Temo as palavras
como se gritassem
ressentidas,massacradas,
obrigadas a surgir inesperadas,
na ilusão da escrita....
Elas também temem,
se escondem tentando
me conter...
Insisto possessa,atraída
pela maldade que tem
quase um cheiro de flores
de estufas sinistras
e furtivas....
Sentindo-me culpada
como o pecado...
Me calo....
-
Cansada enchi a mochila de… Peace and love.
Vou pegar a estrada em busca de uma tribo que desnude a alma
à procura de um mundo mais espiritualizado, sem dogmas e preconceitos
repudiando a ganância falsidade e arrogância...
Talvez vá para uma cidade mística Alto Paraíso em Goiás e encontre os antigos costumes que procuro
Voltar a viver com gente de verdade olhar olho no olho do verdadeiro amigo...
Esquecer das tinturas do cabelo, livrar da balança, descobrir que ainda sei dar uma alta risada.
Tomar banho de cachoeira e pedir a benção à Oxum...
Reunir na casa de amigos, tocar música dançar ao ar livre...
Ler os poemas de Dylan Thomas, ouvir Bob Dylan e Caetano cantar "É proibido proibir"...
Encontrar uma maneira de viver, sonhar e morrer sem ser por uma bala perdida...
Sair dos questionamentos sociais e políticos que nunca mudam como a desigualdade a segregação social, guerras,
arrogância, e a insanidade do poder...
Voltar a ser psicodélica com minhas calças boca-de-sino com um toque retrô no óculos escuro, boina, (bandanas)
saias longas, sandálias rasteiras, cabelos soltos ao vento na liberdade de poder ser quem eu quiser.
E como diz Zé Rodrix em sua música:
'Quero o silêncio das línguas cansadas
plantar meus amigos meus discos
meus livros e nada mais’
Marcia Portella_Go
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Choram em silêncio
por crianças violadas
nas noites das estradas
quando flores são
pisoteadas na beira
do charco.
Soam lamentos
calados por mulheres
ante a mão pesada
que quebra o vaso
soluçante em pedaços
de agonia.
Muitos encostados
em muros sombrios
clamam com fome
na carne lívida
pranteando de longe
pelos mortos
jogados em valas
sem sacramento.
Escorrem lágrimas
esculpindo pedras
que rolam dos morros
decepando vidas
lembrando o sorriso
de sal despido
no rosto do amado
no instante que se vai
em apenas... um instante.
Marcia Portella_Go
(18/05/202)
Bay_Taras Lobada
A aldeia está apavorada com um inimigo invisível que está matando seus habitantes.
Os conselheiros reuniram-se dando início a pajelança para afastar o espirito que ronda a tribo.
Ficou estabelecido que, não sairiam para caçar e que montariam guarda para que ninguém entrasse ou saísse da aldeia.
O cacique responsável em aplicar regras para a tribo vendo seu povo insatisfeito, comendo sem parar,
ficando obeso por falta de atividade e prevendo uma confusão maior, liberou a caça com algumas restrições.
Ao consultar as forças ocultas, os pajés para o "bem geral" resolveram destituir o cacique atual com seus guerreiros colocando outro no poder.
Foi neste momento que o maior inimigo oculto que rondava mostrou o quanto era mais letal que o inimigo invisível.
O cacique não aceitou a revolta e continuou liderando a aldeia com o seguinte pronunciamento:
Quem não estiver satisfeito que mude para...outra tribo.
O problema é que o inimigo oculto está em todas as tribos.
Dizem que seu nome é:Poder...
Marcia Portella_Go
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Marsoalex deixou seu casulo levando sua alma imortal para outra dimenção.
Como dizia o Mestre dos Mestres:existem muitas moradas na casa de meu Pai.
Marsoalex já deve estar acolhida nos braços dos mensageiros de luz
Siga em paz poetisa nos caminhos iluminados de uma nova existência.
Te abraço
Marcia Portella_Go
Podem imolar,apedrejar,
Não sou mártir apenas
quem tirou o véu e disse não.
Viajo no tempo a séculos,
Sou mito transfigurado em
pecado eterno.
Walquiria com seu cavalo alado
Recolhendo despojos de guerreiros.
Medusa presa e desfigurada
Com a maldição no olhar.
Fui queimada como feiticeira
Castrada em meus desejos
Guerreira,
Santa,
Madalena,
A que invoca nos santuários frios
À sombra das velas,
Que blasfema nas ruas
Consumida na escravidão da noite,
Tigresa de garras afiadas,
Santarrona dos confessionários,
Beata enclausurada em desejos,
A face oculta do mistério.
O único mortal que dá à luz
Ou escuridão.
SOU...mulher.
Imagem_Rassouli_Minstrel_
Marcia Portella_Go
Natal bom era no meu tempo de criança.Colocava meu vestido mais bonito, prendia os cabelos no estilo Maria-chiquinha e na frete do espelho me achando linda,pedia a Jesus que Noel não esquecesse de mim e das outras crianças.
A árvore era um pinheiro natural que eu achava enorme onde minha avó colocava bolas coloridas,anjos e luzinhas piscantes, enquanto meu avô ao piano, cantarolava músicas natalinas.
O presépio com peças em miniatura,contava todo o nascimento de Jesus e o que mais me encantava, era ver o menino na pequena manjedoura imaginando porquê uma pessoa tão importante não tinha casa -coisa de criança.
Acreditava na existência de Noel e na minha carta, pedia o presente desejado e que ele lembrasse de todos da família.
Embaixo da árvore colocava os sapatos para que o bom velhinho fizesse a entrega correta e se possível, que fosse logo.
Não podia faltar a deliciosa rabanada da vovó polvilhada com açúcar e canela
Algumas vezes, acordava no meio da noite com a esperança de ver Noel, mas ele era mais esperto e nunca aparecia.
No outro dia, pulava da cama, corria pra sala e lá estava: a magia do natal em forma de presentes.
Essa magia acabou, foi apenas um sonho que existiu na imaginação abençoada de uma menina sonhadora, de uma época feliz, onde ser criança e sonhar...era permitido.
Marcia Portella_Go
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Em fuga dias,noites, anos afora
como fugindo dos próprios
pensamento e ao mesmo tempo,
querendo voltar com o ollhar
triste, cansado de quem chora.
Escondi-me em lágrimas,
lamentos, risadas e perdida
...atirei-me em abismos
profundos, insondáveis,
onde o terror e a morte residem,
ouvindo o som dos teus passos,
da voz que me persegue
com a ausência das palavras
... sentida mais que a solidão.
Marcia Portella_Go
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