreu como planejado
de alguma forma foi bom.
De modo que já me perdoei
Pelos erros fui perdoado.
Pelos erros fui qualificado a ser melhor.
Assim não preciso mais continuar
promovendo minhas ruínas.
Enfim, posto a frente com o eu,
devo dizer-me tais coisas.
Palavras que me elevam
arrancada do coração
Juntamente com um suspiro
levemente acompanhada
por uma longa e pura respiração.
Meu olhar é elevado aos céus.
Não quero vê o que não posso
Nem ter o que não é meu.
Não quero ser outra pessoa.
Me serviria apenas o conforto,
do amor paterno, eterno,
Daquele a quem pertenço.
Não caberia mais em mim
tanto amor, se não fosse Teu.
Por isso mesmo que meus planos
São só planos,
mas o senhor é o meu Deus.

Jorge Santoli 

Tanto que eu queria
Ver em suas mãos a minha obra
Toca-las e dizer-me com profundeza
Opinar sobre um verso qualquer
Numa página qualquer
Não importa a cronológica dos fatos
Quero atos de quem gosto
Quero o brilho dos olhares
Contemplando meras ideias versadas
Decorridas em linhas azuladas
Decorado com processo neuronal
Ao som do estalo do pensamento
Reescrevendo cada verso cada ponto
Com tremenda paixão de um Escritor.

Jorge Santoli 

Calmaria, sente agora ao respirar
Agradável energia te envolve
Serenidade há de vir te encontrar
É paz de espírito é luz e te comove

O que tens te afligido não te detém
Te fortalecer pra seguir e prosperar
Tu compreendes tua força donde vem
Tu agradece por mais um dia a começar

Deixa o amor ser infinito
Dentro e fora de você
Deixa o amor ser infinito
Dentro e fora de você.

Sou invisível aos olhos indesejáveis,
Se há dúvidas quanto a minha existência.
Culparias a Deus pela sua íris?
Ou imputaria a Ele sua crença?

Pelos átrios dessa morada
Posto ao centro o coração
O fôlego e a vida foste selada
Com suas perfeitas imperfeições

Divino indivíduo indivisível
Pequeno soberbo e plural
Perene sob ótica, inefável
Nada santo nem tanto um marginal

Quer palco com os pés sobre as cabeças
Quer aplauso alimentando seu ego
Quer tudo mesmo que não mereça.

Jorge Santoli 

Um tropeço, apenas um tropeço
O burburinho se alastrou na vila
Alguns diziam que era o preço
Que se paga na vida
Quando se cai

Não há contexto nem pré-texto
E a lei da ação, que te levou para o chão
É o que todos dizem aos berros
Já armados com as pedras nas mãos
Veja as lindas vidas com as mãos erguidas

O que há entre os dentes da serpente?
O que há entre a gente?
Se esgana, para apontar o outro
Se engana para esconder de Deus
O que há entre a gente?

Jorge Santoli 

Apresento-me uma nova versão de mim mesmo
Aquela a qual estou muito mais disposto
Indiferente das muitas outras já vivida
Essa sim! será singular como nunca
Aqueles dias projetados pela desculpa
Que nunca chegavam desacompanhados
De fato me acompanha neste dia
O dia que não resta dúvidas nem desculpas
Faço festa nesta data, que não é uma data qualquer
Com ela deixo para trás a versão rebocada
Ferida mas com a esperança renovada
Certo, forte muito mais do que possam imaginar
Todos os dias são esses dias
Esses dias são todos meus dias da minha nova versão.

Jorge Santoli