PUBLICADO no CPP
Ilusão
Olhei as espumas que se dissiparam
Nas areias da praia evaporaram
Os coquetéis de água que estimulam
As marés que subiram e o mar desceu
As palavras antônimas que se amaram
O placar da vitória que se perdeu
O prato cheio de alimento vazio
Alma vazia que me permeio
O chão duro que é terremoto
Usa eterno descartável
Um descartável usável
O meu coração de veias inerte
A injeção de ânimo que não injete
As chuvas fracas foram temporais
Seres humanos que foram animais
Seguem qualquer lugar como gado
As máquinas produzem o arado
As matas crescidas desmaiaram ao chão
O planeta dura demais agonizando
Os maracujás murcharam no caramanchão
As galáxias transmutaram-se em uma só
Ah! Tenha desta rica vida uma certa dó
O universo em inúmeros versos
Um cabresto que nada prende
Vê se você aprende e se entende
Durma um sono de pesadelo e anjos
Faça uma blusa com um novelo
Tricote até a próxima estação
Ame o amor desejado e sonhado
Arrume cedo a cama de manhã
Faça uma longa viagem a pé
Vá na estrada sob a luz do luar
Em noite de tempestade solene
Acorde na manhã ensolarada
De sol firme , forno e de vida
E siga em frente pelo caminho
Neste dia festivo sem festas
De tudo o mais que adoça o mapa
Um novo pergaminho se fez
Desta
vez nada se desfez
Fim
ADomingos
Maio 23