A água que vinha de graça
Agora já não vem não!
Ela, que nuns cantos sai borbulhando,
E noutros, em sussurros, brota do chão,
Hoje - que tristeza - anda tão escassa...
É nascida na fonte que rumoreja
(o que se diz em linda canção sertaneja)
E, por dádiva divina, forma cachoeiras
Que, céleres, se lançam ao precipício:
Ah, como nos encantam as águas ligeiras,
Nesse idílico e aprazível rebulício...
Então, depois, as águas serenam
E seguem a cumprir sua sina
No círculo da vida que encenam.
Assim, ainda que venha da mina
E seja dádiva da Divina Criação,
Que a todos seus filhos abraça,
A água que vinha de graça
Agora já não vem não!
Comentários
É um espetáculo imenso ver uma fonte de água doce. Ver como "brota" um rio.
Mas... tudo se faz para fecha-las.
Antes era de graça, limpa e abundante.
É assim mesmo, Margarida.
Um abraço.
Fico muito agradecido pelo elogio, Angélica.