Posts de Thaís de Paula (15)

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As flores não mentem

Em minha curta existência

Rogo paciência

Acho tudo sem graça,

O que leio não me agrada

Consolo-me ao lembrar

Que sou igual aos outros,

Que morreremos todos

E que enquanto vivos

Desfrutamos da mesma

Sorte e azar

Não sou ninguém para julgar,

Mas não escapo disso

Minha vida está condenada

A cair de um precipício

Ao redor só vejo carnificina

Tudo terminou

Ou está no meio

Ou não pode voltar

Ninguém viu,

Nem ouviu

E eu esqueci de perguntar

As coisas apodrecem,

Flores morrem por não mentir

O que é bonito murcha,

O que é divino queima

Na terra dos condenados,

Que cansados,

Tentam desse ciclo fugir.

Uma borracha apaga

O que um lápis escreve

O fogo queima tudo

Aquilo que toca

Para se comer é necessária uma troca

Viajei escrevendo o que senti,

O que minha vida toda ouvi

Nenhuma palavra cumprida,

Nenhuma promessa desfeita

Nunca chego a um paraíso,

Nunca saio do limite.

**Por Thaís de Paula

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Sem poesia

Hoje não tem verso, não tem inspiração

Sobrou apenas aquele conhecido sentimento de frustração

Falhei mais uma vez para aprender outra lição

O que fazer agora?

Qual rima escolher a seguir?

Qual caminho profissional devo perseguir?

Estou sem rumo, mas tenho o ânimo alimentado

Pelas responsabilidades da maternidade

Já não vivo apenas para alimentar minhas loucuras,

Pra passar mal do estômago ou choramingar por um 

Coração partido

Agora o coração está todo remendado e pintado com giz de cera

*Por Thaís de Paula, 15 de março de 2016

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Quadro não terminado

Aquele quadro não terminado

Quando deixei por fazer?

Por que não o terminei

É o que gostaria de entender.

O que na hora senti,

Ficou bem longe da vontade.

Preferi não fazer nada

Por curtir uma saudade.

Engraçado como às vezes

O que é imperfeito,

Torna-se perfeito,

O que está errado

Também está direito,

O que é legal

E ilegal também

Ou vice-versa.

Se ditam ou planejam coisa

Não me importa neste instante

Se pregam mentiras ou verdades

Não interessa,

Pois não presto atenção em nada,

Tenho muita pressa,

Nunca termino nada.

*Poesia por Thaís de Paula, em 25 de junho de 1999

**Imagem por Thaís de Paula em 2008

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Humanidade

Sua realidade me assusta,

Tão desumana,
Tão inconstante,
Um mal que não se cala

Produzindo e poluindo,
Induzindo e anulando,
Pra qual buraco vai se afundando?

Escrevendo sem pensar,
Transmito essa mensagem
Sem uma específica abordagem?

Mesmo sem sentido algum,
Celebrando o assunto,
Minha cabeça vazia,
Minhas etnias,
Povos que dormiram
De barriga vazia

Quê comemorar?
Quê fazer?
Trabalhar a vida toda e comer?
Trabalhar mais um tantinho
E morrer?

*Escrito por Thaís de Paula em 25 de maio de 1999

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Apenas mais um herói

“Sua vida era uma festa
Falava com pressa
E caminhava depressa

Ser criança era seu lema
Ser adulto um dilema

Namoradas tinha de monte,
Ao lado de uma encontrou a morte,
De uma serpente imunda
Levou um bote

Com uma bala encontrou o final,
Já não alegra nosso Natal

Morreu como apenas mais um herói,
Mas a saudade ainda dói.”

*Escrito por Thaís de Paula em 1997. Inspiração: a perda de um primo assassinado durante um assalto.

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Ser Criança

“Ser criança é ser puro de coração,

É levar a vida com emoção,

É nunca viver na solidão,

E não ter maldade no coração

Ser criança é sempre aprender

A crescer com honestidade,

Com muita responsabilidade

E com muita descontração.

