Me disseram que agora no alem
Tem até celular
Mas é um Deus nos acuda, ninguém
Consegue falar

É tanta linha cruzada
Uma verdadeira Babel
O morto da semana passada...
Ainda vagueia ao leu

É na saída do chão
Que ta a confusão

Já no céu tem até linha sobrando
E o que tem de orelhão
Mas, no inferno é que o bicho ta pegando
Um a cada quarteirão

E há tanto espaço vazio
La no jardim sideral
Quem tem telefone sem fio
Não paga impulso ou sinal

Politicagem ou não
É tudo armação

Andam dizendo que o inferno fará
Uma grande filial
Que já comprou a Galáxia de Malmequer
La no Planalto Central

Se nem assim aliviar a demanda
A solução de momento
Os feriados e os finais de semana
E por bom comportamento

Veremos todos de celular na mão
A caminho do Alem...
Onde piquenique farão.

É noite e meu corpo vagueia
Como um cão vadio sem canto e sem casa
Vem uma mariposa alheia
E repousa meus ais sob suas asas

A lua de longe observa
Os meus passos tortos cortando o silêncio
Da vida que ora me leva
Sem obedecer o que eu sinto ou penso

E o bicho que quer me pegar
Espreita paciente quando vou dormir
Medonho ele assusta o luar
E uma estrela medrosa que vem me cobrir

Repouso então os meus ais
Junto aos animais e fazemos preces
E ao dormir o medo se desfaz
E meus conflitos em paz uma vez mais...adormece


“aos que padecem na inquietação
entre a loucura e a razão
do imponderável juízo”

(Petronio)

Sandra!
Me deixa ver o pôr do sol da sua janela!
Já é primavera...Enfim
Lembra de nós... Lembra de mim!
Sandra!
Será você ainda a borboleta amarela?
Vivendo a espera...Do seu Colibri?
Ah! Lembra de nós... Do nosso jardim...
Sandra!
Me deixa só por uma noite ser seu sentinela!
Era... Pra ser sempre assim
O seu porta-voz...O seu Bem te vi!
Sandra!
Prometo que você vai ser minha Cinderela!
A mais bela... Pra mim
Seremos apenas nós... Amor sem fim...
Sandra!
Logo que o sol sair iremos pra Capela
E a luz de velas.. Diremos sim
E Seremos a sós... Dois querubins
Sandra!
Minha amada Sandra...

DIGA QUE SIM!

Qual homem nunca associou uma mulher
A uma música, uma música qualquer
Há que se questionar
Porque nem sempre a que se associa a ela
É aquela que ela pode gostar
Quem há de se importar
Porque quando a musica é aquela que nos toca
Ela nos transporta através de fronteiras
E nos leva pelo céu, pelo mar...
E o encanto da mulher se faz musica no ar...

Sossega teu facho
Eu acho
Que você ta procurando sarna
Pra se coçar
O pastor é casado
Safado
Diz pra todo mundo que é da Igreja
E quer te salvar

E se alguém lhe aconselha
Ovelha
Cuidado menina porque lobo mau
Ainda vai te pegar
Serás de bom grado
Teu cajado
O pastor na pele de cordeiro só quer
Te ver ajoelhar

Então ajoelha e reza
E fique sossegada
Que lá no céu você terá
Casa mobiliada
Com carro na garagem
Chofer e empregada
E um dinheirinho extra
Pra sua fé inabalada

É, mas eu ainda acho
Que aqui em baixo
Você ta procurando é sarna
Pra se coçar
O pastor é casado
Safado
Se a mulher dele sabe que ele sai de casa
Mas não pra rezar
Huummm!!!

Se você não quer nem saber
Eu é que não vou me importar
O Pastor que cuide de você
Que Deus dele ira cuidar

Eu acho...

(Petronio)

Vamos todos jogar bola e colocar pipa no céu
Passar cola só na Escola que a linha é de carretel
Bola de gude ou de meia, de trivela ou enviesada
Figurinha na mão cheia, rapelar a molecada

Joguei sementes
No solo da minha mente
Esperando que brotassem
Poemas mais coerentes
Que fossem tocar você
Que lhe deixassem contente
No entanto nada brotou
A não ser outra vertente
De idéias tolas, sem graça
Que escrevo freqüentemente
E boto aqui de teimoso
Pra que alguém leia e comente

Se a tempestade
Em meus olhos, tão presente
Levasse os meus poemas
E regasse essas sementes
Quem sabe você me visse
Sei La, ate diferente
Ah! Me veio ate uma frase
Se é minha, não sei, atente
Apenas leia, releia...
"Mente a mente na semente"
Veja só, quanta bobagem
Brotou assim, de repente
No fundo, apesar de tudo
Isso me deixa contente
Pronto! Botei, quem quiser...
Que leia e se quiser, comente...

