A água

A água que vinha de graça

Agora já não vem não!

Ela, que nuns cantos sai borbulhando,

E noutros, em sussurros, brota do chão,

Hoje - que tristeza - anda tão escassa...

É nascida na fonte que rumoreja

(o que se diz em linda canção sertaneja)

E, por dádiva divina, forma cachoeiras

Que, céleres, se lançam ao precipício:

Ah, como nos encantam as águas ligeiras,

Nesse idílico e aprazível rebulício...

Então, depois, as águas serenam

E seguem a cumprir sua sina

No círculo da vida que encenam.

Assim, ainda que venha da mina

E seja dádiva da Divina Criação,

Que a todos seus filhos abraça,

A água que vinha de graça

Agora já não vem não!

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Pedro Avellar

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Comentários

  • Gestores

    É um espetáculo imenso ver uma fonte de água doce. Ver como "brota" um rio.

    Mas... tudo se faz para fecha-las.

    Antes era de graça, limpa e abundante.

  • 12151726485?profile=RESIZE_584x

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