Ser criança é não temer a escuridão,

Mesmo se um forte vento soprar

E a vela apagar,

Sempre haverá

Uma luz para iluminar

Ser criança é amar sem intenção,

Apenas com o coração

Ser criança é ser amigo,

É não ter maldade,

Mas paz e sinceridade.”

**Poesia escrita em 1997, por Thaís de Paula, quando tinha doze anos. 

**Foto por Thaís de Paula, quando tinha trinta anos.

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Mentira

Sei de algumas mentiras que atenuam a vida
A verdade, em algumas ocasiões, magoa 
É melhor não saber de nada 
E seguir em frente sem se afetar 
Ignorar as reais intenções do outro
E suas inverdades
Cria um plano onde a vida é mais leve
O peso de ter o conhecimento
É mais pesado do que carregar concreto
O mentiroso sabe o que omitiu ou distorceu
Cabe a ele (ela) sofrer ou não com sua mentira

(Thaís de Paula)

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Peço ao tempo

Peço ao tempo

Que me liberte do sofrimento

Das incertezas

Não quero perder meu tempo

Chorando e sofrendo

Por alguém que nada pode fazer

Para me ajudar

Somente esquecer

Sei que jamais terei forças

Para dizer o quanto

Me importo.

*Por Thaís de Paula

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Humanidade

Sua realidade me assusta,

Tão desumana,

Tão inconstante,

Um mal que não se cala

 

Produzindo e poluindo,

Induzindo e anulando,

Pra qual buraco vai se afundando?

 

Escrevendo sem pensar,

Transmito essa mensagem

Sem uma específica abordagem?

 

Mesmo sem sentido algum,

Celebrando o assunto,

Minha cabeça vazia,

Minhas etnias,

Povos que dormiram

De barriga vazia

 

Quê comemorar?

Quê fazer?

Trabalhar a vida toda e comer?

Trabalhar mais um tantinho

E morrer?

Por Thaís de Paula

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Amor

Ainda estou sonhando

Ainda não experimentei a vida,

Mas sei o que é amar

Sem ser correspondida

Difícil é distinguir

O que é “amor” ou o que é “Paixão”

Talvez o tempo dê sua definição

O “Amor” dura e não é passageiro?

A “Paixão” também,

Mas só por um dia inteiro?

Perceber sem ser percebida,

Olhar sem ser olhada,

Sorrir sem ser correspondida,

Chorar sem ser consolada.

Posso me livrar disso?

Creio que na o, que seria difícil.

Que devo fazer? Fugir?

Não, apenas não me iludir.

**Por Thaís de Paula 

Escrevi em 1998. Era uma menina e nem sabia ainda o que era sofrer de amor ....

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Solidão

Há várias maneiras de sentir solidão

Mas pior é transmiti-la

Ela é bem frequente quando não a entendo

Mas é aí que sinto

O seu real efeito

Solidão de amor,

Solidão, que horror!

Viajando em sonhos

E movimentos eu sou

Sentindo os batimentos,

Ouvindo os sentimentos,

Falando com o nada,

Ignorando o tudo,

Vou caminhando pra esse poço profundo

O medo é uma evidência,

Desilusão é consequência,

O que falta agora é a eloquência

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Fraqueza

Sinto-me presa
Diante a certeza
Do esnobe retrato
Por mim criado

Seu movimento lipóide,
Me deixa míope
E a cabeça sacode

Sem pormenizar sua chegada,
Subo a escada,
Prego-o na parece
E o vejo andar de lá pra cá

Não dá para esperar
Vê-lo cair,
Que o prego venha a desaferrar-se,
Consequência de que o retrato se quebrasse

Este capinzal de repressão
Em que vivemos,
Em que tudo é movido por dinheiro
Só necessita do nosso sofrimento.

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CPP