Posts de Márcia Aparecida Mancebo (1719)

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Silêncio e Orvalho

Silêncio e Orvalho

Há restos de orvalho no chão gelado.
O sol surge lento, em tom de madrugada.
Minha alma, saudosa em brilho delicado,
acolhe a manhã que nasce orvalhada.

Faço do sonho um palco iluminado,
e, no silêncio, a saudade vem.
O vento canta com tom afinado,
e das lembranças me faço refém!

Recordo a trilha e a paz da serrania,
o fogão a lenha, no meu chalé;
a lareira, nas madrugadas frias
sua quentura aquecia os meus pés.

Lá fora, o orvalho acobertando o prado.
Vem a imagem da vil despedida...
O tempo traz a chuva no telhado
imagens tardias marcam a vida.

Márcia Aparecida Mancebo

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Retrato de um Amor Antigo

Não existe mistério em meu olhar. Nele demonstro  o meu amor antigo.
Sonho inacabado é triste lembrar. Momentos saudosos, levo comigo.

Hoje vigio por onde segues.
E quando te vejo, sofro por ti.
Ainda me amas, ah, não negue.
Pois em nenhum instante te esqueci.

Em calma respiro: irei te encontrar Seremos um só, e nesse momento, Muitas promessas iremos jurar. Serão intensos nossos sentimentos.

Existe em meu peito infinda alegria
Sinto pulsar meu coração menino Quando ouço que sou a tua poesia
Sem hesitar, te entrego meu destino.

Márcia Aparecida Mancebo

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Sob o Azul do Infinito

Sob o Azul do Infinito

Diante deste céu de um azul tão lindo
com o sol radiante que extasia
ver a manhã, assim bela, se abrindo,
minha alma regozija de alegria!

Quem dera ser um pássaro com asas
para voar buscando no infinito
a esperança que no peito ferve em brasa,
e deixar meu viver com tom bonito.

Voar em direção ao brando vento
desenhando meus desejos pelo ar,
com gesto de ternura e sentimento
trazendo a esperança em mim morar.

Olhando esta paisagem tão serena
no silêncio que dança entre as flores,
voar é como ouvir a voz que amena
batendo as asas igual os condores.

Márcia Aparecida Mancebo

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O rio da minha alma

T e m a:

"Leva o rio profundo a palavra tão leve..."

(Juan Martín Ruiz in Tristeza sem fim )

O rio da minha alma

O rio que corre pela minha alma,
quando vem a dor, transborda em lágrimas quentes.
Uma após outra, desce lenta e calma,
chegando aos lábios rapidamente!

Não existe palavra para descrever
essa dor tão profunda, que escorre ardendo;
fazendo um trajeto, inundando o meu ser,
me fazendo sentir um frio tremendo.

É um frio que denomino de tristeza,
pois me leva a pensar que o mundo é um breu,
que tudo ao meu redor perdeu a beleza,
e, nesse escuro, estou sozinha... Só eu!

Então, sozinha, com a dor que corrói,
nesse rio, com águas turvas, barrentas,
com as lágrimas rolando... Ah, como dói!
Eu sinto que a alma, sem querer, arrebenta.

Márcia Aparecida Mancebo
17/05/25

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Dúvida da Ausência

Quero saber de ti, o que faz agora?
Longe estamos, penso em ti, também.
Ah, teus versos, pergunto, de onde vêm?
Se brotou neste instante ou vem de outrora?

Em dúvida, minha alma se apavora.
Estão endereçados para quem?
Será que em tua vida existe alguém?
Mau pensamento me abraça nesta hora.

Por que tenho aguentado este tormento?
É por não saber o que tens na mente.
Esta dúvida cruel me angustia.

Não consigo esquecer o sofrimento,
da minha alma, viver, tão tristemente;
sem poder ter a tua companhia.

Márcia Aparecida Mancebo
10/07/25

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O tempo e nossas vidas

O tempo e nossas vidas  

O mundo responde à minha alegria.  
Todo amanhecer chega, colorindo.  
Sons ecoam na minha fantasia;  
Nos vãos do tempo, o sol está luzindo.  

As canções deslizam sobre as espumas.  
Como ondas macias dançam no mar.  
O mundo se cala e tudo perfuma;  
A emoção faz meu coração pulsar.  

Mas, para a razão, o tempo é preciso,
E não há nada que possa mudar.  
É no gesto quieto que está o aviso:  
O amor chegou para nos transformar.  

E a verdade que escondemos no olhar  
É uma paixão madura, envelhecida.  
Assim nasce pra nós o que é amar;  
Lentamente, seguimos nossas vidas.

Márcia Aparecida Mancebo 
09/07/25

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Olhos de sábio ( reeditada)

Olhos de sábio

Deseja encontrar no viver só poesia?
Procure na rosa entre todas, a bela.
Apalpe uma delas e sinta a magia:
Parece que Deus a criou para tela.

Com pétalas lindas e com harmonia.
Com porte e requinte… fineza só dela!
Só vai compreender quem conhece alquimia
E com perfeição seu mistério revela.

