Olá.
Segue minha contribuição para o desafio.
Em minha curta existência
Rogo paciência
Acho tudo sem graça,
O que leio não me agrada
Consolo-me ao lembrar
Que sou igual aos outros,
Que morreremos todos
E que enquanto vivos
Desfrutamos da mesma
Sorte e azar
Não sou ninguém para julgar,
Mas não escapo disso
Minha vida está condenada
A cair de um precipício
Ao redor só vejo carnificina
Tudo terminou
Ou está no meio
Ou não pode voltar
Ninguém viu,
Nem ouviu
E eu esqueci de perguntar
As coisas apodrecem,
Flores morrem por não mentir
O que é bonito murcha,
O que é divino queima
Na terra dos condenados,
Que cansados,
Tentam desse ciclo fugir.
Uma borracha apaga
O que um lápis escreve
O fogo queima tudo
Aquilo que toca
Para se comer é necessária uma troca
Viajei escrevendo o que senti,
O que minha vida toda ouvi
Nenhuma palavra cumprida,
Nenhuma promessa desfeita
Nunca chego a um paraíso,
Nunca saio do limite.
**Por Thaís de Paula
Hoje não tem verso, não tem inspiração
Sobrou apenas aquele conhecido sentimento de frustração
Falhei mais uma vez para aprender outra lição
O que fazer agora?
Qual rima escolher a seguir?
Qual caminho profissional devo perseguir?
Estou sem rumo, mas tenho o ânimo alimentado
Pelas responsabilidades da maternidade
Já não vivo apenas para alimentar minhas loucuras,
Pra passar mal do estômago ou choramingar por um
Coração partido
Agora o coração está todo remendado e pintado com giz de cera
*Por Thaís de Paula, 15 de março de 2016
Aquele quadro não terminado
Quando deixei por fazer?
Por que não o terminei
É o que gostaria de entender.
O que na hora senti,
Ficou bem longe da vontade.
Preferi não fazer nada
Por curtir uma saudade.
Engraçado como às vezes
O que é imperfeito,
Torna-se perfeito,
O que está errado
Também está direito,
O que é legal
E ilegal também
Ou vice-versa.
Se ditam ou planejam coisa
Não me importa neste instante
Se pregam mentiras ou verdades
Não interessa,
Pois não presto atenção em nada,
Tenho muita pressa,
Nunca termino nada.
*Poesia por Thaís de Paula, em 25 de junho de 1999
**Imagem por Thaís de Paula em 2008
Tão desumana,
Tão inconstante,
Um mal que não se cala
Produzindo e poluindo,
Induzindo e anulando,
Pra qual buraco vai se afundando?
Escrevendo sem pensar,
Transmito essa mensagem
Sem uma específica abordagem?
Mesmo sem sentido algum,
Celebrando o assunto,
Minha cabeça vazia,
Minhas etnias,
Povos que dormiram
De barriga vazia
Quê comemorar?
Quê fazer?
Trabalhar a vida toda e comer?
Trabalhar mais um tantinho
E morrer?
*Escrito por Thaís de Paula em 25 de maio de 1999
“Sua vida era uma festa
Falava com pressa
E caminhava depressa
Ser criança era seu lema
Ser adulto um dilema
Namoradas tinha de monte,
Ao lado de uma encontrou a morte,
De uma serpente imunda
Levou um bote
Com uma bala encontrou o final,
Já não alegra nosso Natal
Morreu como apenas mais um herói,
Mas a saudade ainda dói.”
*Escrito por Thaís de Paula em 1997. Inspiração: a perda de um primo assassinado durante um assalto.
“Ser criança é ser puro de coração,
É levar a vida com emoção,
É nunca viver na solidão,
E não ter maldade no coração
Ser criança é sempre aprender
A crescer com honestidade,
Com muita responsabilidade
E com muita descontração.
Ser criança é não temer a escuridão,
Mesmo se um forte vento soprar
E a vela apagar,
Sempre haverá
Uma luz para iluminar
Ser criança é amar sem intenção,
Apenas com o coração
Ser criança é ser amigo,
É não ter maldade,
Mas paz e sinceridade.”
**Poesia escrita em 1997, por Thaís de Paula, quando tinha doze anos.
**Foto por Thaís de Paula, quando tinha trinta anos.
Sei de algumas mentiras que atenuam a vida
A verdade, em algumas ocasiões, magoa
É melhor não saber de nada
E seguir em frente sem se afetar
Ignorar as reais intenções do outro
E suas inverdades
Cria um plano onde a vida é mais leve
O peso de ter o conhecimento
É mais pesado do que carregar concreto
O mentiroso sabe o que omitiu ou distorceu
Cabe a ele (ela) sofrer ou não com sua mentira
(Thaís de Paula)
Peço ao tempo
Que me liberte do sofrimento
Das incertezas
Não quero perder meu tempo
Chorando e sofrendo
Por alguém que nada pode fazer
Para me ajudar
Somente esquecer
Sei que jamais terei forças
Para dizer o quanto
Me importo.
*Por Thaís de Paula
Sua realidade me assusta,
Tão desumana,
Tão inconstante,
Um mal que não se cala
Produzindo e poluindo,
Induzindo e anulando,
Pra qual buraco vai se afundando?
Escrevendo sem pensar,
Transmito essa mensagem
Sem uma específica abordagem?
Mesmo sem sentido algum,
Celebrando o assunto,
Minha cabeça vazia,
Minhas etnias,
Povos que dormiram
De barriga vazia
Quê comemorar?
Quê fazer?
Trabalhar a vida toda e comer?
Trabalhar mais um tantinho
E morrer?
Por Thaís de Paula
Ainda estou sonhando
Ainda não experimentei a vida,
Mas sei o que é amar
Sem ser correspondida
Difícil é distinguir
O que é “amor” ou o que é “Paixão”
Talvez o tempo dê sua definição
O “Amor” dura e não é passageiro?
A “Paixão” também,
Mas só por um dia inteiro?
Perceber sem ser percebida,
Olhar sem ser olhada,
Sorrir sem ser correspondida,
Chorar sem ser consolada.
Posso me livrar disso?
Creio que na o, que seria difícil.
Que devo fazer? Fugir?
Não, apenas não me iludir.
**Por Thaís de Paula
Escrevi em 1998. Era uma menina e nem sabia ainda o que era sofrer de amor ....
Há várias maneiras de sentir solidão
Mas pior é transmiti-la
Ela é bem frequente quando não a entendo
Mas é aí que sinto
O seu real efeito
Solidão de amor,
Solidão, que horror!
Viajando em sonhos
E movimentos eu sou
Sentindo os batimentos,
Ouvindo os sentimentos,
Falando com o nada,
Ignorando o tudo,
Vou caminhando pra esse poço profundo
O medo é uma evidência,
Desilusão é consequência,
O que falta agora é a eloquência
Sinto-me presa
Diante a certeza
Do esnobe retrato
Por mim criado
Seu movimento lipóide,
Me deixa míope
E a cabeça sacode
Sem pormenizar sua chegada,
Subo a escada,
Prego-o na parece
E o vejo andar de lá pra cá
Não dá para esperar
Vê-lo cair,
Que o prego venha a desaferrar-se,
Consequência de que o retrato se quebrasse
Este capinzal de repressão
Em que vivemos,
Em que tudo é movido por dinheiro
Só necessita do nosso sofrimento.