(Petronio)

Não há nada pior do que um despertador
Ah! Essa coisa maluca, quem foi o inventor
Era um lelé da cuca que nunca precisou
Levantar pra labuta e jamais se importou

Ate mesmo com o pobre do galo do vizinho
Que hoje canta tão triste junto aos passarinhos
Ou mesmo com o sol que despertava contente
Iluminando o sorriso de quem ia pro batente

E hoje ter que levantar com o sol bocejando
Todo passado, engomado e todo sacolejando
E depois de amarrotado dentro do lotação
Ter que chegar atrasado e aguentar o patrão (Não!)

Eu devia ter nascido na idade da pedra
Ah, excomungo o dia em que inventaram essa merda
Quem inventou essa coisa deve estar no inferno
Eu não sou urso polar, mas juro que ainda hiberno

TRRRIIIIINNNNNNNNN!!!!!!!!!!!!
FDP! Vai pro inferno!

(Petronio)

Eu amo a Zona leste
Mas o meu sonho é morar na Zona Sul
Amo demais o meu bairro
No entanto curto demais o Pacaembu
São Paulo é minha vida
Mas, será mais seguro viver em Paris
Eu sou brasileiro!!!
Lá fora você parece bem mais feliz?
É o que a TV me diz...

MPB é melhor
Mas é que um rock me cai bem aos ouvidos
E cinema nacional, uau...
Ah! Os descartáveis são bem mais produzidos
E quanto aos nossos heróis
Sou viciado em tiras de jornal
Do Brás até São Miguel
Ir de pingente se tornou um ritual
Eu sou herói nacional, uau!

E das bancas de revistas
Perdi a conta com tanta coleção
Dos mesmos livros que lançam
E a encadernação, oh! Não!!!
No entanto nem me perguntem
Saga Crepúsculo e Senhor dos Anéis
Eu tenho todos os livros
Depois, já viram a qualidade dos papéis
São verdadeiros painéis...

E já mudando de assunto
Não há camisa igual a do meu time
Mas só por precaução
Uso a do Barça pra não queimar o meu filme
E antes que eu termine
Tem uma coisa que eu não abro mão
E que não troco por nada
Que é um bom bife com arroz e feijão
Batata frita e salada...

Afinal...
Eu sou brasileiro, com muito orgulho
Com muito amor oooooooohhhhhhhhhhh!!!!!!
(Eita Musiquinha mentirosa)

Mas, o que me falta mesmo é personalidade
Para admitir que contrario a minha realidade

(Petronio)

Se eu fosse Deus
Eu ficava la do alto
Praticando tiro ao alvo
Nos corruptos do Planalto

Pra ter mais graça
Eu botava sal na ceta
E tudo o que não prestasse
Também deixava na reta

Pois sendo Deus
Eu teria que ser justo
E mesmo com tais poderes
Sei que isso traria custos

Só tem malandro
Honesto conto nos dedos
Então o jeito é brincar
Já que nasci pra ser brinquedo

Ô Pedro!
Deixa o portão fechado
E marca ai uns dez com uma cruz
Que hoje ta até sobrando dardo
Ah! Pedro! Chama também o Jesus

Não quero ver nenhum dos dois com pena
E bota nesse dardo a malagueta
Porque não há com o que se preocupar
Já que quem vai levar a culpa é o capeta

Ô povo besta!

(Petronio)

Rimar amor com dor
É não saber amar
Eu prefiro rimar
Amor com amor

Amar é dar de si
Sem precisar
Ter que amor pedir
Para amor dar

Não peça amor
Ame somente
E se preciso for
Intensamente

E simplesmente
Deixe o amor rimar
Com quem quiser amar
E dele se contente

(Petronio)

O pouco com Deus é muito
É o que diz o ditado
Mas antes muito do que pouco
Com Deus aqui do meu lado

Sorrindo e despreocupado
Por ver que tracei meu caminho
Mesmo quando ajoelhado
Sentindo-me fraco e sozinho

Culpando a vida e o mundo
E a tudo pelos meus fracassos
Como se eu não soubesse
Que sou senhor dos meus passos