Exposta na tela a esconder os espinhos
Lá a rosa tão bela, talvez lhe sorria.
Quem sabe o sorriso lhe brote nos lábios?

Então, num relance verás teu caminho.
Nem sempre a beleza provém da alegria.
E sim da esperteza nos olhos do sábio.

Márcia A Mancebo
10/02/2021

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Caminhos que Me Fizeram

Caminhos que me fizeram

No sol dos meus anos, sozinha, trilhei.
Vi estradas com pedras, também vi com flores.
E tudo que vi consciente, guardei.
Ao rememorar, sinto um bálsamo às dores.

Da estrada com pedras não tenho saudade.
Não quero lembrar… dias tristes, chorei.
Foi fardo pesado e cruel, na verdade.
Não foi pouca lágrima que derramei.

Da estrada com flores, não dá pra esquecer.
Não havia espinhos ferindo meus pés.
Então compreendi o que é renascer:
Mudando o destino, venci meu revés.

Márcia Aparecida Mancebo

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Almas aladas

Almas aladas

Teu gesto brando guia-me pela estrada.
E, de mãos dadas, seguimos a sonhar.
Nos dias tristes és minha alvorada;
Nos claros dias, brisa sobre o mar!

Teus braços fortes, o meu acalanto.
O teu afeto me faz renascer…
Nos teus olhos encontro tanto encanto!
É um mundo onde quero me perder.

És a razão da paz que em mim habita;
e a canção, que pulsa em meu coração.
Permita que eu diga na minha escrita;
Que és o amor, ternura e devoção.

Almas aladas num mesmo segmento;
Que alimenta toda nossa trajetória.
Doce querer que trago no momento.
Ao recordar a nossa bela história!

Márcia Aparecida Mancebo

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No trilho do sentimento

No trilho do sentimento

O sentimento é como um trem sobre os trilhos;
Corre velozmente, deixando para trás:
Coisas que entristecem e tiram todo o brilho.
Sendo que, tudo que se perdeu, não refaz.

Por mais sincero que seja este predicado;
Há que ter cuidado para não se ferir.
Um sentimento de amor pode dar errado
Se a quem é dedicado, o mesmo não sentir.

O sentimento não é imaginação;
Se for, pode trazer sérias consequências.
E o trem não para sem ser em uma estação.
Corre sobre o trilho, é sua sobrevivência.

Se o trem descarrilhar, restarão só as dores.
Todo o sentimento acalentado morre.
Se for ferido, não aceitará nem flores.
Se for muito profundo, lágrimas escorrem.

Márcia Aparecida Mancebo
12/06/25

 

 

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Liberta do meu fardo

Liberta do meu fado

Às vezes sinto-me estrela brilhante;
Guiando sonhos nas noites de inverno:
Sou lembrança de uma alma radiante;
Em juramentos de laços eternos.

Trilho, um caminho de flores e acalento,
Com canções e alegrias sou cercada:
Há perfumes pelo ar; doce momento,
Nas promessas de auroras desejadas.

Meu destino mudou a minha sorte;
Que em lamento me vejo declarar:
Fui tão feliz, ah, fui tão plena e forte.
Quem me dera poder recomeçar!

Agora sou luz viva nesta estrada.
Caminho, enfim, liberta do meu fado.
Deixei para trás a velha jornada;
Sigo em paz, de mãos dadas ao teu lado.

Márcia Aparecida Mancebo

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O silêncio é a última cartada

13649284470?profile=RESIZE_710xImagem by Margarida Maria Madruga

 

 O silêncio é a última  cartada.

 
Não consigo esquecer aquele dia.  
Vinha a noite com estrelas brilhantes;  
Era o amor que outra vez renasceria  
E minha alma sorria radiante!
 
Com requinte, fiz trança no cabelo;  
O vestido carmim foi o meu traje.  
Mas tudo não passou de um pesadelo;
Ao me ver tua voz soou ultraje.
 
A noite escureceu tão de repente.  
Estrelas ofuscaram, uma a uma.  
A amargura sentida era evidente.  
Teu desamor no instante se consuma.
 
Mas na vida o passado ao retornar:  
Chega calmo com resto da alvorada.  
Hoje vens implorar, queres voltar.  
O silêncio é a última cartada.
 
Márcia Aparecida Mancebo 
 
 
 
 
 
 
 
 


 
 
 
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Palavras Que O Tempo Quer Calar

Palavras Que O Tempo Quer Calar

No véu da meia-noite, em tempo frio,
ouço sombras ecoando em lamento;
sombras que vagam, sem luzes, no vazio.
Revelam segredos de um grande tormento.

Sobre rosas murchadas, sobre um altar.
E o vento sussurra, em língua ancestral;
dizendo palavras que o tempo quer calar:
Uns versos de dor, num tom sepulcral.

Dançam no nevoeiro, amantes de outrora;
espalham histórias, sepultam almas
presas, num beijo, pálido, na aurora;
nos olhos da noite, famintos de calma.

