Eu também já fui criança um dia
Daquelas que pulava e corria
E tudo graças a um imenso quintal
No entanto, vejam só que ironia
Hoje,crianças entristecem a alegria
A sorrir um sorriso artificial

É quando ecoa em mim
O canto alegre dos pardais
Saltitando sobre a relva do jardim
E na poeira dos quintais
O sabiá sabia, sim
Que esse canto não ouviríamos nunca mais

Ah Deus, o que sera dessas crianças
Esses homens pássaros, sem asas
Quando não mais houver quintal em suas casas...
Oh, que ao menos seus sonhos alcancem
Alcancem por onde os olhos passem
E que o coração, seus sonhos extravase

Meu Deus...
Que o coração, seus sonhos extravase

(Petronio)

Eu sinto estar tão longe
De quem diz gostar de mim
Chamo e ela não responde
Enquanto eu fico aqui
Com olhos de Céu e Mar

Onde andara meu amor
Que do riso fez-se o pranto
De tanto que a minha dor
Dentro do peito eu tranco
E não me deixa respirar

Pois se ela é o ar que eu respiro
Ela é o ar que me faz falta
O ar que eu quero e preciso
Pra dor que só me maltrata
E tanto me faz chorar

Ó dor, perdoa-me!
Ó dor. perdoa-me!
Se dessa dor não sei me curar
E tanto me faz chorar

(Petronio)

Creio que somos, não mais
Partículas no céu
Cobertas de luz
Envoltas pelo véu

O véu das nuvens
Que envolvem o céu

Nuvens que pairam no ar
E deixam o céu cinzento
Que nos fazem expirar
E levam os pensamentos

Que pensamentos são nuvens
Nuvens que pairam no céu

E se há um inferno logo abaixo do céu
Há uma ponte que habita em mim
Onde o querer entre dois pontos ao leu
Determina um só caminho a seguir

Até o fim de tudo
Que se fara revelar
Na luz das estrelas
No céu a brilhar
Até se apagar...

(Petronio)

Era um turbilhão de emoções
E todas as idéias se entrelaçavam
A contagiar os corações
Que mesmo à distancia se abraçavam

Era um vendaval de sensações
Onde todas as palavras se traduziam
A contagiar as reações
Que mesmo à distancia se conduziam

E fazia com que sentissemos a presença
Sem fecharmos os olhos e tocar
E nos deixar tocar de forma intensa
Pelo simples desejo de olhar e olhar...

Onde a saudade era deixada de lado
E a tristeza quem haveria de se importar
Quando o sol do dia à noite ainda acordado
Não nos permitia mais o sonho e sim... Sonhar.

Era vinte e quatro horas no ar...
Vinte e quatro horas no ar...

(Petronio)

A minha orelha anda pegando fogo
Parece que agora eu vivo na língua do povo
Será que depois de velho eu terei que me gabar
Sair do anonimato pra virar um Popstar
Ah, ah...

Tem gente que tem a língua afiada
Passa o dia na janela cuidando da vida alheia
E se passei a usar terno e gravata
É que agora eu me cuido graças a minha sereia
Bobeia!

Você que vive ai de futricagem
Porque não cria coragem
E vai cuidar do que é seu
Depois não diga que da tudo errado
Cuida desse mau-olhado
E saia do colo de Deus
Por Deus!

Que a minha orelha anda pegando fogo
Parece que agora eu vivo na língua do povo
Será que depois de velho eu terei que me gabar
Sair do anonimato pra virar um Popstar
Uh-la-lá..

Se é assim, vê se te cuida seu Kauan
Que o velho vai virar o rei do pedaço
O chato é que depois que eu me tornar galã
Largo mão de remédio e até do marca-passo
E pra vocês ai, aquele abraço!

(Petronio)

Passei da idade do Lobo
Mas, Chapeuzinho me instiga
Fico com cara de bobo
Vovó se zanga e me xinga 
Ela diz que ainda morro
Desse mal que me castiga

To na idade da Cigarra
E penso ainda aproveitar
Na ilusão de que ela
Por mim venha a se encantar
Tocando minha guitarra
Sempre de papo pro ar

Às vezes sou um Papagaio
Dizem que foi pelo tombo
Balanço, mas eu não caio
Pra Chapeuzinho eu sambo
Vovó me acha um paspalho
E diz que to mais pra Pombo

É, dizem que é no Condor
A idade que estou chegando
Que o corpo sente mais dor
E eu só não sei ate quando
Vovó ira jurar seu amor
Que já ta se eternizando

Enfim, com dor ou sem dor
Que a vida siga nos levando
Vovó me faz juras de amor
Quando não esta reclamando
Mas, enquanto houver calor
A gente vai se esquentando...

Os dois na idade da Cigarra
Mas, tenho meu ponto fraco
Vovó se zanga e roga praga
Que vai botar ela num saco
E dar fim de vez com a farra
Para alegria dos Macacos

Vixe!
Faz isso não vovó!

(Petronio)

Eu te amo tanto
E por te amar tanto
Eu não vi
O grande mal que te causei
Depois de tudo, eu sei
Sou egoísta demais

Eu te amo tanto
E pra meu espanto
Eu percebi
Que depois do que passei
Depois de tudo, eu sei
Que podia te dar mais

Se eu te amo tanto
Bem mais, alem do pranto
Chorado por mim
No adeus que decretou o fim
Quando não fui capaz

De quebrar o quebranto
Que ainda me deixa tonto
E esta dentro de mim
Moldura de um encanto
Que eu amo tanto
E amo cada vez mais...

