Posts de Mario Sergio de Souza Andrade (144)

Classificar por

AO PÓ

AO PÓ

Quanto me fizeste ouvir meus sonhos

E crer nas tuas palavras.

Quanto me fizeste acreditar nas lágrimas e versos,

E deixaste-me a conversar com as estrelas.

Meus olhos percorreram milênios

Até a mágica visão do teu corpo.

E tua face, mesmo em disfarce,

Sempre escondia um belo sorriso.

Em cada palavra escrita

Um segredo desvendado.

O lado oculto da Lua

Refletindo em teu rosto

Era o desenho de um céu

Repleto de brancas nuvens.

Mostraste tantos caminhos,

E em tantos caminhos me perdi...

Tu fazias das horas

A mais extensa

Expressão de amor.

Em cada sílaba,

A pausa cadenciada da alegria.

Eras o dia de comemorar a felicidade,

A realidade dos momentos mais puros,

Os pensamentos mais sinceros

E os sentimentos mais verdadeiros.

Mostrei-me por inteiro,

Abri meu peito

E entreguei a ti

Um coração que não era de ninguém.

Por ti, apaguei um passado escuro

E abri as portas para a intensa luz de seus olhos.

Tu sabias que era assim,

Nada esteve tão longe do fim

Quanto ao amor que prometias.

Ainda hoje acredito em minha voz

Quando soletro, sem perceber,

Em voz alta, o teu nome.

Deixaste um despertar esquecido

Na última página de um livro.

Talvez sejam estes teus verdadeiros versos,

Imersos na irrealidade de um mundo

Em que não se enxerga o fundo do precipício.

Entregaste tua vida ao mais fácil destino

Deixando o meu caminhar mais lento

Passo a passo, em direção contrária ao vento,

Resistindo às perdas e  me entregando

A seguir amando, mesmo só,

Pois que na terra, (já foi dito),

Um dia tudo será pó.

 

Mário – 15-11-2016

Saiba mais…

O VÍCIO

O VÍCIO 

Ah, minha doce e delicada amante!

O que me trazes agora?

A rosa que brotou no outono

Ou o teu rosto em primavera?

 

Deita teu corpo na relva

E deixa-me sentir

Mais perto do meu peito

O palpitar do teu coração...

 

Beija-me os lábios em sonho,

Assim não precisarei despertar.

 

Se me queres amar,

Que seja sempre,

Em qualquer lugar.

 

E não há distância que nos afaste

Nem dor que nos distancie.

Somos a força de almas gêmeas

Nos protegendo de todos e de tudo.

 

Temos o nosso mundo

E não precisamos de mais nada.

 

Até nossa madrugada é mais bonita.

 

Quando a Lua se agita

Em passos de dança,

E eu escolho os teus braços

Para me abraçar.

 

Amar-te não é segredo,

Amo-te sem medo,

Mesmo quando o riso

Precede de uma lágrima.

 

Todos precisam do sentir,

Mais ainda os que amam,

Pois não há existência sem amor,

Assim como não vida sem respirar.

 

Poderei um dia precisar  que me cuides,

E te cuidarei também,

Quando os ossos se tornarem frágeis

E as pernas fracas para caminhar.

 

Sei que amar é superar,

Ir além de qualquer sacrifício,

Tu és meu vício

E dele não quero me curar.

 

Mário – 13/11/2016

Saiba mais…

FIM, SEM DESTINO

O que se faz com esse voraz destino

Onde um menino, antes de ser, vira homem,

E sem crescer, a menina é uma mulher?

 

As coisas parecem ser o que não são,

E as pessoas, e as pessoas,

Onde estão?

 

Mundo inimaginável, mundo bizarro,

O escarro do homem sobre a semente do medo,

A intolerância nas conversões dos fatos,

E os fatos,

Apenas a interpretação individual dos atos.

 

Um mundo onde as pessoas usam sapatos

Porque não sabem aonde pisam.

 

Quais serão os seus retratos?

Que memórias levarão para suas lápides,

Além da insensatez e desatino?

 

Ora pudesse ser sempre menino

E amar uma única menina,

Na medida exata da coisa certa.

 

O universo é uma imensa porta aberta,

Mas insistimos em entrar pelos fundos,

Coitados dos Raimundos e Quixotes,

Heróis dentro dos caixotes...

 

Grande roda viva

E morta,

Que gira torta

Nos eixos do tempo.

 

Ratos e carrapatos,

Falta comida dentro do prato,

Falta a principal lição,

Onde uma única mão

Leva a educação

Ao que se chama futuro.

 

Atrás dos muros

Os tanques apontam para nós,

E nós, calmamente morremos,

Como se apenas o sereno

Cobrisse o os nossos corpos.

 

Lento como a sombra que desperta

Na madrugada de uma lua incerta,

Em um céu a descoberto

Que derrama estrelas sobre o mar.

 

Mário Sérgio - 12-11-2016

 

Saiba mais…

VESTES DO AMOR

Amor, de que cor te veste?

Teus olhos verdes, tua boca vermelha,

Teus desejos azuis...

 

As cores guardadas da Lua,

O verde intenso do mar,

Aquarela do coração.

 

De que cor te veste, amor,

De que cor?

 

Procuro nas frestas da vida,

Nas janelas em que vejo o mundo,

Na mais profunda imensidão.

 

Descubro-te em tudo,

Mas não vejo como te veste.

 

Nas cortinas da madrugada,

Nos espaços vazio.

Tu preenches as menores lacunas,

Mas não revelas a cor que te veste.

 

Mas não importa, amor,

Tua cor se sente no ar,

És de todas as cores

E te vestes de sonhar.

 

Mário Sérgio Souza Andrade – 05/11/2016

Saiba mais…
CPP