Silêncio e Orvalho
Há restos de orvalho no chão gelado.
O sol surge lento, em tom de madrugada.
Minha alma, saudosa em brilho delicado,
acolhe a manhã que nasce orvalhada.
Faço do sonho um palco iluminado,
e, no silêncio, a saudade vem.
O vento canta com tom afinado,
e das lembranças me faço refém!
Recordo a trilha e a paz da serrania,
o fogão a lenha, no meu chalé;
a lareira, nas madrugadas frias
sua quentura aquecia os meus pés.
Lá fora, o orvalho acobertando o prado.
Vem a imagem da vil despedida...
O tempo traz a chuva no telhado
imagens tardias marcam a vida.
Márcia Aparecida Mancebo