(Petronio)

Viver tão triste, sempre triste e triste ter
Que contentar-me em ver tanto movimento
Cheio de encanto da mulher que posso ver
Indo ou vindo e isso a todo momento

Sempre de encontro a todos meus desencontros
Que hoje eu trago incrustados em minh’alma
E o meu sorriso pateticamente acalantos
Por conta dessa minha tão serena calma

Que me permite que eu te tenha a todo instante
Muito alem d’onde o meu pensamento alcance
Ébrio de ti, pobre de mim, tão contumaz

A um sentimento que me queima sangra e arde
E que a mim só diga, não, ainda que tarde
Do nada fiz por me fazer de tanto faz

(Petronio)

Meu Deus é único
E Ele é só meu
E quem tiver um
Que cuide do seu

O meu não se mostra
Nem mesmo se presta
Aos seus interesses
Nem suas promessas

Meu Deus na verdade
É por mim porque eu
Na verdade acredito
Ser o que Ele me deu

E por Ele tudo posso
No proposito só meu
De não buscar pelo homem
A interferência do Deus

O Deus de outro homem
Que creio não ser o meu...

Sendo assim
Para que seja assim

Que eu me ajoelhe
Perante Ele
Só eu e Ele
E faça por merecê-lo!

(Petronio)

Se não falo com você
Não é por falta de tempo
São tantos lugares
Que eu quero conhecer
Esperei por esse momento

Do Oiapoque ao Chui
América e Oriente
Nem te conto dos lugares
Incríveis que eu descobri
Conheci Presidente Prudente

Vi quando você chegou
Apressada pra saber
Se na Casa dos Poetas
Tinham botado o poema
Que eu fiz pra você

O tempo é rápido demais
Por isso eu não tenho pressa
Via o mundo pelos jornais
Radio, TV, em Slides
Cinema, caro à beça...

Eu quero que me desculpe
Creia, não é por querer
Se eu não cheguei ainda
Eu explico pra você
Hoje eu estou no Caribe
C A R I B E !!!
Graças ao GOOGLE EARTH

Então, venha conhecer... Vem!
O mundo pelo Google Earth
É quase de graça...
E sem sair de casa

(Petronio)

Caminharás sem que eu venha a dar-te as coordenadas
Haverá tempo para que eu acalente teu tino
Riras de tudo com o riso supremo dos meninos
 Invocarei aos deuses para que eles na tua jornada
Sejam tua bússola, teu farol e a tua estrada...
Talvez, ate de mim, se façam todos os sentidos
Ou só me façam, os poemas por ti nunca lidos
Filho querido
Filho bem vindo...
Eu abençôo-te como pai e um velho camarada
Responsável ainda por tuas ações impensadas

Movidas a adrenalina
Excesso de desejos
Umbilical, dirão...

Forca de vontade
Inspiração
Liberdade incondicional
Há de ser até paradoxal
Oh, meu filho, de ti me farei...Diversidade!

(Petronio)

Ah,meu coração tão criança
Se alegra ao ver você
Ele faz festa e canta e dança
Cheio de esperança
Ele não quer nem saber

Se fico com cara de bobo
Só pra chamar a sua atenção
Querendo um pedaço de bolo
Me finjo de tolo
Só pra segurar sua mão

No entanto você acha graça
E até faz pirraça
Querendo me fazer chorar
E me faz careta
Nenem quer chupeta
Promete que vai me nanar

Ah, meu coração tão criança
Bem sabe e mal quer saber
Se alimento alguma esperança
Pra depois da infancia
Quando ele de fato crescer

(Petronio)

Sabe, é incrível como falamos do amor
Amor, nem sempre fiel ao coração
E é tanto que as vezes chega a ser constrangedor
Quando a ele nos tornamos total submissão

Um submisso que a outro submete
A toda e qualquer forma de reação
Mesmo porque quem ama às vezes nem se sente
E nada sente se ausente perde o chão

E não me venham com essa de consciente
Porque quem diz ter o amor em suas mãos
Tem na verdade uma lacuna unicamente 
Onde o amor irado vira obsessão

Mas quem de obsessão já não fez seu amor...
Somos em síntese bem me quer ou mal me quer
Cara! Como eu queria saber quem foi o inventor
E quem amou primeiro: O homem ou a mulher?

Iria pedir-lhe todas as formas e o teor
Que só provem do amor naquilo que o amor é
E a esse amor interagir e com tal zelo
Amar a mim e tudo o que só me couber

(Petronio)

Ao pássaro da noite
O meu canto lúgrube
Irei anunciar
E ao romper do dia
Do ventre da agonia
Irei ressuscitar

Cortarei suas asas
E ao fim da novena
Irei praguejar
Mil dores exumadas
Serão por mim lançadas
Irei me vingar

Ao pássaro da noite
O peso da cruz
Irei carregar
Mas, por séculos e séculos
Nas lavas do inferno
Ele irá se banhar...

Ao pássaro da noite
O meu canto lúgrube
Irei anunciar...

(Petronio)

Em verdade vos digo!
Que o homem leva consigo
Todos os instintos primitivos dos seus ancestrais
O homem é o rancor dos animais

O Homem...

Leva consigo a natureza do carneiro
Como também a natureza do escorpião
E com a mesma mão que  abençoa
Com a lamina fere de morte o coração

Eis que da imagem fez-se o reflexo, o não
No chão de barro onde Deus o lapidou
Dando ao homem por inteiro o seu perdão
E ao mundo, Deus, assim o homem, escarrou...

E fez-se o homem lobo para o homem
E fez-se o homem, senhor da razão
Devorador das almas que sentem fome
E se consomem, nutridas pelo perdão

Porque o homem leva consigo...Vos digo!
Todos os instintos primitivos dos seus ancestrais
O homem é o rancor dos animais

Você discorda!
Tudo bem...Mas eu vos digo!
Que é na dor que toda carne se trai...

(Petronio)