Posts de PETRONIO PAES LANDIM FRANÇA (505)

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Seu brinquedo

O que eu sei
É que você sente prazer
Em me machucar
E por que será?
Se você diz
Que com meu coração
Não vai mais brincar
Como acreditar...

Sei que não foi
E não será dessa vez
Que você vai fazer
De mim seu pano de chão
E que depois de pisar
Você vai deitar
Sobre meu corpo
E aquecer meu coração

Talvez você não se de conta
Que um dia
Seu brinquedo tão fragil  
Irá se quebrar
E é quase certo que você vai dizer
Que eu fui o culpado
Por não saber me cuidar

E num canto qualquer
Certamente
Como qualquer brinquedo
Você vai me deixar
Se for assim, que eu faça por merecer
Ficar num canto jogado
Até quem sabe, sei la...
 
 
 
(Petronio)
Saiba mais…

Seus Olhos

Esse seu olhar de fogo
A me queimar as entranhas
Ele atiça e me assanha
Como quem me atira aos lobos

Esses seus olhos no cio
Em estado de ebulição
Desnuda em desvario
Como brasa de vulcão

Esses seu olhos em chama
A queimar-me por dentro
Esse seu olhar cinzento
É lava que se esparrama

Ah! Olhos incandescentes
Em meu corpo que agoniza
Revigorando a semente
Quando na pele eterniza

Fênix, em mim tão somente
Tão logo sopre a brisa 
Ah! Seus olhos simplesmente
Alimentarão minhas cinzas

 

(Petronio)

Saiba mais…

Um brinde à vida!

De mãos dadas com o futuro
Lá vou eu despreocupado
Brindando com o presente
Um bom trago de passado

E de encontro aos meus anseios
Eu tenho comigo a sorte
De dançar conforme a musica
E a alegria que me suporte

Pois em meio a tudo isso
Eu amo viver a vida

Na minha busca diária
Pelo não saber ainda
No sorrir e no chorar
Por tantas idas e vindas

No querer tão incansável
Dado ao suor da lida
Ver a espera se realizar
Cinza ou multicolorida

Ah! Que a vida por demais
Se for de menos... Bem vinda!
Sempre, sempre... Assim será
Então... Um brinde à vida!
 
 
(Petronio)
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Urubu de Palhaço

A fome pediu licença
E foi na dispensa do homem
Pegar panela
Pra fazer seu baticum
Sua Excelência
Usou o espaço do terreiro
E nem o dono do pandeiro
Pode fazer seu desjejum

Já que as panelas
Estão todas ocupadas
Postas à mesa do homem
De voz rouca e embargada
La na dispensa
Rindo na boca da fome
Alimentando o pandeiro
No alento da batucada

Bem que avisei
Que a gente ia se dar mal
Ir pra janela 
Pra fazer um panelaço
Com os urubus
Pairando pelo quintal
Agourando nosso samba
E nós com cara de palhaço
Pois é...

 

(Petronio)

Saiba mais…

Ipanema

No encontro de céu e mar
Caminho sobre poemas
Nos braços de Ipanema
Eu passo o dia a sonhar

Sob a luz tão radiante
Que lá vive escondida
Entre luzes retorcidas
Sobre o asfalto escaldante

Do sol da cidade
Que por vaidade, por coisa tão pouca
Me quer colado na roupa
A escoar felicidade

Que só encontro nos braços 
Macios de Ipanema
Longe da cidade louca
Sempre com água na boca.

Quando eu morro de sede
Ah, eu não quero voltar...
Mas eu preciso voltar...
Oh, eu não quero voltar
Mas eu preciso voltar...

 

(Petronio)

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Versão

Tudo o que te contam
Não é o que realmente é
Um fato, quando dito
Revela dois lados
E no seu relato
Traduz uma versão
Que diante dos olhos
Tem uma só verdade

E como será resolvida
Eu não sei, ninguém sabe
O que não cabe julgar
Porque aquilo que te contam
Por mais que pareça exato
É só parte de um relato
Onde todos nós temos
Nossa versão dos fatos...

 

(Petronio)

 

 

Saiba mais…

Vem pra cá!

Sou parte da sua vida
E acredito que isso pra você
Se não tem tanto valor
Tem alguma importância
Principalmente depois
Que vieram me contar
Que você ainda pergunta por mim
E se não me mentiram 
Eu quero acreditar
Que não fui tão ruim assim

E quando você me disse
Que queria um tempo
Você teve muito tempo
Tempo até demais para refletir
Só não precisava preencher
O seu tempo com outra pessoa
Porque isso não se faz
E quer saber, isso magoa...