E o coração, não morto na lembrança
mesmo, em trevas, a beleza persiste
Pulsando em ruínas, busca a esperança
Que é gótica e eterna, soturna e triste.

Márcia Aparecida Mancebo

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Solidão

13649213293?profile=RESIZE_710ximagem by Margarida Maria Madruga

 

 

Solidão

Ainda lembro, a porta no tempo frio.
A lembrança do adeus ficou retida.
Restando minha alma triste e um vazio.
Pela dor da saudade, sou invadida.

Te esperei nas manhãs com nevoeiro;
Nas madrugadas frias, qual açoite
Lembrando sempre o beijo derradeiro;
Na despedida vil daquela noite.

Naquele inverno, a vida se apagou.
O sorriso, nos lábios, esvaiu.
A lágrima na face impregnou;
De cor prata, o cabelo se tingiu.

E nunca mais foi aberta aquela porta.
Sem se importar com o tempo lá fora.
Foi encoberta pelas folhas mortas.
Me abraço à solidão que me devora.

Márcia Aparecida Mancebo.

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No silêncio da emoção

No silêncio da emoção

Memórias que povoam meu pensamento:
Te esquecer? Ah, não irei conseguir. Dividimos tantos belos momentos; Dos detalhes, não consigo fugir.

É sempre à noite que vêm essas lembranças.
Embriagadas pelo devaneio,
E de um reencontro, tenho esperança;
Para satisfazer os meus anseios.

Memórias que acalento com prazer. Elas são cobertores pra minha alma.
Parece ter som e voz, pra dizer: Essas lembranças doces trazem calma.

Mas são lembranças ternas, tão queridas,
Que valsam, no silêncio da emoção Elas bordam de amor minhas feridas.
Aquecem a saudade no coração.

 


Márcia Aparecida Mancebo 01/07/25  

 

  

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Se for Talvez...

Se for Talvez...

Quando o amor tem raiz fixa no coração.
Esse amor foi plantado com laços fortes.
Nada o levará para a destruição.
Nem o vento, nem as águas, nem a morte.

Longe de ti, sou pétala destruída.
Sou a saudade encarnada na abstinência.
Meus dias são longos, fico escondida
Velando, o sentido da tua ausência.

Pelas gotas do orvalho, sou acorrentada
a este amor, que será eternizado;
Amor que nasceu no ardor da madrugada.
Quando a encobria, nosso telhado.

Mas, se existe um talvez em seu pensamento;
Nego-lhe as palavras que a ti dediquei.
Retiro da alma todo meu sentimento.
Esqueço as promessas que um dia jurei.

Márcia Aparecida Mancebo

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O Vento e o teu Perfume (para minha mãe)

O Vento e o Teu Perfume.
(Para minha mãe)

E a sinto tão presente ao meu lado,
Como se ela ainda estivesse aqui.
Pois teu perfume em mim ficou encravado,
Isto faz tanto tempo e hoje percebi.

A tua lembrança, mãe, é doçura,
Me traz lágrimas de intensa saudade.
Recordo o teu semblante com ternura,
Depois volto para a realidade.

No meu caminhar por esta longa estrada;
Nas flores da guia, sinto o teu olor.
A tua presença ficou eternizada,
Por onde caminho, levo o teu amor.

O sussurro do vento que me acaricia;
Sinto teus gestos, leve, me envolver,
Como se fosses minha companhia,
Me ensinando outra vez como viver.

Márcia Aparecida Mancebo
28/06/25

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A flor orquídea e o poeta

A flor, orquídea e o poeta.

A flor, orquídea, enfeita o inverno.
Evoca pra minha alma paz e amor.
Oh, orquídea, a flor, teu porte terno
e a tua humildade aguça-me o ardor!

Em minha veia, o ardor se faz presente
E, como a orquídea, é fervoroso.
É com sabedoria que sigo em frente
velando este sentir, tão amoroso.

A esta flor presto reverências.
Pois tua essência traz esperança.
E em tua elegância há paciência;
Ah, orquídea, louvo tua presença!

À margem do canteiro, há exclusão.
E que flor não guarda em si seu valor
se sua beleza traz inspiração
aos olhos de um poeta sonhador?

Márcia Aparecida Mancebo

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Versos em Chamas

Versos em chamas

A alma daquele poeta arde em chama.
Com eloquência, os versos são traçados;
Como a luz que a claridade derrama.
Em cada estrofe há um mundo bordado.

O verso vem tão sereno e inabalável
Como uma rocha no tempo a resistir.
O amor que canta tem som agradável.
É chama viva a nunca se extinguir.

A cada verso renasce a fantasia;
Em bela flor bordada em emoção;
Com pena traça com toda magia, Fecundado a mente e o coração.

E o poeta, fiel à inspiração Transmuta a dor em doce melodia,
Tecendo o amor no fio da canção;
Faz renascer floreada poesia.

Márcia Aparecida Mancebo

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