A arvore. - soneto

A arvore - soneto

Estou assim completamente desnuda, vazia...
Desocupada, olhando as intempéries que me corroem.
Não tenho neste instante aquém maldizer ou roer
Desta desgovernada aflição pelo que vivo e estreito.

Apenas as belas lembranças fluem em regozijo
Do que já fui um dia, quando as minhas folhagens
Sorriam ao ver viajantes deitando a minha sombra
Fugindo do calor, do sol abrasador cáustico do verão.

Meus galhos ainda assim formam cenários geométricos.
Por suas vagas. O céu tem o amor natural ao beijar o solo.
São ainda motivos de olhos a indagarem, sobre minha nudez.

Continuo impávida ao tempo, aos raios e suas discrepâncias.
Sei que aos poucos as carcomeis acabarão de vez comigo.
Mas, não lastimo a sorte que terá o meu final. Tudo é assim!

José Lopes Cabral

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José Lopes Cabral

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Comentários

  •   Que linda poesia! Adorei a maneira delicada e verdadeira....Parabéns!

  • Majestoso poema.

    Versos maravilhosos!

    Aplausos, José!

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