Mas tudo bem, tudo bem...
Apesar de tudo eu te perdoo
Pelos bons momentos
Que você me deu...
Se ele foi melhor ou pior do que eu
Eu não sei e nem quero saber
Quem deve saber é você
E depois, o que eu sei é...

Que a vida segue
O dia amanhece
E quando não chove
O sol volta a brilhar

Então, vem pra cá!

 

(Petronio)

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Você tem um sorriso tão lindo

Você tem um sorriso tão lindo
E seu sorriso expressa felicidade
É tão bom ver você me sorrindo
Ainda que saiba de toda a verdade

Sim! Também sei que mudei sua vida
E baguncei demais seu coração
Quando te expus a todos os caprichos
Eu que tanto precisei de tuas mãos

Oh, perdoe-me, você não merece
Toda a dor que causei a você
Eu sei, são coisas que ninguém esquece
Mas querida, o que posso fazer

Pra devolver-lhe esse sorriso tão lindo
Que talvez irá se esconder de mim
Mas, por favor permita-me vê-la sorrindo
Ainda que outro passe a lhe fazer sorrir

Ah, você tem um sorriso tão lindo...

 

(Petronio)

Saiba mais…

Viva o suor do carnaval

Confesso...
Eu queria estar ali, no salão
Com aquela mulherada
Pulando, bebendo, beijando
Deixando extravasar
Minha alegria contida
De fantasias segredadas

Eu queria estar ali, bem no meio
Daquele salão
Sambando, cantando, pulando...
Deixando contagiar
Minha alegria incontida
Com alma de arquibancada

Confesso...
Que não queria estar ali, no salão
Com aquela rapaziada
Ajoelhado, pedindo perdão, de que?...
Deixando extravasar
Tristezas distribuídas
Fantasias franqueadas
Pela carne, carnaval

E não queria estar ali, no salão
De meninas modeladas
Excomungando, criticando, resguardando...
Em suas fantasias serpenteadas
Alimento de almas retorcidas
Exposta à carne... Aval

De tantas orgias
Por sermos carne todo dia
Enfim...
Viva o sol da alegria!
Viva o suor do carnaval

 

(Petronio)

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Soprando estrelas

Há homens 
Que vão ao céu
Em busca de estrelas
Para que outros
Sem nenhuma ambição
Se ocupem apenas
Em poder só... Sopra-las

No entanto
Há  homens
Que não contentes 
Somente em vê-las
Usam seu facho de luz
Com uma só intenção 
Que é de querer... Apaga-las
 
 
 
(Petronio)
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Cada vez mais
Quero prosseguir
Com os pés no chão
Com Deus no coração
E o amor como devoção

Contornando obstáculos
E dando espetáculos
Gratuitos de fé e compreensão
Torcendo pelo outro que faz
Sem olhar pra traz
E sem perder a direção

Pois que, diante da gente
Sabemos, tem gente
Em busca da solução
Para esses dilemas
Que tanto afligem 
O seu coração

Carentes de paz
Elas querem mais
É converter suas dores
Todas, em alegria
Para se servirem
Ainda que em prato raso
De amor, alimento
Que a todos... Sacia
 
Oh,santificado seja o amor 
Nossa gula de todos os dias
 
 
(Petronio)
 
 
 
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Som pra surdo

Será que eles acham
Que eu sou avestruz
Pra ter que viver com a cabeça
Dentro de um buraco

Pra não ter que ouvir
Na minha orelha
Esse tum tum maldito
Absurdamente alto

No ultimo volume
Como se todos os queixumes
Do mundo, fôssem 
Abençoados e sanados
Por esse som

Ou eles acham
Que Deus é surdo
Ou, já morreu
Ou vive com a cabeça num buraco
Como eles querem 
Que todo mundo viva
É fato!
 
 
(Petronio)
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Amaralina

Caminho de pés descalços
E vou pisando de leve
Na areia fina e ondulante
Da praia de Amaralina
Sob um sol radiante

Com seus raios abstratos
Se a miragem não alucina
Sobressaltos e buzinas
Sobre o asfalto escaldante

Me traz o sol da cidade
Que não me deixa a vontade
Quando tô dentro da roupa
Me sentindo um mutante
 
Já decidi, o sol de Amaralina
Será sim, o meu lugar
Eu vou fugir da cidade 
Que me aguarda, eu sei...
Com água na boca
Mas, se depender de mim
Ele vai morrer de sede
 
 
(Petronio)
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Dor Doída

É  dor doida essa dor que ora me invade
Dor advinda toda ela de um querer
A me levar pra dentro do mar da saudade
De tanta que é a dor agora a me doer

