Corpo Caído


É noite e meu corpo vagueia
Como um cão vadio sem canto e sem casa
Vem uma mariposa alheia
E repousa meus ais sob suas asas

A lua de longe observa
Os meus passos tortos cortando o silêncio
Da vida que ora me leva
Sem obedecer o que eu sinto ou penso

E o bicho que quer me pegar
Espreita paciente quando vou dormir
Medonho ele assusta o luar
E uma estrela medrosa que vem me cobrir

Repouso então os meus ais
Junto aos animais e fazemos preces
E ao dormir o medo se desfaz
E meus conflitos em paz uma vez mais...adormece


“aos que padecem na inquietação
entre a loucura e a razão
do imponderável juízo”

(Petronio)

Votos 0
Enviar-me um e-mail quando as pessoas deixarem os seus comentários –

Para adicionar comentários, você deve ser membro de Casa dos Poetas e da Poesia.

Join Casa dos Poetas e da Poesia

Comentários

  • 3637731?profile=original

  • 3637626?profile=original

  • Viajei refletindo teu poema. Obrigada

    Destacado!

  • Reflexão

    Põe grades em tuas janelas e em tuas portas,
    manda blindar tuas paredes de concreto,
    pra que durmas o sono dos infantes,
    sem medos e sem pesadelos.

    Põe grades em tuas janelas e em tuas portas,
    Pra que possas acordar e ir fazer a mesma jornada,
    tomar o mesmo café com pão e abençoar os filhos
    antes de sair com a tua marmita dentro da mochila.

    Põe grades em tuas janelas, não por medo,
    dos bichos sem razão, mas daqueles como tu,
    bípedes e alcoólatras deste meio, corrompidos,
    pelo musgo da sua própria matéria.

    Edith Lobato - 17/09/16

This reply was deleted.
CPP