Deus falou baixinho ao seu ouvido
Eu não duvido!
Mas, o que é que você tem de especial
Pra que Ele saia do seu canto
E enxugue o seu pranto
Se na vida você causou tanto mal

Você já se deu conta do que fez
A dor que já causou pra tanta gente
Agora clama aos céus arrependido
Exclamando aos quatro cantos
Que por Deus está ungido... Eu duvido!

Teu Deus na certa não sabe do Eclipse 
Saberá ele de opção, cor ou destino
Quando ignora a tantos que vivem no apocalipse
Por quê? Será que eles não serão bem vindos?

No reino do Céu desse Senhor, seu Deus
Que é de muitos, sim, mas que não é o meu
Você que prega que ele é seu amigo
Mas, cá pra mim, ele é seu único inimigo.
Que faz da sua alma, na sua inocência, seu abrigo
Ah, Meu amigo... Vem comigo!

Será possível que você, um pecador
Possa ter bem mais do que quem mais sofreu
E a teus pés se ajoelha, pede e chora pela dor
Que reluz a cheira-cobre pelo que... Cobras e Adeus!

Ah, teu Deus...
Esse Deus que vem falar baixinho ao seu ouvido...
Por quem hoje você vive sorrindo... Que lindo!
Mas o inimigo oculto também se mostra reluzindo
E pela língua dos olhos... Ele cega!

(Petronio)

Eram duas crianças cercadas por vales e rios
Aves gorjeavam polindo as flores
Distante dos bichos e seus tantos dissabores
Vivendo a vida ofertada por Deus
Ainda que fossem advindos do que lhes antecedeu
Desejos proibidos... A se descobrir

Eram duas crianças felizes correndo nos campos
Livres ao vento como dois passarinhos
Distante dos bichos, aos olhos do Senhor.
Ébrios de calor, ofertado por Deus.
Ainda que fosse a chama da luz que um dia exalou
Crua de maldade... Para lhes ferir

E assim, num ensolarado dia por obra do acaso, talvez.
Os dois já cansados ou mesmo no afã
Viram-se tentados pelo fruto do pecado
Hummnn!!! Os dotes sagrados da jovem e bela MAÇÃ!

Num descuido do Senhor, provaram o pecado
Tão doce era o doce, dentro deles, segregado
Doidinho pra se libertar, o que fez Deus repensar...
Que às vezes mais vale alguns minutos de pecado
Do que uma eternidade de amor sem se dar

E o Senhor bem que sabia que errado estaria
Se amaldiçoasse o pecado sem libertar o pecador
Pois, cá pra nós quem me diz, que, sem pecador e pecado
Quem viverá desocupado sem os seus por quês de amor?
Quem?
POR ISSO, DOU GRAÇAS AOS DOIS MEU BOM SENHOR!

“Por ser origem hoje minha semente
Uma parte maçã, outra parte serpente!”

(Petronio)

Não te desesperes!
Espere apenas o que há de vir
Permita ao sol brilhar e a chuva cair
Que a felicidade irá lhe sorrir

Não te desesperes!
Ainda que a escuridão não te mostre a saída
Acredite na luz que ampara e ilumina
E nos leva de volta ao caminho pra vida

Oh, não te desesperes!
Espere apenas o que há de vir
Tenha fé em Deus e passe a pedir
E acredite: A vida ira lhe servir...

(Petronio)

De olhos fechados
Tenho a sensação
De que posso voar
Ir alem das nuvens
Até onde o vento
Puder me levar

Sem ter nenhum lugar
Um ponto de chegada
E não poder ver nada
Só os olhos do luar
Teimando em me guiar
Como que temendo
O breu da madrugada

De olhos fechados
Eu tenho a sensação
De que posso voar
Sem medo de cair
Até tocar o céu

E despertar no nada
Muito alem do nada
Alem desse sonho
Que paira em meus sonhos
Em folhas de papel

(Petronio)

És a luz
Que sobre mim
Reluz agora
E sinto que a vida
Me conduz 
A mil por hora

E meu pensamento
Esta com você
E o meu dia a dia
Faz acontecer
Ao primeiro sinal de vida

Você me ensina
Que se posso fazer
Do momento seguinte
A razão do meu viver
Na condução
Do meu coração
A se saber 

De todos os meus atos
Concretos ou abstratos
A cada novo alvorecer

(Petronio)

Com os olhos vermelhos
Percebo que estou cada dia mais velho
Por culpa do espelho
O grande ladrão da minha mocidade

Tudo tem seu preço
O meu ficou alto pelo pouco que peço
E não ouvir conselhos
Me fez viver moldado em minha vaidade

A perguntar: Espelho, espelho meu!
Apenas me diga com toda sinceridade
Que esse cara ai dentro não sou eu
Espelho me diga, eu preciso da verdade

Os amigos dizem que eu não mudei nada
Dizem que o tempo é complacente comigo
Mas quando olho e me vejo no espelho
Eu me pergunto, será ele meu amigo?

E lhe pergunto: Espelho, espelho meu!
Apenas me diga com toda sinceridade
Que esse cara ai dentro não sou eu
Espelho me diga, eu preciso da verdade.

(Petronio)

Estou te perdendo
Não há como evitar
E nessas horas é tudo mais difícil
Eu sou mais um entre tantos
A projetar desencantos
Cenas de outros capítulos
De tantos filmes... Sem ação

Estou te perdendo
Não há como evitar
E não tem como iludir o coração
Na película dos meus sonhos
De um filme B. sem roteiro
Cenas cortadas, são tantas
Sem final... Sem direção

Estou te perdendo
E não há como evitar
Protagonizei as cenas
De um filme chato e sem texto
Iguais a outros, burlesco...
Ultimo capitulo de tantos
Sem aplausos... E atenção

Eis que eu sou a essência de um roteiro
Que se propaga pela voz de algum cantador
Onde todas as historias ainda que pareçam iguais
Iguais não são ainda que sejam histórias de amor

FIM

(Petronio)

Não sou poeta
Sou apenas um contador de histórias
Um reles coletor de memórias
E um fracassado 
Mercador de pensamentos

Não sou poeta
Sou um simples cultivador de fatos
Um ávido colecionador de relatos
E um entusiasmado
Semeador de sentimentos

Que na expiração dos poetas
Fecha os olhos
Aspira poesia
E conta historias...

(Petronio)

Passo meu tempo de coisas
Por ser um ser em processo
Parte de ti me faz rimas
Parte de mim te faz versos

Mas nem tudo o que parece
Pode necessário ser
No verso do verso o inverso
Te traduz, o que me faz querer

Tão necessário ser verso
A quem só me faço ler
No inverso do verso, reverso
(Uni)verso a se saber

(Petronio)