É dor doida e dói demais bem lá no fundo
Que minh’alma ainda que calma  faz suas preces
E com a calma  toda desse e d’outro mundo
Em mim, em dor, ela de mim se fortalece

É dor doida e não há dor que possa ser
Maior que a dor dessa saudade que é tão minha
Dor que eu não tinha até você aparecer
A me sorrir... Sorriso esse que eu queria

Vê-lo somente a me sorrir nas fotografias
 
 
(Petronio)
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Sertão

Quisera o homem saber o mistério
Que espalha terror no solo onde pisa
Pois não justifica levar mais a sério
O Santo e o milagre que não se realiza

O sol vem e queima e a seca se espalha
E em pó e fumaça os anos se fazem
Restos de animais e na carne a navalha
Corroendo a mente... Sonhos ou miragens

De onde virá todo esse clamor
Essa coisa patética, esperançosa e crônica
Vejo o vôo rasante da ave atônita
Apenas carcaça, caça e caçador

Quisera o homem saber o mistério
Nessa escuridão onde o sol tanto brilha
Eis que há um paraiso entre o céu e o inferno
Onde o riso e a dor cortam milhas e milhas

Esperando que o céu me de uma explicação
Uma só que fará minha cabeça pender
Por ser tão de sertão no sertão do sertão´
Por não ser tão de tudo ou de tudo tão ser

AH! Deus faça chover!!!
 
 
 
(Petronio)
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Fênix

Eu não sou nada, nada, nada...
E nem mesmo aquilo que eu penso ser
Sou tão inconstante
E no percurso da  jornada
É  que eu percebo
O quanto eu me deixei por fazer

Cada vez que tento pegar o curso
Da minha infância
Procurando lembrar de tudo que eu fiz
Não da cem metros rasos
E  cansado, logo o vazio me alcança
E pra recuperar o fôlego
Sem o ar das  lembranças...ah!

E da minha juventude o que foi feito?
Perdi o trem da alegria
Em busca da felicidade
Que sonhos eu realizei, não sei?
Agora, quanto às amizades, eu sei
Vivia debruçado em minha vaidade...

Só que aquele cara que eu fui não mudou nada
Até mesmo as atitudes continuam as mesmas
Então, como vencer...  O que, quem?
Do meu passado tenho tão poucas lembranças 
E por tanta vida eu passei
Sem sequer dar conta de mim
Do que fiz, o que fiz... O que fiz?

Eu continuo a ser o que ontem eu fui
E serei assim amanhã e depois e depois...
Com uma pequena diferença
Hoje eu apenas me debruço
Como um galho velho e cansado
Alçando vôo às vezes, pássaro velho
Cheio de  esperanças e alma de Fênix
No reparo do tempo que ainda me resta
Pra tentar descobrir-me um pouco mais...Em mim...
 
E quanto às lembranças do que eu era...
Me contem ou... Contem-me!
 
 
 
(Petronio)
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SACO CHEIO

Gosto mesmo é de escrever
Boto no papel uns rabiscos
Pelo prazer 1% já que 99% 
Mereça ir pro saco de lixo

Depois, o que tenho a perder
Tudo vai pro buraco dos bichos
Intelecto, eu? Pobre tabaréu
Nessa angustia de micho
..
Mas, não se preocupe não
Que sua parede eu não picho
Penso até ser bom pintor
Só o que me falta é capricho

É isso...

 

(Petronio)

Saiba mais…

Estarei sempre ao seu lado!

Estarei sempre ao seu lado!
Mesmo quando ausente estiver
E mesmo quando eu estiver ocupado
Haverá espaço para o seu bem-me-quer

Meu coração sempre em compasso com o seu
Sabe tão bem o quanto estamos ligados
Mesmo distante bate por você e eu
Meu coração ao seu esta sincronizado

E que eles cantem e dancem
E que a vida eles sempre acalantem
E façam festa e nossos sonhos embalem
E que espantem de nós todos os males

Estarei sempre ao seu lado!

 

(Petronio)

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ANTÍTESE DO EU

Abate-se sobre mim
E se faz iminente
O prelúdio do fim
Em mim latente

E me faz ausente
Antítese do eu
No ontem presente
Aconteceu?

Quem sou?
De onde vim?
Pra onde vou?
Enfim...

Haverá um fim?
Ou serei eu
Desse lado de mim
O apogeu

Do lado que já foi seu
E que me deixa assim
Eu...
Do lado de fora de mim

 

(Petronio)

 
 
Saiba mais…
CPP