Podem imolar,apedrejar,
Não sou mártir apenas
quem tirou o véu e disse não.
Viajo no tempo a séculos,
Sou mito transfigurado em
pecado eterno.
Walquiria com seu cavalo alado
Recolhendo despojos de guerreiros.
Medusa presa e desfigurada
Com a maldição no olhar.
Fui queimada como feiticeira
Castrada em meus desejos
Guerreira,
Santa,
Madalena,
A que invoca nos santuários frios
À sombra das velas,
Que blasfema nas ruas
Consumida na escravidão da noite,
Tigresa de garras afiadas,
Santarrona dos confessionários,
Beata enclausurada em desejos,
A face oculta do mistério.
O único mortal que dá à luz
Ou escuridão.
SOU...mulher.
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Marcia Portella_Go
Comentários
Um lindo auto retrato revelado em versos de raro primor! Meus parabéns.
Meus aplausos de pé, ... sou mulher. A grandeza de ser mulher é o ápice de ter nascido com esta força e grandeza de seu espírito vencedor. Um abraço Poetisa Marcia Portella.
Antes de tudo a mulher.
Desfila os versos na mitologia e mistérios da obscuridao da bruxaria e feitiçaria creio que refletindo as inferioridades da mulher na sociedade subjugadas......em contraponto as beatas e nem um nem outro.....
Apenas Sou uma Mulher.
Sofisticado e impossível avaliar os sentidos da Poetisa. Desculpas por qualquer vacilo em meu humilde pitaco.
Sabes amiga das letras que és a minha preferida Poetisa estimada Márcia Portella.
Parabéns por mais esta magnífica obra
Abraço de Antonio Domingos
Uau!!!! Aplausos mil!!!
DESTACADÍSSIMO!!!