Por onde emana a energia
Toda ela lançada no espaço
Por ser Deus de mim, Eu, no sim
E no não que regem os meus braços

Meus braços contritos na reza
Quando em guerra me pego assim
Eu em mim tao pequeno que sou
Ao duvidar do Deus que ha em mim

Não quero nunca mais saber de estrelas
Nem mais ouvi-las e muito menos obtê-las
Também não quero mais falar com a lua
Ou se ela ainda ilumina a sua rua
Ah! Eu não quero mais saber de você
E que ninguém me diga só por dizer

Que o sol já não nasce mais nos seus cabelos
Ou que você se entregou ao desmazelo
Se o azul do céu não mais reflete em seu olhar
E as borboletas se recusam a voar
Ah! Eu não quero mais saber de você
Não me interessa de mais nada saber

Se os poetas silenciaram a canção
Ainda que não te calem em meu coração
E se as flores do campo que desabrocharam
Ficaram tristes e logo despetalaram
Ah! Eu não quero de mais nada saber
E muito menos saber de você

E se as lembranças se juntarem a mim
Irão saber que nada mais sei de ti...
E se algum passarinho tolo vier me contar
Em outro céu na certa ele ira cantar
Porque eu não quero mais saber de saber
Então, pra que querer saber de você...

(Petronio)

Cabra da peste
Sim! Sou filho do Nordeste
Da caatinga e do agreste
Eu moro na Zona Leste
Vim aqui pra fazer teste
Ainda que o dedo conteste
Ah! Meu Deus, o que me deste
Era pouco e se acabou

Cabra da peste
Labuta, luta e investe
Se não vevi a gente insesti
E ainda que eu proteste
Pelo pouco que me reste
Quero olhar o azul celeste
Ah! Meu Deus se manifeste
E me diga pra onde vou

Cabra da peste
Uma verdade inconteste
Alguém a quem Tu deteste
Algo que de Ti não preste
Mas que ao mundo expuseste
Ou algo que Te moleste
Deus! Arreie e me encabreste
Se burro de carga eu sou

Cabra da peste
Sim! Eu sou cabra da peste
E por mais que eu me opuseste
Ceifador da vida silvestre
Queimei madeira cipreste
Tosquiei o couro que me veste
Deus! A mim se indispuseste
E assim não mais me perdoou?

Ou é só por que
Eu sou cabra da peste?
Ora Deus! Se aquiete
Tem culpa eu ser o que sou?

(Petronio)

Vejo famílias
Como vejo ilhas
Onde seus habitantes
Por mares distantes
Saem a navegar
Buscando outros ares
Ou mesmo lugares
Por mares revoltos
Quando em outros portos
Irão ancorar

Céu, Sol e luar, maré cheia
Sombras, castelos de areia
O céu pode esperar
O mar me levou pra bem longe
Chamo ninguém me responde
Pai! Aprendi a voar

Pois que não houve chão para meus pés
Não fui ao batismo das mares
Distante da ilha
A milhas e milhas
Um tempo remoto
Marés, maremotos
Lançaram-me ao mar
Meu mar de águas mansas
De tão poucas lembranças
Ah, minha mãe, meu pai
La, na beira do cais
A me esperar

No canto que vem da ilha
Filhos e filhas...
Eis que seu filho descansa em paz
Meu pai...
Pois se não houve chão para meus pés
Nem mesmo o batismo das mares
Houve o pulsar do coração
A me guiar em direção
Ao canto da nova ilha
Da minha família
Continuação...
Do meu céu, do meu chão...

Sua benção meu pai!
Minha mãe, sua benção!

(Petronio)

Botaram fogo no mato
O mato que o homem queria
Só pra curtir um barato
E esquecer a dureza do dia

O que fizeram com o mato
Do homem, sua terapia
O mato no anonimato
Agora no fogo ardia

O mato barato do homem
O homem que o mato sabia
Do seu nome e sobrenome
E das suas poucas alegrias

E foi todo aquele aparato
Pro mato que no fogo ardia
Mas todos curtiram um barato
Enquanto a fumaça subia

Até mesmo Sêo Malaquias
Falou mais que língua de trapo
Chorou, fez sua apologia...
Só depois de saber que o mato

É erva medicinal
Como qualquer outro mato
Que a mãe natureza por igual
Põem à mesa em seu mais singelo ato

Assim, fiel ao seu repasto
Vive o homem entre talheres e pratos

Mas, botaram fogo no mato...

(Petronio)